EXISTIRIAM PRÉ-CONDIÇÕES PARA UMA RETOMADA?

As coisas não estão nada claras. Aliás, para ser mais preciso, o que se poderia afirmar é que tudo está nebuloso, confuso e sem mostrar uma luz qualquer que permita que se gere um pouco de esperança de que algo de bom pode vir a acontecer. Na verdade, até iniciativas que foram anunciadas e que poderiam reduzir o ambiente de inquietação, insegurança e incerteza, não são tomadas por uma total incapacidade para responder as demandas da sociedade, demonstrada pelos detentores do poder.

Anunciaram-se cortes mais profundos nos gastos públicos e, até agora, nada foi definido ou, o que foi, parece que não seria para agora e, os volumes propostos a estão muito aquém daqueles necessários para alcancar os, mesmo assim, medíocres resultados.

Aguarda-se, não se sabe o quanto, o que e nem se sabe para quando, alguma estratégia d ação em que,  além dos inevitáveis cortes de despesas, alterações e ajustes considerados indispensáveis para recuperar a confiança  e estabelecer expectativas mais favoráveis para a economia e para a sociedade brasileiras.. A mudança no marco regulatório de exploração do pré-sal, tão urgente, até agora se perde em discussões totalmente desnecessárias, inócuas ou bizantinas. O marco regulatório do setor mineral, parece que, embora pronto, segundo dizem, encontra discordâncias pontuais em função de divergências ideológicas e, até hoje, não saiu.

A revisão dos editais das concessões de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, metrôs, vlt’s e outros quetais, tão urgentes, até agora não se tem notícia do que vai acontecer. Até os chamados acordos de leniência não encontraram uma alternativa séria e confiável de formulação ou ainda estão sendo discutidos certos aspectos e particularidades ou não são processados na urgência e diligência que o caso requer.

Problemas gravíssimos como o do saneamento ambiental quando encontram uma proposta aparentemente viável por parte do governo, ela é pífia e não confiável. Recentemente a população foi informada por entes do governo que estudo apresentado propunha, para 2033, o atendimento de 100% da população com abastecimento de água potável e o alcance de 93% no que respeita ao suprimento dos serviços de esgotamento sanitário. Mas, mesmo tal proposição, já encontrou  uma ressalva por parte de um dos gestores do programa que disse admitir que não haverá dinheiro para garantir que tal meta seja cumprida no prazo proposto.

Pelo que se pode constatar, a falta de credibilidade, a incompetência, a irresponsabilidade e a leviandade de alguns membros do governo central leva a que, mesmo que se apresentem condições favoráveis ou se abram perspectivas para a tomada de medidas destinadas a mudar o quadro de referências do País, é difícil até mesmo imaginar-se que rumo o Brasil poderia tomar, pois a credibilidade das instituições, notadamente dos membros do Executivo e do Parlamento, é quase nula!

É por isto que a FIESP, a maioria do Parlamento, a opinião pública e a opinião publicada, todos acreditam que, com o pessoal que está aí no comando das ações, nada é possível realizar.

E pior e, por ironia do destino, mesmo diante desse quadro de desencontros e desacertos, é possível elencar, pelo menos, sete razões e justificativas que embasariam uma proposta de retomada de rumo para um país que ora parece mais a cego em tiroteio, sem timoneiro, sem rumo e sem prumo. Para que o cenarista não incorra em uma atitude leviana ou num julgamento injusto, seguem as sete razões que sustentam a tese colocada de que, as circunstâncias internacionais atuais estimulariam, a qualquer país, com um governo e com instituições sérias, a buscar caminho assemelhado.

A receita de política econômica, por exemplo, adotada pelo Presidente MACRI, da Argentina, tendo cortado inúmeros empregos, mesmo de terceirizados, liberado o câmbio, feito mudanças na gestão pública, mantido encontros positivos e proveitosos com credores internos e externos, sem lambança e sem conversa mole, deu um novo ânimo e estímulo aos argentinos e a economia daquela nação!. Então, por que não avaliar, discutir e pensar parte das propostas de MACRI, adotadas na Argentina, para avaliar se poderiam ser aplicadas no País? Um pouco de competência, informação e humildade, pavimentariam o caminho para começar uma nova etapa da vida nacional.

