DAVOS: OS DESENGANOS VÃO CONOSCO À FRENTE E AS ESPERANÇAS VÃO FICANDO ATRÁS!

O discurso de Dilma Roussef, em Davos, não foi suficiente para reverter as expectativas, notadamente dos investitures internacionais, no sentido de acalmá-los e tranquilizá-los de que o Brasil corrigiria erros e equívocos da política econômica, posta em prática, até agora.
Ou seja, a Presidente não convenceu de que o pais estivesse no rumo certo e, suas promessas de que, a partir de agora, as coisas seriam diferentes, do ponto de vista fiscal, pelo memos, não calaram fundo nas mentes, notadsmente, dos observadores das agencias de risco.

Duas promessas básicas ali foram feitas e, certamente, com enormes dificuldades de serem cumpridas. A primeira, seria a de que o Governo forçaria uma convergência da inflação para a sua meta que é de 4,5% ao ano, algo que não ocorre faz já algum tempo. A segunda seria o alcance de um superávit primário capaz de cobrir os custos de rolagem da dívida, algo que deveria se situar no entorno de 3,1% do PIB!

Tais promessas, “embrulhadas” numa brilhosa e pomposa embalagem, onde pontificaram não só a exaltação da estabilidade das instituições, “vis-a-vis” dos outros emergentes, bem como chamou a atenção para as enormes potencialidades econômicas a serem exploradas no campo de petróleo, gás, minérios e agropecuária, além das perspectivas de investimentos nas significativas possibilidades no campo da infra-estrutura, não soaram aos ouvidos dos potenciais empreendedores e investidores, como queria a Presidente.

Na verdade, a crise de confiança que enfrenta o País, não só pela confusa condução da política econômica e pela ainda difícil leitura das bases da necessária segurança jurídica e de marcos regulatórios confiáveis, é o fator comprometedor das possibilidades de retomada do crescimento do País, em bases mais elevadas e de forma estável e continuada. O que se verifica é que, os estrangulamentos nas contas públicas, no setor externo e o teto que se estabeleceu em termos poupança e de investimentos no País — 18 a 19% do PIB — limita, em muito, as perspectivas de expansão da economia nacional.

E isto poderia ser superado pela atração de investimentos externos, mesmo agora, quando a concorrência com as economias mais avançadas, tornou-se mais intensa! Isto porque, as possibilidades na área da mineração, no segmento das obras de mobilidade urbana — os metrôs, os vlt”s, os trens suburbanos, a construção de vias, túneis, etc– aliadas as obras de infra-estrutura destinadas a superar gargalos econômicos significativos — ferrovias, estradas, portos, aeroportos, etc — abrem boas perspectivas de estímulos à investidores externos desde que, o estatismo, o dogmatismo, as intransigências, as restrições de licenças de todos os tipos, além da burocracia na condução de licitações e de contratos, não se mostrem, como se mostraram, até agora, fatores impeditivos para o sucesso de tal empreitada.

Por outro lado, é preciso que a Presidente, mostre, com gestos objetivos, notadamente na área fiscal, o propósito externado em Davos de recuperar as bases dos fundamentos da economia, não apenas com mais elevações da taxa básica de juros, mas no controle de gastos públicos e na gestão mais eficiente das obras e dos investimentos que compreendem, não apenas o famoso PAC, mas as famigeradas obras da Copa e dos Jogos Olímpicos.

Outrossim, preocupa, também, aos investidores externos, os desdobramentos das manifestações de rua e a forma, até agora, pouco efetiva e convincente, de como o governo, nos três níveis, está enfrentando a questão. Parece, a muitos analistas que, no afã de capitalizar dividendos político-eleitorais, as atitudes dos entes públicos é de, competindo entre si, descobrir como transferir os ônus das intervenções policiais para os seus concorrentes eleitorais. E isto é muito ruim pois, pelo jeito que a coisa se encaminha, é difícil antever como as coisas ficarão ou evoluirão daqui para frente.

E os black blocs já encontraram um contraponto nos white blocs e os partícipes dos rollerzinhos encontraram os donos dos shoppings centers, os pequenos e médios empresários, alí instalados e, uma classe media tão massacrada pelas políticas de governo e insatisfeita com as discriminações a seu ir e vir que, a questão começa a entrar num clima de confronto com consequências imprevisíveis. É isto que Dilma não mostrou respostas ou perspectivas confiáveis de que o País caminharia no chamado rumo certo! E aí é difícil antever para onde caminha a plebe rude e ignara desse País.

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