E AGORA, A CAMPANHA COMEÇOU?
Lançada a candidatura do PSB, encabeçada por Eduardo Campos e, tendo como vice, Marina Silva, as peças do xadrez da sucessão começaram a se movimentar. Os lances, até agora, eram imprecisos, indefinidos e pouco objetivos, deixando a sensação de que a campanha seria morna e manteria a mesmice do que foi em passado recente.
Por fim, parece que não ficarão os eleitores brasileiros sujeitos a velha e desgastada polarização entre o PT e o PSDB. E sim, algo de novo parece que surge no horizonte podendo dar esperança de que a alternância de poder venha a ser possível quebrando a monotonia dessa paisagem cinza, sem graça, monótona e frustrante que se apresenta até agora.
Embora numa jogada considerada perigosa e capaz de gerar confusão na cabeça do eleitorado, divulgou-se que a chapa do PSB, que poderá contar ainda com o apoio de várias outras agremiações como o PDT, o PSL, o PPS e outros partidos pequenos, tenha, como candidato a presidente, o ex-governador Eduardo Campos, segundo a legislação eleitoral, poderia ceder lugar a Marina Silva, até 20 dias antes do pleito. Ou seja, ela poderia vir a ser a candidata a presidente em lugar de Eduardo Campos, caso tal se mostre mais viável em termos eleitorais.
A menção a tal hipótese não deveria ter sequer sido cogitada pois isto pode, de uma certa forma, fragilizar a chapa como agora está sendo lançada. Portanto, tal idéia só deverá ser objeto de discussão se assim se manifestar necessária, quando e, se for oportuna, a sua apreciação.
Dentro desse novo quadro, com o PSOL lançando o seu candidato, no caso o Senador Randolphe Rodrigues e os evangélicos lançando o pastor Everaldo, aí, necessariamente, o discurso deverá começar a ficar mais objetivo, incisivo e de visão mais crítica e mais propositiva. No lançamento da candidatura de Eduardo Campos e Marina, as críticas a mesmice da polarização PT versus PSDB, a necessidade de alternância de poder, o escândalo da PETROBRÁS, a crise do setor elétrico, foram objeto dos discursos ali feitos, além, é claro, de propostas do tipo ampliar para mais 10 milhões de pessoas o bolsa-família.
Por outro lado, lá no Estado da Bahia, Aécio Neves era recebido por uma turma de peso, no caso o ex-Governador Paulo Souto, o Prefeito ACM Netto, de Salvador e o candidato provável a senador, pela oposição, Geddel Vieira Lima! O encontro, praticamente, selou o apoio a candidatura presidencial do PSDB por parte de Paulo Souto. candidato de oposição ao governo em aliança com o PMDB. Ali Aécio aproveitou para elevar o tom das criticas a Dilma, não apenas as referencias feitas aos escândalos da Petrobras mas também a pouca eficiëncia da gerontona do Brasil.
Um dado adicional relacionado ao que já começa a ocorrer na dinâmica da sucessão, considerando os acordos estaduais, é que já se fez na Bahia onde o PMDB, um partido sem eira e nem beira, bem como sem unidade e proposta nacionais, começa a fazer as suas opões em função dos interesses específicos dos seus morubixabas, donos do poder e do partido nos estado. Na Bahia Geddel não deu bolas para o que pensa Michel Temer e, dentro da proposta de viabilidade do projeto de poder do partido, escolheu juntar-se com o DEM de ACM Netto. De lá Aécio já anuncia o que pode ser de uma nova e importante dissidência do PMDB, qual seja, aquela a ocorrer no Ceará onde Eunício Oliveira deve buscar acertos com Tasso Jereissati e abrir palanque para Aécio já que Dilma fez opção pelos irmãos Gomes em termos de aliança eleitoral.
Nesse mesmo instante em que Eduardo Campos se movimentava em Brasilia e Aécio em Salvador, Dilma ia a terra de Eduardo para lançar, ao mar, o navio Dragão do Mar e visitar obras federais no interior do estado. Aproveitou o ensejo para mandar um recado aos seus opositores de que a Petrobras não iria sofrer os desgastes e limitações que estão sendo intentadas pela Oposição, com a CPI da mesma no Congresso Nacional.
Diante do quadro, agora é hora de esperar pela agenda para o Brasil de cada um dos candidatos. E, na proporção em que as tornem públicas para uma discussão ampla pelos vários fóruns espalhados país afora, a sociedade poderá avaliá-las e subordiná-las a sua visão do que é aceitável, acreditável e viável das promessas que forem feitas.
Agora que o jogo começa! A partir deste momento, acelera-se a montagem dos palanques estaduais, partidos definem as suas opções e acordos são “arreglados” para permitir o inicio do jogo! E, o que se espera e que surjam ideias e propostas para enfrentar os desafios de curto prazo e assentar as bases para superar as dificuldades de médio prazo e retomar os sonhos de uma economia dinâmica, socialmente mais justa e politicamente mais solida nos seus fundamentos.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!