E SE A GENTE GANHAR? …
Dois personagens do Pais vivem um momento complicado ou uma verdadeira sinuca de bico! Um deles é a própria Presidente Dilma, diante dos ” imbróglios”, da própria economia — indústria cai 2,0% em julho, investimentos reduziram o ritmo em 3,8% e a confiança declina! –, da incompetência, por sinal, bem remunerada de sua equipe; e, de quebra, o caso do Senador Boliviano. Aparentemente não deveriam ser de difícil solução o enfrentamento de tais questões, a não ser o caso das complicações adicionais criadas para o gerenciar da economia. Mas, a capacidade de complicar coisas simples, por parte da própria Presidente e de sua equipe, tornam as coisas mais difíceis.
Tanto é que, a partir da forma como membros do governo e, certos segmentos do Congressso, vem conduzindo o “affair” da espionagem de Dilma e de seu governo, pelos americanos, transformou-se de uma questão, a nível de relações internacionais, relativamente corriqueira banal, nesse mundo de “hackers”, em um grande episódio a exigir, reuniões de emergência, posturas mais incisivas e até, pasmem, uma própria CPI do Senado, como se não houvesse uma agenda de um mínimo de seriedade e urgência naquela Casa, além de outras atitudes mais atípicas.
Toda essa celeuma sobre a espionagem, feita em torno do problema, em cima do Brasil e de Dilma, a par de seu lado inusitado e, até pelo aspecto, às vezes, tragicômico do episódio, revela muito mais, desse samba do crioulo doido que é a governança carnavalesca do Brasil!
Parece que algum marqueteiro de plantão, dando uma de esperto, deve ter convencido a Dilma que essa seria uma grande oportunidade para, aproveitando a boa fé de jovens e incautos entusiastas dessa pseudo-ética petista, estivesse sugerido fazer desse limão, uma limonada! Ou seja, estaria propondo à Presidente, o uso politico do episódio, objetivando capitalizar dividendos eleitorais, com essa possível esquerda albanesa e dinossáurica!
A questão é deveras lamentável porquanto o fato é irrelevante, na proporção em que, é notório que os Estados Unidos espionam o mundo todo, de há muito, face esse seu sentimento de país hegemônico e detentor do monopólio de fazer a paz mundial, nem que seja por intervenções as mais atrabiliárias possíveis! E, nos dias que correm, Tio Sam age em cima de países, particularmente, daqueles que procurem mostrar uma linha de atuação independente ou um pouco distinta daquilo que Washington quer e deseja. Na América Latina, é “poule” de dez, que o monitoramento do Brasil, do México, da Argentina e da Venezuela, nesses tempos de Lula, Kirchners, Hugo Chavez, entre outros, tem sido muito mais frequente e intenso do que se imaginava.
E, para países como o Brasil, que se pretendem protagonistas no cenário internacional, é difícil assim estabelecer-se sem que os Estados Unidos os aceite como tal, ou melhor, garanta o chamado “Nihil Obstat”.
E o que fazer? Fazer um escarcéu? Bradar contra essa invasão de privacidade do “Big Brother”? Ou, talentosa e espertamente, exercitar um espécie de “jus sperniandi”? Ou ainda, reclamar ao Papa? Isto porque, ao que parece, não há muito o que fazer — pois retaliar os americanos? ameaçar com uma invasão ou um bombardeio? Exigir um formal pedido de desculpas? –. Nada disso a não ser, assumir o que a Casa de Rio Branco sempre soube fazer, ou seja, não encarar tais episódios como relevantes e não dar um tom que poderia ser levado a sério.
O que fica de tal episódio é o inegável despreparo do País e de lições da outrora diplomacia brasileira que, mesmo no estado autoritário, soube, sem arroubos, enfrentar os americanos, como no caso da assinatura do acordo nuclear com a Alemanha! Ou seja, nada de qualquer atitude que demonstre presunção, prepotência e que, ironicamente, pareça-se com aquela história “do rato que ruge!
