E nós, para onde vamos?

Tem sido uma constante na discussão dos fatores impeditivos ao deslanchar mais firme e seguro do crescimento econômico do país, os chamados gargalos que comprometem, com certeza, a expansão segura, continuada e dinâmica da economia nacional. Muitos de nós nos perguntamos por que não crescemos ao ritmo chinês. Alguns respondem que isto ocorre em decorrência  das limitações na capacidade  reduzida de poupança do país. Outros tantos atribuem tal limitação as restrições criadas pelo ambiente econômico, por marcos regulatórios  instáveis e pelas inseguranças e temores  dos próprios gestores do Governo em relação a uma inserção maior do capital estrangeiros nas plagas brasileiras. E, então, nos perguntamos? Quais são os nossos verdadeiros e efetivos gargalos, constrangimentos e restrições à maior e mais estável e continuada expansão econômica? O que nos impede de avançarmos muito mais rapidamente do que até agora conseguimos?
E tais  gargalos e estrangulamentos, comprometerão, de fato, a nossa Copa do Mundo de Futebol e inviabilizarão os nossos Jogos Olímpicos? Se os nossos problemas forem apenas os chamados gargalos de infraestrutura, a coisa será de aparente simples solução. Mas, ao que parece, são eles grandes e complexos na proporção em que não superamos as restrições ideológicas, o nacionalismo barato, o estatismo ultrapassado e a nossa soberana e respeitável incompetência gerencial para enfrentar tais limitações.
Claro que o tipo de ambiente econômico atrapalha, a carga tributárias desestimula e a burocracia enlouquece. Mas não ter rodovias, nem transporte ferroviário relativamente eficientes, nem tampouco transporte marítimo de razoável eficiência e uma constrangedora mobilidade urbana, são fatores a transferir ineficiência ao setor produtivo nacional, comprometendo seriamente a competitividade da economia nacional. A demonstrar tal fato, a queixa, pelos empresários da FIESP, da desindustrialização nacional é demonstração patente das restrições ao crescimento nacional.
Embora tais industriais se queixem desses fatores como causadores da não competitividade da economia nacional, vis-a-vis dos concorrentes internacionais, hoje a maior queixa se dirige ao custo dos insumos básicos – 30% acima da média internacional – responsável maior do chamado Custo Brasil. Diante de tal desafio, o que fazer já que reduzir a taxa básica de juros, melhorar o câmbio e medidas pontuais de redução de tributos e encargos sociais, estão sendo promovidas pela Presidente Dilma?
Alguém poderia indagar por que o país não aproveita a crise internacional, a sobra de liquidez e empreendedores ansiosos para realizar investimentos diretos em ferrovias, infraestrutura e mobilidade urbanas, saneamento ambiental, portos, aeroportos, entre outros,  espalhados por todo o mundo, em condições altamente facilitadas e vantajosas? Isto seria possível num curtíssimo espaço de tempo, sem endividar o país e usando o melhor do que se acha disponível, internacionalmente, em termos de tecnologia e gestão de negócios e empreendimentos.
Claro que tais alternativas estão ai a disposição de quem quer conviver nesse mundo globalizado sem se prender a um xenofobismo sem sentido e também para que os líderes de nações pudesse buscar tais parcerias, sem os temores de perdas do controle, por parte do país, da política econômica nacional.
A questão crucial do Brasil é fazer uma opção clara em favor do estado regulador ao invés do atual estado interventor, que tanto limita o ir e vir do empreendedor nacional. Até mesmo para enfrentar a grave crise de pessoal qualificado, é possível formular uma saudável e inteligente politica de imigração capaz de superar esse enorme gargalo que hoje compromete o crescimento e a expansão econômica do país, que é a já crônica falta de mão de mão de obra qualificada!
Mas quem buscará esse caminho e estabelecerá tal estratégia? Se a Presidente Dilma superar os ranços de um ideologismo ultrapassado, de um nacionalismo dejavú e de um estatismo sofrível e pobre de espirito, então será possível avaliar as amplas possibilidades que o quadro internacional  oferece ao país, sem perda de seus graus de liberdade em termos políticos e permitir elevar os níveis de nossa competência gerencial!