DESCONSTRUINDO REPUTAÇÕES!

Há uma piada ou estorieta sobre a típica atitude, no Brasil, sobre a forma de enfrentar um adversário que, muitas vezes, por se diferenciar, em demasia, da maioria dos protagonistas, em termos da ética de compromisso e da ética da responsabilidade dos políticos, sofre um verdadeiro processo de desconstrução.

Em determinada cidade, um político simples, porém honesto, sério e diferenciado dos seus concorrentes, estava a crescer, em termos de popularidade, em demasia. O chefe político local, pretenso dono do “curral eleitoral”, deveras preocupado diante do risco de perder o controle político da cidade, conclama os seus assessores para estabelecer uma estratégia de caráter emergencial, para conter o crescimento, já vertiginoso, do opositor.

De maneira direta sugeriu, em primeira mão, que se deveria insinuar que o opositor era ladrão e já existiam provas de que não era probo.Era um lobo vestido em pele de cordeiro. Alguém, de bom senso, com a devida cautela, argumentou que, seria inócua tal campanha pois o sujeito, praticamente, não tinha onde cair morto e, a acusação não “iria pegar”.

Um outro mais prestimoso sugeriu insinuar que o tal concorrente era corno e a mulher era uma vagabunda de marca maior. Apareceu um companheiro, cioso dos interesses do chefe político e, atento as circunstâncias, disse que era vizinho do cidadão e que a mulher dele era paraplégica, fazia uma porção de anos. Seria, portanto, uma crueldade tal insinuação e, o resultado, seria por demais adverso. Finalmente um outro prestimoso companheiro, rapidamente, argumentou: “Então vamos dizer que ele é uma bichona louca e, pelos amantes que tem, faria qualquer negócio”. Ora, um outro parceiro contrapôs dizendo: “Quanta bobagem! Isto não vai pegar. O cara, além de bonitão, é envolvente e, todo mundo sabe que o cara é um garanhão”.

Aí então, veio a palavra final do chefão do grupo, muito mais pragmático que os demais, então propôs: “espalha por aí que ele está com “câncer” e deixa prosperar a idéia que ele vai cair nas pesquisas”!

Ou seja, para ganhar uma eleição, para alguns, vale tudo e mais alguma coisa!

Atente bem para o fato do que ora está a ocorrer no País. A campanha ainda não começou mas, aproveitando-se das manifestações populares, surgiram, recentemente, os famosos “black blocs”, baderneiros, vândalos e, de uma violência incrível a patrocinar quebra-quebra e agressões que estão a assustar as famílias de bem. Bem apetrechados, esse grupo relativamente pequeno, faz um sucesso tal nas suas empreitadas que, no Rio, em breve espaço de tempo, o grupo acabou com a reputação do governador Sérgio Cabral, reduzindo as chances do mesmo fazer o seu sucessor e, o levaram, a rua da amargura.

E, na verdade, de fato, até hoje, nenhuma acusação contra ele foi até agora provada! Uma milícia mercenária, a serviço de interesses escusos, desconstroi a reputação, a história e o nome de um cidadão, como fizeram com Sérgio Cabral!

E, o que fazer? Parece que nada, pois sob o manto protetor da manifestação popular, a única reação que se pode ter é de, apenas, alertar os mais incautos de que as coisas não estão a acontecer por acaso.

Seguindo o raciocínio de Agatha Christie, “a quem o crime interessa?”, é, com certeza, a pergunta que não quer calar. Ou seja, há que perguntar, no caso de um mês de quebra-quebra, violência, arruaça e tumulto no Rio, quem foi o maior beneficiário de tal crime? Ora, com certeza, os presumidos candidatos ao Governo do Rio, entre eles, o Senador Lindberg Farias, vez que este lutava pelo fim da coligação PMDB/PT, conduzida por Sérgio Cabral.

