DE UM LIMÃO UMA LIMONADA? SERÁ POSSÍVEL?
Começou 2016 com todos os brasileiros ressabiados e, como que, incapazes de nutrir esperanças efetivas de dias melhores, como é praxe quando se inicia um novo ano . Mas, no caso brasileiro, diante de tantas más noticias, o que fazer, a não ser forçar a descoberta, lá no mais recôndito da alma e do coração, de uma réstia de esperança de que, mesmo diante do passado recentíssimo de equívocos e de malfeitos, das atitudes deploráveis dos líderes políticos e da qualidade do governo que se tem, faça, aos brasileiros, acreditar que tudo poderá ser melhor do que foi até agora! E isto é difícil mas, infeliz ou felizmente, é necessário!
Não é que se queira vender a idéia de que milagres são passíveis de ocorrer, notadamente quando estão em alta aqueles que a sociedade hoje cobra, com veemência, a sua beatificação e canonização , como é o caso de “Padim Ciço do Juazeiro” que, por mais de um século, foi tido como um marginal pela Cúria Romana e agora está sendo reabilitado!
Claro que, com a ajuda dele, de Madre Theresa de Calcutá e de outros menos votados, é possível sonhar que a lucidez, o espírito público e a responsabilidade republicana baixem sobre os dirigentes e sobre a classe política e sejam encontradas saídas para os desafios, os problemas e os impasses que tem, diante de si, os brasileiros, para o ano da graça de 2016.
Parece que as circunstâncias sugerem que as coisas podem começar, razoavelmente bem, notadamente quando o novo comandante da economia reconhece que o mercado não gostou da indicação dele, ainda não confia nele e, aguarda, cada gesto e cada atitude sua, para verificar se ele está no rumo certo!
Se Nelson Barbosa não tiver uma recaída manteguista, se não aprontar com uma reedição da “Nova Matriz Econômica” e, esquecer o amor ao cargo, não permitindo que Dilma volte a ser a dona e mandona da economia, pode ser que a coisa, realmente, ande no rumo esperado!
Dentro desse panorama, medidas como as que legalizaram as famosas pedaladas fiscais, tomadas pelo novo Ministro, já parecem ser uma demonstração patente de que , a partir de agora, pelo menos, a transparência, possa vir a ser uma das regras de atuação dos gestores das políticas públicas!
O também anúncio feito pelo Ministro, de propostas objetivas e politicamente viáveis nas áreas previdenciária e trabalhista, podem contribuir para desanuviar o ambiente, para ir recuperando a confiança dos mercados e criando as pré-condições para que os investimentos , aos poucos, venham a ser retomados!
Máxime, caso os marcos regulatórios relacionados a concessões, a exploração mineral, particularmente do pré-sal, venham a ser explicitados, o mais breve possível e, considerando que já foram amplamente discutidos e o mercado ja demonstrou o que não lhe agrada na proposta do governo, venham a ter a aprovação do mercado.
Se tais pre-condições forem atendidas, criar-se-ão estímulos especiais para que investidores voltem a crer nas potencialidades econômicas do país, aproveitem a queda significativa nos valores dos ativos do Brasil e se interessem pelas enormes e amplas oportunidades de investimentos nas áreas de infra-estrutura física, de mobilidade urbana e, até mesmo , no processo de modernização e elevação da eficiência e competitividade do parque manufatureiro do Brasil.
Talvez essas observações sejam repetitivas e não encontrem guarida nem no ambiente econômico, nem na visão do governo central e nem mesmo numa espécie de “wishfull thinking” de que os políticos consigam, por alguns lapsos de tempo momentâneos, assumir um mínimo de compromisso para com os brasileiros, diante do quadro de dificuldades que se enfrenta e da forte dose de sacrifícios que se exigirá, ainda, da sociedade.
Máxime, é bom chamar a atenção do fato que a ação Sergio Moro teve uma notável eficácia em retirar os generosos apoios dos grandes grupos aos seus candidatos preferidos! Em não havendo dinheiro para financiar eleições e o que vai pesar no discurso e no “appeal” dos candidatos, será o que restou de seriedade e credibilidade dos mesmos, os seus compromissos para com o País e as chances de assistir e mostrar ao povo um início de recuperação da economia.
No mais, para a maioria dos cidadãos desse imenso país é ir torcendo, é ir ampliando a paciência, é ir acreditando que, mesmo diante de um governo medíocre, seja possível arrancar atitudes relacionadas ao controle do gasto público, a agilização das licitações de concessões de toda ordem, a indicação de que serão facilitadas medidas destinadas a atração de investidores quer nacionais, quer internacionais e que os exportadores, os exploradores de recursos minerais e os pequenos empreendedores, não vejam tolhidas ou frustradas às suas iniciativas por exigências e cobranças, exdrúxulas, saídas da cabeça de algum gênio que habita as entranhas do poder.
É hora de voltar a acreditar que Deus é brasileiro! Caso contrário, será um ano para também ser esquecido como, com certeza, será 2015!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!