DEPOIS DE UM LONGO E TENEBROSO INVERNO…
A recessão foi profunda e brutal. E, num ciclo perverso, comportou-se aparentemente na forma de uma distribuição estatística normal. Ou seja, no começo vai assumindo um ritmo aparentemente ainda controlável mas, depois que ganha momento, acelera a sua expansão até atingir um máximo. Embora, é bom que se diga, que esse máximo pode atingir um limite quando se estabeleça o inicio de um processo de contenção e de reversão de ritmo de tal expansão. É isto que está se verificando nas atuais circunstâncias!
O inicio da atual crise ocorre no final de 2014 e vai, num crescendo, em 2015, até fechar o ano com o encolhimento de 3,8% do PIB e, sem medidas de contenção significativas, já que a politica econômica não mudaria, substancialmente de tom, a tendência é que 2016, como era esperado, viria a apresentar uma queda ainda maior na renda média dos brasileiros. A mudança nos pressupostos da política econômica do País, com a substituição dos seus gestores, tendeu a desmontar os mecanismos de aceleração da desestruturação da economia. E, em função de tais alterações, 2016 fecha o ano com uma inflação já sob controle e bem abaixo daquela observada no ano anterior. E, o mais importante é que o PIB com uma queda, embora significativa, mas um pouco menor que em 2015 — menos 3,6% em 2016 — mas com tendência a uma reversão esperada já para o final do primeiro trimestre de 2017.
2017 já se prenuncia com perspectivas bem distintas. Um câmbio aparentemente equilibrado, uma inflação cadente indo para o centro da meta, a indústria manufatureira crescendo 1,4% em janeiro e uma elevação da safra agrícola, de mais de 20%.
Ademais, a aprovação pelo Parlamento Inglês do Brexit, já, segundo o Financial Times, poderá gerar espaços significativos de aumento do comércio entre os dois países. Também, a saida dos Estados Unidos da Transpacífica, amplia as possibilidades de negócios do Brasil com a China e com os demais parceiros da empreitada.
Aqui dentro, a recuperação da economia começa a dar sinais inclusive a nível das micro e pequenas empresas quando o emprego, nesse início do ano, foi favorecido pela criação de cerca de 27 mil vagas. Por outro lado, apesar do investimento está num nível extremamente baixo — 16% do PIB — a retomada das concessões ora anunciada, envolverá cerca de 45 bilhões de reais de novos investimentos. Dessa forma, o conjunto de indicadores conduzem a se admitir que o processo de recuperação da economia já começou e, dependendo da ação do Banco Central em baixar as taxas de juros e de uma maior agressividade dos bancos oficiais, é bem provável que a expectativa do Ministro Meirelles já se cumpra. Ou seja, a crença dele é que, já no primeiro trimestre, a economia apresente um desempenho positivo.
E tal pode ser justificado não só pelas ações e pelos indicadores que despontam mostrando uma reversão das expectativas mas por decisões que o governo vai engendrando e propondo como é o caso do que o Governo Central estå sugerindo que irá enfrentar reformulações e simplificações no Pis, Cofins e no próprio Icms. Quando se agregam tais ideias as que já estão no Congresso para apreciação e possível aprovação, então vão se criando um ambiente marcado por sentimentos e avsliacoes positivas e otimistas dos agentes econômicos.
A sensação que se tem é a de que, com a possibilidade de aprovação da reforma da previdência, da flexibilização da legislação trabalhista e da renegociação das dívidas dos estados e municípios, o mercado tome alento, a confiança se reestabeleça e os investimentos sejam retomados. Na verdade, o que também se acredita é que, na proporção em que a economia dê sinais de que está se dinamizando, a tendência é que a própria área política poupará o país de embaraços e terá a sensibilidade maior para gerar um ambiente favorável aos negócios.
Assim, mesmo com todos os entreveros políticos e a instabilidade do quadro em função dessa pororoca de denúncias e delações, acredita-se que a economia parece ter se descolado da política e nem mesmo diante das possibilidades de Temer ser atingido pelas denúncias no TSE — o que o cenarista acha pouco provável! — o desempenho dos agentes econômicos não sofrerá perturbação e a expansão não sofrerá solução de continuidade. É otimismo em excesso? O cenarista acredita que não pois, ao juntar pedaços, os indicadores e indícios de movimentação positiva da economia, cria esse ambiente mais favorável e mais otimista para a economia brasileira.
E é tudo o que os brasileiros sonham pois, uma economia voltando a gerar empregos, uma inflação sob controle, um câmbio flutuando como deve ser, uma gestão pública melhorando e os estados e municípios adotando posturas austeras, era tudo que se queria para se voltar a acreditar que o País ainda é viável.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!