DE COPA, DE PESQUISAS E DE CONVENÇÕES…
DE COPA
O Brasil, segundo a maioria dos brasileiros, deve passar pelo Chile não só em função da retrospectiva recente de encontros entre as duas seleções, pela esperada “irresponsabilidade” do técnico Marcelo Bielsa, o “loco Bielsa” e pelo fato de que importantes jogadores chilenos estarem suspensos em função dos cartões recebidos. A caminhada do Brasil, após passar pelo Chile, será bem mais suave do que a da Argentina que enfrentará, nada mais nem nada menos, que a melhor seleção européia nesta Copa, no caso a da Alemanha.
Se tudo sair dentro dos conformes, os brasileiros curtirão mais uma semana à meia bomba, em termos de trabalho e de produção. Se, na pior das hipóteses, o Brasil amarelar aí, as coisas voltam, mesmo a contragosto, a funcionar e a política tenderá a esquentar.
PESQUISAS, PESQUISAS E PESQUISAS
Este cenarista já comentou, em algumas oportunidades que, segundo o seu “feeling” e a sua presumida experiência política, principalmente por haver perdido eleições majoritárias, não adiantam resultados antecipados de possível vitória de um candidato ou de outro ou a idéia de que as pesquisas tendem a induzir ao chamado “voto útil”. Qual seja, que tais resultados levem a uma mudança de possíveis tendências ou opções dos eleitores, no sentido de rever o seu possível voto e direcioná-lo para o princípio que se deve “votar em quem vai ganhar”.
Também, precipitam-se em avaliações e julgamentos de que a volubilidade de eleitores expressivos ou lideranças de peso, possam fazer, em função de tais resultados de pesquisas, com que eles estejam a deixar um candidato e integrar-se à campanha de outro.
Na verdade, tais mudanças não são tão fáceis porquanto as bases já estão divididas e ocupando palanques de cada um dos contendores e reencaminhar tais eleitores para outra opção, parece não ser tarefa tão fácil.
Só agora os acertos estaduais estão ficando mais claros e, de forma mais efetiva, os candidatos presidenciais estarão tendo uma idéia das tendências desses grandes “vaqueiros de votos”. Mas, mesmo assim, não se sabe como as coisas caminharão nesses meses mais complicados e difíceis, que são os meses de julho e de agosto.
Também, os presumidos desgastes pelos apoios de chamados fichas-sujas, não terão efeitos maiores em termos de perda de prestígio dos candidatos perante o seu eleitorado porquanto ambos os candidatos mais competitivos, tem vários apoiadores que são
“caras com culpa no cartório”.
Essa discussão sobre a natureza dos apoios lembra muito uma expressão usada, uma vez, por Tancredo Neves, quando vários malufistas queriam aderir à sua candidatura e havia resistência de alguns dos líderes que já apoiavam Tancredo, desde o início da campanha. Diante do discurso de alguns rejeitando tais apoios, Tancredo disse, do alto de sua experiência e de sua sabedoria política: “meus filhos, lembro a vocês que o que enche rio é água suja. Eles que venham e serão bem recebidos, desde quando eles não estão cobrando nada, não estão exigindo nada e nós não estamos nos comprometendo com nada. Isto não macula os nossos princípios e nem a nossa caminhada”.
Também parece que não vai afetar muito as campanhas, as denúncias, os dossiês e as acusações de toda ordem. Talvez o que possa “pegar” será aquilo que estigmatize os candidatos ou que leve ao deboche, à ridicularia e à gaiatice, tão ao gosto dos brasileiros. A frase pronunciada por uma vereadora perguntando: você, como mãe, entregaria o seu bebê para que Dilma fosse sua babá, diante da história de terrorismo, de assaltos, de guerrilhas e da fama de durona e de mulher implacável? Mas, mesmo tais estigmas, como o de Serra, de um mau humor permanente, são contrarestados por excessos como, por exemplo, de Lula chamar Dilma de Nelson Mandela ou do governador da Bahia chamá-la de Irmã Dulce, o que, realmente, vai mostrando que tais iniciativas, pelo conteúdo de exagero e não correspondência com a história e a atitude da candidata, não agregam nada às campanhas.
Parece que a estratégia dos candidatos é, obviamente, ampliar e consolidar as posições onde estão à frente do competidor e, após isto, invadir os territórios onde não estão bem. No mais, é ir ajustando a estratégia de conformidade com a leitura das expectativas do eleitorado.
AS CONVENÇÕES ESTADUAIS ESTÃO CHEGANDO À RETA FINAL!
Até em lugares onde não se esperava nenhuma surpresa, as coisas tomaram novos rumos, neste fim de semana. Na Bahia, Dilma confirmou que terá dois palanques e, talvez, ocorra o mesmo no Ceará, no Pará, no Paraná e em outros estados.
No Paraná, em Goiás e no próprio Rio, o DEM, somente se manifestará, em termos de apoio, após esgotadas todas as possibilidades de reverter a indicação do Senador Álvaro Dias como candidato a Vice-Presidente, na chapa de José Serra. E, desde que não foi possível conseguir um nome de peso no Nordeste ou no Rio, a estratégia mais interessante para Serra seria a de ser o detentor do maior número de votos no Paraná o que afetará, a seu favor, a sua situação em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Pelo “andar da carruagem” agora é que a coisa começou a se definir e, pesquisas, no momento, são muito mais instrumentos de revisão de estratégia, de mudança de curso da campanha e de alteração do discurso ou adequação de linguagem vez que, por exemplo, os tucanos continuam a falar um “idioma” que os bolsa-família não conseguem se sensibilizar com o que falam.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!