É POSSÍVEL ACREDITAR QUE O PAÍS TENHA JEITO?
Há três movimentos que hoje dominam as sociedades como um todo e, ao que parece, em particular, a brasileira. O primeiro deles é um pessimismo arraigado que parece perpassar a sociedade como um todo, mesmo quando algumas boas notícias, ou, pelo menos, promissoras, são divulgadas. O segundo deles é uma descrença generalizada não apenas nos homens públicos e nas lideranças políticas e empresariais mas, agora, também, uma descrença nas instituições democráticas, notadamente, naquele que seria o pilar básico da operação da democracia, no caso à justiça.
Finalmente, o terceiro fenômeno que se observa diz respeito ao Total descompromisso politico-institucional dos cidadãos como um todo, mostrando um total desinteresse, descaso e desatenção para com quaisquer ações ou gestos de líderes outrora representativos para a sociedade.
Parece que, decisões como a recente do STF, que jå coleciona posições controversas e vistas com descrédito e desconfiança pela população, mandando soltar José Dirceu, além de abrir precedente para, por exemplo, por em liberdade Palocci, incorporam em seu bojo, temores de que a Lava Jato possa vir a sofrer abalos capazes de comprometer o seu itinerário. Isto porque, faz poucos dias a justiça mandou liberar Eike Batista. E, na proporção em que Palocci venha a ser beneficiado com o mesmo tratamento dado a Eike e José Dirceu, o temor é de que Palocci desista da prometida delação bomba como esperado e levaria, de roldão, muitos líderes e figuras que se beneficiaram de ações e decisões daquele que foi um dos homens mais fortes e de maior articulação, tanto no campo econômico como no politico, dos dos governos do PT.
Dentro desse cenário, mesmo que o governo Temer, num esforço quase sobre-humano, tenha tido êxitos parciais, mas de significado notável para a reorganização da economia e das finanças públicas, nos embates no Congresso; mesmo com os que Temer vem conquistando em relação às reformas básicas, além de notícias promissoras na condução da economia como a redução drástica da inflação, a retomada da economia através da, embora ainda tímida recuperação,da indústria manufatureira e dos serviços, a par de um exuberante desempenho do agronegócio e do setor externo do País, o clima é ainda de desalento e de pessimismo.
Se a descrença é grande por aqui, a situação na Europa parece também estar marcada pelo mesmo sentimento como o cenarista pode observar conversando com pessoas, na faixa de idade entre os 25 a 45 anos onde, relembrando o episódio da famosa “operação mãos limpas”, os italianos mostravam todo o seu pessimismo acreditando que, não haveria chance das instituições se reinventarem e, por incrível que possa parecer, lamentavam que não estaria havendo espaço para aparecer uma espécie de Hitler no caminho que, com a sua mão pesada e autoritária, o que poria, de novo, as coisas em ordem.
Dentro desse clima aqui no Brasil, onde Lula mantém os 30% de preferência popular na disputa da Presidência e, Bolsonaro, surge como a expressão maior dos indignados e dos revoltados, a única opção dos que ainda querem crer em algo é apostar que algum novo nome, sem máculas maiores e com uma proposta que recrie o sonho e a esperança apareça para reestabelecer o ânimo e o entusiasmo. Mais una vez os brasileiros vão apostar suas fichas não nas suas instituições mas, talvez, em um presumido ou pretendo salvador da pátria.
Por outro lado, numa perspectiva mais favorável, talvez ressabiada com os rigores da crise que há quase três anos sentem na pele, os brasileiros comecem mesmo a acreditar que o crime não compensa apesar de, pelo que a mídia mostrou da última fase da Lava Jato, há uns “carinhas” deveras ousados e destemidos ainda estavam cobrando propina dentro da área comercial da Petrobras, mostrando o cinismo e o acinte com que agem os meliantes da corrupção com o dinheiro público. Mas, é plausível que, mesmo com a desconfiança nas instituições democráticas e nos líderes, bbb bbb BB o povo ainda ache caminhos para revisitar a esperança.
Embora o que preocupa é que, nesse clima, haja também, por aqui, um ambiente favorável ao surgimento e ao fortalecimento de figuras radicais de direita, como Marie Le Pen, na França, que hoje ameaça os pilares da revolução francesa e tende a comprometer o itinerário de respeito aos direitos e liberdades institucionais. Espera-se que, por essas bandas, tal nâo venha a prosperar pois que se espera que a economía reaja bem já nesse segundo semestre. Mesmo que o futuro seja difícil de prever, acredita-se que, para os brasileiros, com resultados mais favoráveis da economia no segundo semestre, o ambiente será menos lúgubre e menos pessimista!
E aí, aquilo que já foi plantado em termos de reformas básicas, acredita-se, consumar-se-à; as licitações de concessões avançarão; o agronegócio continuarå a todo o vapor; o ambiente econômico melhorará, substancialmente e, até uma reforminha política será votada para já valer nas próximas eleições. Se isso ocorrer, além de um crescimento de 0,8% no PIB que já poderá acontecer nesse semestre, no segundo semestre deverá acontecer uma expansão com mais vigor e começará a serem recriados os empregos perdidos nos últimos tempos. Será isto uma espécie de “wishfull thinking” ou algo realmente provável de acontecer?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!