Utilizando-se do mesmo expediente de se imiscuir nas pacíficas e ordeiras manifestações populares, os mesmos baderneiros em São Paulo, remunerados por interesses escusos, os “black blocs” paulistas ( ou não seriam os mesmos, importados do Rio?) buscaram desconstruir a imagem e reputação do Governador Alkimim. Apesár dos prejuízos a ele causados, até agora não conseguiram fazê-la como queriam.

Mas, parece que estão a conseguir algo muito mais preocupante e pior: despertaram o crime organizado e o estimularam a se imiscuir no meio das multidões para forçar o governador a se dobrar às suas reivindicações!

Será que, o que o PT fez e vem fazendo com Eduardo Campos, sob a orientação expressa de Lula de “isolem o PSB e o Eduardo”, através dos expedientes os mais diversos — como mandar Dilma cortar verbas federais para obras em andamento no estado de Pernambuco; mobilizar ambientalistas petistas para dizer que ele desrespeitou princípios, na ampliação do Porto de Suape; ao sensibilizar e convencer os irmãos Gomes, do Ceará, a confrontar Eduardo Campos e deixar o partido, para enfraquecer a postulação presidencialista; ao estimular cisões, rachas e divergências na aliança da Rede com o PSB, através da mídia tradicional, da mídia alternativa, das redes sociais, etc, não estaria agindo como verdadeiros “black blocs” da política?

Agora o foco dos “black blocs” da política partidária volta-se, também, contra Marina, dizendo que ela, aparentemente ingênua, age autoritàriamente, quando escorraça Ronaldo Caiado da aliança e, com isso, afasta o agronegócio de qualquer apoio a Eduardo Campos!

Mesmo com toda essa “desconstrução” bem armada pela mente brilhante de algum gênio do mal, na pesquisa recém divulgada, embora os petistas buscassem demonstrar que os votos de Marina teriam migrado para Dilma e Aécio — e é muito cedo para qualquer avaliação! — Eduardo Campos chega aos 15% das preferências e, Aécio a 26%, sendo que, já agora, atingem a faixa dos, efetivamente, capazes de disputar o pleito presidencial, no próximo ano.

A Rede e, Marina, particularmente, não podem fazer o jogo dos seus adversários é bom que se advirta! A atitude de não aceitar o convite para participar da Executiva Nacional do PSB, por um lado, se foi uma precipitação de membros do PSB ao fazê-lo agora, por outro lado, também foi uma maneira inábil de Marina de sair de tal desconforto, quando poderia ganhar tempo para declarar que não poderia aceitar tal participação ou que tal em nada contribuiria para fortalecer a aliança!

Também, agora mesmo, no Maranhão, a aceitação pela Rede de uma deputada do PSL para fazer parte do seu comando no estado, sendo a mesma, segundo alguns, ligada a família Sarney, afastou o Deputado Domingos Dutra de Marina. O prejuízo foi da Aliança embora, segundo alguns analistas, quem deve se aproveitar e ganhar com isso, face a natureza do jogo local, é o ex- deputado Flávio Dino, candidato a governador, contra a família que domina a cena maranhense. Ou seja, o episódio, não criado pela Rede, foi explorado pelos desconstrutores petistas, nesse afã de buscar viabilizar Dilma na sua reeleição.

A Rede precisa perder um pouco a ingenuidade e administrar melhor o seu purismo para não continuar criando ruídos na Aliança. Rever os seus limites de tolerância e fazer a todos compreenderem que, se o princípio da sua criação foi tornar viável um compromisso capaz de quebrar a polarização PT versus PSDB, então é preciso estabelecer formas de fazer com que sonháticos e pragmáticos possam cumprir o seu papel e o seu objetivo no fortalecimento das instituições democráticas.

Um Comentário em “DESCONSTRUINDO REPUTAÇÕES!

  1. Muito bom !! Mostrou com muita clareza e realismo a nossa situação política …pelo PODER VALE TUDO …..

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