EDUARDO CAMPOS, SE PARECER COM O AVÔ…
Embora o dia de hoje apresente uma agenda deveras interessante, tanto na política como na economia — aumento da taxa básica de juros, entre outras medidas! — este Scenarium acha que, como matéria mais relevante e urgente, a questão da sucessão presidencial deve ser objeto de preocupações maiores. Os movimentos para inviabilizar o partido de Marina e, de maneira mais incisiva, as iniciativas destinadas a impedir a caminhada de Eduardo Campos, aliás medidas que vão muito além do jogo político normal e da ética de convivência e disputa democrática, são mais que visíveis e aproximam o Brasil do estilo de fazer política de algumas republiquetas da América Latina.
Um comentarista político nacional, conhecido pela sua verve e por uma trajetória controvertida, polêmica e, discutível, do ponto de vista ético, insinuava, a partir de supostos depoimentos de próceres petistas que, Eduardo Campos, seria uma espécie de candidato “Viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido”.
É difícil seguir e aceitar o raciocínio do jornalista quando o mesmo afirma, quase, peremptòriamente, que, o candidato do PSB à Presidência da República, já estaria acertado com Lula, “de quem é muito amigo”. Eduardo Campos estaria apenas fazendo jogo de cena e, no momento oportuno, deixaria de ser candidato. Tanto é, segue o raciocínio do jornalista, que o ministro indicado pelo jovem governador de Pernambuco, o Dr. Fernando Bezerra, Ministro da Integração Nacional, continua firme no cargo e, aos quatro ventos, proclama que Dilma é a sua candidata a Presidente da República!
Segundo o ilustre jornalista, todo esse “conto de ficção” demonstra, a seu ver, que Eduardo Campos “ao não ter passado, também não tem futuro para ser Presidente”. E o mais jocoso e irônico de tudo isto é que, o nobre homem de Imprensa, foi uma das figuras de proa na luta de um determinado candidato a Presidente, que não tinha quaisquer das credenciais para ser candidato ao posto maior do País, pelo menos, positivas, do atual governador, mas que, “as trapaças da sorte” fizeram dele Presidente do País!
Adianta ainda o jornalista que a sua candidatura seria uma espécie de manobra diversionista para tirar as atenções do, segundo os estrategistas petistas, verdadeiro opositor de Dilma, no caso Aécio Neves. Tais argumentos e ponderações não parecem consequentes e nem consistentes. Basta lembrar que, quando Marina Silva se lançou candidata à Presidência, os mesmos petistas achavam que sua postulação era plena ilusão,ela acabou, se estrutura partidária e sem grana, abocanhando mais de vinte milhões de votos, quando, insista-se mais uma vez, era para os petistas, “uma inexpressiva e pobre pretensão”!
Ora, quem aos 47 anos de idade, sem ter feito qualquer movimento direcionado à tal pretensão, já tem 6% de preferências do eleitorado para se candidatar à Presidência; alguém que, pelo seu histórico, poderá reaglutinar a esquerda e o centro, dentro de um espírito mudancista; um cidadão que pode sensibilizar o País, após dois mandatos como um excelente governador e com a leveza que lhe é característica; quem, sendo quase que, no espírito da política brasileira, dono de um partido como o PSB; quem, ainda, com capacidade de articulação para montar alianças com outros partidos — vide o caso da fusão do PPS com o PMN — , iria abrir mão de tal candidatura? Ademais, sabendo-se que, se optar por uma senatória,como fez Aécio em 2010, seria a sua desmoralização perante, principalmente os jovens do País, e, também, representaria uma espécie de enterro de luxo político. Ao passo que, concorrendo, em qualquer circunstância à Presidência, agora, conseguirá, no mínimo, algo como uns 25 a 30 milhões de votos, elegendo mais governadores e senadores que os atuais do PSB e, de quebra, transformando o seu partido talvez no terceiro maior partido do País! Aliás,Eduardo Campos, se concorrer em 2014, qualquer quer seja o resultado, assumirá, no mínimo, nessa circunstância, a liderança da Oposição no País e, necessàriamente, será a bola da vez para a Presidência em 2018, com amplas chances de vitória.
E tem mais. Se a economia não melhorar bastante, a tendência de que essa aceitação de Dilma caia, é muito possível e, talvez, provável.
Por outro lado, Eduardo Campos não mancharia uma bela história construída até agora, negando o que plantou de dignidade, de decência e de ética do compromisso o seu avô, o velho Miguel Arrais, mostrando-se acovardado e oportunista, a troco de quê? Portanto, mais uma vez, será difícil para os brasileiros, notadamente os jovens, acreditarem que Eduardo Campos se prestaria a tal expediente.
Mesmo diante de manobras rasteiras, de expediente baixos e de atitudes vergonhosas como essa de aprovar a urgência para a aprovação de medida destinada a apreciar a retirada do acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV aos possíveis novos partidos, numa clara manifestação de querer intimidar e empurrar Eduardo Campos a desistir de sua postulação, não poderá minar as resistência desse pernambucano de boa cepa!
E, essa manobra do governo, apoiado por sua base parlamentar, fica intrigante e mostra má-fé quando, para os seus propósitos de esvaziar o DEM e o PSDB, apoiou, ostensivamente, a criação do PSD e, trabalhou, junto a quem de direito, para que fosse permitido o acesso do novo partido, ao Fundo Partídário e ao tempo de televisão!
Como disse o Senador Rodrigo Rollemberg: “Os grandes partidos querem um processo eleitoral sem concorrentes e, para tanto, preparam esse casuísmo, esse atentado à democracia”. Tal atitude parece a dos grupos LGTB que, ao pressionarem, dramàticamente, para que Marcus Feliciano seja defenestrado da Presidência da Comissão de Direitos Humanos, só estão fazendo é ampliar a sua visibilidade nacional, dando-lhe um prestígio imerecido e, garantindo, pelo menos, mais uns 350 mil votos adicionais quando de sua busca à reeleição.
Dessa maneira, os grandes partidos, Lula e Dilma, estão garantido a possível eleição de Eduardo Campos, talvez já agora em 2014!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!