E A CRISE CONTINUA…
As dúvidas sobre a dimensão da crise já não são mais um enigma. O processo de deterioração das economias européias, o “dismilinguir” do euro e as repercussões nas bolsas do mundo inteiro, das medidas de austeridades tomadas por nações como a Alemanha e a Inglaterra, deixam bastante claro que a crise é de dimensões consideráveis e que já começa a afetar as áreas que não sofrem da doença européia.
Este Scenarium vem advertindo que, se porventura, o governo brasileiro não tomar medidas bastante agressivas já e agora – e não basta, apenas, um corte de 10% nas dotações orçamentárias deste ano! – e rever medidas que aceleraram, em muito, o aumento da dívida pública interna, como “as bondades”, a estratégia de reforço de caixa do BNDES, que já elevou a dívida para 1,6 trilhões, além de uma revisão de aumentos concedidos e contratações realizadas, sob pena de, conforme têm chamado a atenção alguns economistas, ficarem fragilizados os fundamentos da economia e ser o Banco Central obrigado a elevar a taxa básica de juros para, no mínimo, 11,5%, até dezembro. É bom chamar a atenção que hoje o Brasil gasta mais com os seus servidores públicos que os países mais ricos da Europa, onde os servidores aqui custam 12% do PIB enquanto nos países da OCDE, 11%!
Por outro lado, matéria do “The Economist” de hoje, chama a atenção para os gargalos ao crescimento brasileiro e, segundo o jornal, o país não estaria pronto para crescer na base da expansão chinesa como se antecipa para este ano.
Adicionalmente, os entraves ao crescimento, embora tenham diminuído nos últimos anos, como no caso da competitividade, onde o país era um dos últimos colocados, entre 58 países e, hoje, está na 38ª posição, os problemas de infra-estrutura, burocracia, sobrecarga tributária, encargos sociais abusivos e entraves à atuação de empresas brasileiras e estrangeiras no país, colocam em risco uma tentativa de se crescer, por vários anos seguidos, à base dos 5% ao ano.
Em editorial de hoje, da Folha de São Paulo, o responsável pelo texto, chama a atenção para o fato de que as “empresas estão fazendo a sua parte, quando o país hoje já se situa em 22º lugar na qualidade das práticas de administração e o 16º em atitudes e valores das companhias”. Mas, o estado tem representado fator impeditivo maior. É uma séria e oportuna advertência para que o país não perca o “bonde da história” e não deixe de aproveitar os bons ventos e as enormes potencialidades a serem exploradas para uma expansão econômica segura, sustentável e continuada.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!