DE NOVO A SUCESSÃO!

Lula quer por que quer uma disputa plebiscitária. Ou seja, um confronto entre a sua obra e a obra de FHC. As oposições acham que não é isto que o povo quer e nem é isto que interessa ao País. E as incursões de Lula para conseguir tal objetivo passam, não apenas pelo discurso, mas por ações políticas bastante diretas. Como por exemplo, Lula quer “limpar a área para Dilma”, afastando Ciro da disputa presidencial. Para tanto, busca o apoio do presidente do PSB, Governador Eduardo Campos que, pelo andar da carruagem e, em função dos seus interesses eleitoreiros em Pernambuco, sente-se por demais atraído pela idéia de apoiar Dilma. O que, aliás, se comprova por pesquisa de opinião realizada sob os auspícios da Tv Bandeirantes, em Pernambuco, onde Dilma aparece com 45% contra 23% de Serra e, mais grave, mostra a pesquisa que Lula transfere 53% de votos! Ou seja, consultados os eleitores, 53% disseram que votariam no candidato indicado por Lula!

Se se considerar que, ontem, pesquisa feita no Rio de Janeiro mostrava Dilma como que empatada, tecnicamente, com Serra – 27 a 26% – e Ciro com magros 13%, parece que o cerco foi montado para, realmente, fazer Ciro Gomes desistir de sua postulação presidencial.

Por outro lado, José Serra é pressionado por tucanos e aliados para antecipar para dia 30 de Janeiro próximo a sua decisão de disputar ou não a Presidência. Ademais, os cinqüenta dias de chuvas inclementes em São Paulo, as águas de Janeiro, tem tido efeito devastador sobre o prestígio do Prefeito Gilberto Kassab e, por consequência, sobre o seu patrocinador, José Serra. 

De Minas Gerais, de maneira muito sutil, vem a pressão para que o coordenador de campanha de Serra seja um fiel escudeiro de Aécio Neves, no caso o Deputado Danilo de  Castro, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. E, no cerco adicional a Serra agora, de quebra, vem a sugestão ou a insinuação de que, o melhor para vice de Serra seria um outro tucano, no caso o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati. Aliás, correligionário pouco afeito e pouco simpático a Serra e vice-versa.

Dilma lança sábado, na reunião de eleição do Diretório e da Executiva Nacional do PT, as bases da sua candidatura já que, naquela oportunidade, ela deverá ser ungida candidata oficial do partido à sucessão de Lula.

Dentro das hostes do PT, a reação ao nome de Michel Temer para vice de Dilma, encontra resistências, não apenas de Lula, que já propôs ao PMDB que o partido apresente uma lista tríplice de nomes, argumentando que vice deve ser escolhido pelo próprio candidato e não ser imposto a ele. Temer também encontra resistências dentro do próprio PMDB, haja vista a reação de muitos peemedebistas contra a antecipação da reunião da Executiva Nacional que Michel e aliados pretendem a realização, quase imediata, da Convenção Nacional para a recondução de Michel e, assim, tornar irreversível seu nome como candidato a vice de Dilma.

Ainda nessa controversa discussão sobre o vice de Dilma, tanto o Ministro Edson Lobão como o Ministro Hélio Costa, ambos se acham mais adequados e com maior densidade de votos e prestígio para agregar algo a candidatura de Dilma. Aliás, no caso de Hélio Costa, o mesmo sendo indicado, resolverá, para Lula, em grande abacaxi que é a sucessão mineira onde Hélio é, no momento, o candidato com maior potencial para vencer o candidato de Aécio, o vice-governador Antônio Anastasia.

Ademais, cada vez mais cresce o “enrosco” das sucessões nos estados, pois que, no caso do PMDB já são, pelo menos, sete estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Acre, Pernambuco e, talvez, Pará que já deixaram claro que não apoiarão Dilma Roussef. E o drama da atual Executiva Nacional do PMDB é que, com o tempo, já considerando o seu distanciamento do PMDB do Senado, mais estados definam-se em função de circunstâncias locais, a não seguir a Direção Nacional. Aí Temer vai para o brejo e, “o sonho de uma noite de verão” de Henrique Eduardo Alves, de vir a ser presidente da Câmara, vai para o espaço!