Se as políticas e correções de rumo adotadas na Argentina fossem aplicadas no Brasil, claro que com a preocução de dar-lhes a cor local, então abrir-se-iam  perspectivas de reconquista da confiança dos agentes econômicos, tanto daqui como dalhures, no Governo Brasileiro! Mas, infelizmente, isto está difícil de acontecer pois a presunção e a arrogância da Presidente e de seus auxiliares mais próximos é gritante e ululante, e imoede que isso aconteça.

Ao lado de tais mudanças, a partir de avaliações preliminares de “experts” em economia brasileira, acredita-se que, alguns fatos que ora ocorre a nível externo, em muito ajudaria a recompor a situação interna. Um deles diz respeito ao acordo firmado entre os quatro maiores produtores de petróleo do mundo que, decidiram reduzir a produção mundial do produto, para evitar quedas adicionais nos seus preços. Isto ajudará, em dois sentidos, a alquebrada e quase falida Petrobrás, não só pelo barateamento do petróleo que ela limporta mas, também, pela valorização dos derivados de petróleo que ela exporta para o mundo.

Também um outro fenômeno que está a ocorrer no mundo e poderia favorecer o Pais é a prática, em alguns países, de juros negativos, como sói ocorrer com o Japão, Suécia, Dinamarca, Noruega, entre outros! Ora, se nessas circunstâncias,  a confiança no Brasil fosse passível de ser reestabelecida, pelo menos, parcialmente, provavelmente poder-se-ia atrair investidores em potencial de tais países.

Um elemento adicional que poderia favorecer o Brasil seria o momento de liquidez no mundo que, ao que parece, é extremamente elevada e em busca de parcerias para o aproveitamento de potencialidades negociais, de infra-estrutura de toda ordem e de investimentos em mobilidade urbana e saneamento ambiental. São campos abertos e, os investidores externos tem um “know how” excepcional e contam com recursos que, afora os títulos americanos, não tem encontrada guarida maior na Europa e em outros continentes.

Também, para contribuir com o quadro de geração de uma ambientação favorável à decisões que corrijam os rumos da economia do País, a recuperação, embora lenta, da demanda e dos preços das commodities, representa um alívio o que tem sido bem caracterizado e demonstrado pelo desempenho da balança comercial do País.

É fundamental lembrar que a China não está mais desacelerando como se imaginava que iria ocorrer como demonstram alguns indícios e indicadores econômicos. Na verdade, nem a China vai desacelerar pesado de tal forma que tal crescimento menor venha a comprometer o desempenho da economia mundial e nem os Estados Unidos terão uma recuperação vigorosa como se esperava até aqui, gerando limitações ao fluxo de recursos e investimentos daquele pais, no Brasil.

Se tais eventos, simbolicamente são sete, ocorrerem, eles favoreceriam as bases para medidas destinadas a criar o ambiente propício para providências internas capazes de, em sintonia com o pensamento corrente no mundo, colocarem o País nos eixos.

Mas, é difícil acreditar que, diante  da lerdeza, da lentidão, da incompetência e da falta de credibilidade das lideranças e das instituições  seja possível recuperar e reconquistar um mínimo de condições que facilitem a construção de tal cenário. A queda nos “ratings” do Brasil junto as agências de risco internacionais, ocorridas recentemente, podem gerar um complicador para que se aproveite o bom momento internacional!

Será que,  mas que, de repente, como que por obra de um milagre de Deus e da conjugação de circunstâncias especiais, venha a surgir espaço para que essas idéias possam prosperar e, quem sabe, o Pais possa sair do buraco? Se Deus for mesmo brasileiro, depois desse “tsunami” ético-moral que está promovendo mudanças na atitude e no comportamento dos patrícios,  não viria um novo tempo e, aos poucos,  tais idéias seriam possíveis e seriam postas em prática?

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