DILMA, JOSÉ SERGIO GABRIELLI E A RUIVINHA!

Cada dia são r mais e mais diatribes cometidas por aqueles que aparelharam a máquina pública nos últimos quase quinze anos! A coisa é escabrosa não só no que é revelado pelas operações tipo LavaJato, Zelotes e outras tantas, que se assemelham a, como bem afirmou o Ministro Teori Zavaski, um novelo de linha que não se sabe onde vai parar, mas, também, das descobertas de rombos, de “generosidades inaceitáveis” ao compadrio e a opções de políticas públicas equivocadas.

Se não bastasse a enxurrada de denúncias tornando expostas as feridas abertas por uma podridão que toma conta de toda a cena nacional, toda hora surgem novos escândalos e versões de malfeitos que demonstram uma impetuosa e gulosa desonestidade,  como também mostram uma pobreza e uma incompetência gritante e ululante na condução da coisa pública, em todas as áreas do governo.

Agora a opinião pública conhece os detalhes sórdidos da operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, onde não havia um só argumento respeitável que justificasse a aquisição da chamada “Ruivinha”, assim denominada a refinaria por estar bastante deteriorada e dominada pela ferrugem, nas suas instalações!

Afora a ânsia de gerar oportunidade adicional de alimentar o propinoduto hoje desbaratado da Petrobras, alguém, em uma das delações premiadas, informava que a aquisição também tinha como propósito atender a “objetivos políticos” do Presidente José Sergio Gabrielli! E que propósitos e que objetivos políticos seriam esses que, por acaso, nunca foram do conhecimento e nem revelados a Presidente do Conselho de Administração, na época, a  Ministra Dilma Rousseff?

Por outro lado na hora em que, porventura,  se configurar a derrota de Cristina Kirschner e do Partido Justicialista na Argentina, é bem provável que o processo de “Passar a Limpo” o País, típico daquela nação, quando da alternância de poder, outras revelações de negociatas entre a Petrobras e aquele governo poderão aparecer, desvendando mais problemas e mais dificuldades para a Petrobras e para o Brasil.

Na verdade, mesmo com as declarações relativamente otimistas de Levy de que o Brasil não está quebrado, “mas só um pouquinho desorganizado”, ainda vai levar algum tempo para que a confiança dos agentes econômicos se restabeleça, o ambiente econômico se torne mais confiável e o quadro político-social mais respirável.

Isto porque, como o cenarista já havia “cantado a pedra”, o clima para o acordão continua “melhorando” e os sinais ficam cada vez mais claros. Primeiro, pelas articulações do Planalto para que os seus votos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados favoreçam a Eduardo Cunha e, quando houver dúvidas sobre a “lealdade do companheiro”, substitua-se, como ocorreu, agora, com a assunção do suplente do Solidariedade, Paulinho da Força, diante de um titular “renitente”  e pouco compreensivo.

Adicionalmente, os jornais mostraram, claramente, neste fim de semana, que anda intensa a movimentação do Planalto nesse sentido como forma de afastar o temor da abertura do processo de impeachment de Dilma. Também, a temerosa, cautelosa e até medrosa atitude da Oposição tira qualquer esperança de que algum sério movimento possa ocorrer pois a confiança do povo na mesma Oposição caiu, bastante!

E caiu desde o momento em que claudicou em relação a Cunha quando, num primeiro instante, acenou com apoio ao Presidente da Câmara para garantir reciprocidade da ação dele contra Dilma e, depois, mostrou fraqueza, diante da reação da opinião pública e, como era esperado, puxou o tapete do mesmo Eduardo Cunha!

Também, para respaldar a tese do acordão mostram-se claras as tentativas de toda ordem de buscarem mecanismos de proteção à Lula e familiares, a Renan, a famílília Sarney e, a mais de cem parlamentares, ex-parlamentares e outras figuras públicas diante da “dita fúria” de Sérgio Moro e de seus jovens e intrépidos procuradores, além da “briga de poder” de grupos na Polícia Federal que, às vezes, tornam os policiais incontroláveis e “pouco infensos e insensíveis aos compromissos republicanos que, de modo sincero, objetivariam parar o sangramento do País e evitar um processo de confronto institucional e político, conducente a uma ruptura de consequências imprevisíveis”.

Claro que o leitor interpreta esse suposto “compromisso republicano” como um deboche e um achincalhe expresso pelo cenarista porquanto todos sabem que espírito público e seriedade de propósitos não prevalecerá em tal entendimento, pois será  muito mais a busca de um pacto de conveniência e de sobrevivência daqueles que “gestaram” essa situação e que foram denunciamos pelos mal feitos que buscam uma estratégia salvadora, do que qualquer atitude séria e honesta.

E, lamentavelmente, pouco de bom e de transformador poderá, ocorrer, pelo menos  no campo ético-moral e, as possibilidades objetivas de que as medidas fundamentais para mudar a face do estado brasileiro, dificilmente encontrarão espaço e ambiente para ocorrerem.

Talvez a manutenção do dinamismo do agronegócio, uma trégua na desorganização interna da economia nacional, a criatividade na lógica de sobrevivência dos agentes econômicos e uma nova onda de expansão da economia mundial, sejam elementos que adiem, mais uma vez, a chance de rever e atualizar o estado brasileiro e acabar com o ideologismo nas relações internacionais, substituindo-o por um pragmatismo de resultados; o aparelhamento da máquina de governo pelo profissionalismo administrativo; e o experimentalismo na política econômica pelo respeito ao receituário comum indicado pelos verdadeiros conhecedores e, porque não dizer, criadores da lógica econômica vigente.

É diante de um Domingo chuvoso e cinzento, preso ao espaço de um apartamento, na mais bela cidade talvez do mundo mas, com certeza, do Brasil, que o cenarista destila um pessimismo que não lhe é comum mas que, as circunstâncias experimentadas pelo Brasil, conduzem-no a assim ver o hoje e o amanhã desse País.

Talvez o cenarista esteja influenciado “pelos astros”  pois estando na véspera de mais uma etapa de envelhecimento, comece a sentir que se distancia mais e mais, a perspectiva de ver concretizado o sonho de construção, aqui, da primeira civilização dos trópicos por tantas boas características histórico-culturais desse imenso País!

 

 

 

 

 

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