É melhor aproveitar a oportunidade para, criticamente, aceitar o despreparo do País que fica demonstrado quando não pode contar o Brasil com o seu próprio satélite geoespacial, há tantos anos proposto, o que lhe daria certa autonomia e certos graus de liberdade de, não só no patrulhamento de suas fronteiras — físicas, tanto aéreas como marítimas, até o limite das duzentas milhas, protegendo, inclusive, a área do pré-sal –; um satélite tupininquim que poderia garantir o acesso a dados sobre meteorologia, no sentido de prover elementos informações para fundamentar adequadas e oportunas previsões de safras agrícolas; um mesmo satélite para fins militares, quer da Marinha, da Aeronáutica e do Exército; para monitorar as ações extemporâneas dos nossos vizinhos e, o que sobrasse de banda, oferecer as empresas de telecomunicações brasileiras; enfim, para o controle absoluto sobre o seu espaço aéreo. Enfim para, tal qual a Argentina que dispõe de seu próprio satélite, ter certos graus de liberdade, em termos de segurança externa do País!
Ou seja, prometer que não vai à Reunião da ONU, ou que irá fazer uma dura admoestação a Obama na reunião do G-20, ou que irá pedir uma posição do Congresso para impedir que outras vezes, em que os EUA violem os direitos brasileiros e que aja, dura e impiedosamente, sobre quem viole esse direito da sociedade brasileira, de não ser espionada, parece uma atitude sem maiores consequências.
Obama e os seus não darão bolas para os muxoxos do Brasil e, talvez, devam lembrar ao Brasil apenas que, caso continue numa posição intransigente em relação ao Mercosul, acabará perdendo a chance de angariar benefícios da grande integração econômica e comercial dos Estados Unidos com a União Européia, criando a maior área de livre comércio do mundo e de todos os tempos, já a partir do próximo ano! E seria bom que o País estivesse participando de tal festa!
É bom que o Brasil corra para adquirir os jatos Raffale, ou os F20 ou 21 ou o que seja, além de procurar reaparelhar as Forças Armadas para, pelo menos, não sofrer as humilhações impostas pelos tiranetes das republiquetas de banana da América Latina.
Se os desencontros para Dilma são muitos, para o Presidente Henrique Eduardo Alves, parecem serem piores diante do desmoralizante, patético e ensandecido episódio da não cassação do Deputado Donandon! E a tentativa do Presidente da Casa de intentar demonstrar, para a opinião pública, que discordava da decisão do Plenário, foi equivocada do ponto de vista constitucional e revelou uma clara incompetência política. Na verdade, após a decisão de um Ministro do Supremo de anular a sessão que impediu a cassação de Donadon, mesmo que eivada de vícios, abriu um espaço para Henrique Eduardo Alves de se recompor, perante a sociedade brasileira, com outro gesto, qual seja, por em votação a proposta do voto secreto que, aprovada por quase unanimidade, “limpa a barra” de uma Câmara de Deputados mais “suja que pau de galinheiro”.
Aliás, se a Câmara não mudar o seu tom, talvez ocorra uma mobilização da sociedade, após o julgamento dos réus do Mensalão para que, sejam providenciadas reuniões da Comissão de Direitos Humanos ou da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, na própria Papuda, caso aumente o número de deputados presos pois ali estará, uma bancada de peso e, uma espécie de “quorum qualificado”, capaz de bem apreciar certas matérias.
A tibieza da diplomacia brasileira é o retrato do descontrole que parece ter tomado conta do governo. Se sem terremoto, tsunamis, enchentes ou mesmo uma guerrinha que justifique a famosa saída que os incompetentes usam que é a dos “fatos imprevistos que ocorreram nas últimas semanas”, o governo foi incapaz de antecipar a “minicrise”, ainda divulgada na TV em 2012, muito menos vai lembrar que o Tio Sam espiona todo o mundo, desde muito antes da 2a guerra. Só fico preocupado com o que o Brasil vai ganhar, pois os prognósticos não são dos melhores.