FIM DE FESTA! DE VOLTA À REALIDADE!
Apesár de todos os pesares, o povo foi às ruas, esqueceu, momentaneamente, as mágoas, desestressou-se um pouco e, mesmo com um caminhão de queixas as mais diversas, além de “curto de grana”, mostrou alegria, descontraiu-se, protestou mas “nos conformes” e deu uma trégua aos seus dramas diários que, não só vivenciam como também sofrem a exposição constante a tantos escândalos e a tantos problemas. Mas, a vida segue e não há outra saída a não ser para que os vários desafios na agenda do País sejam seriamente enfrentados.
E, já nesta quarta-feira de cinzas, os problemas voltam a ser reinseridos nas agendas, nas prioridades e no dia-a-dia dos problemas dos cidadãos como um todo. Assim voltam as delações e os depoimentos da Lava-Jato; o Ministro Herman Benjamim, do TSE, toma depoimentos de possíveis doadores da campanha Dilma/Temer; a lista dos mais de 200 denunciados da Odebretch que, segundo alguns, deve balançar a classe política; a retomada das discussões das reformas da previdência e da reforma trabalhista; as negociações das dívidas de estados e municípios; além da retomada das discussões do foro privilegiado, representam questões que tem que ser encaminhados ainda no primeiro semestre.
Isto porque, a urgência na discussão e definição de algumas reformas, se deve ao fato de que não haverá mais calendário, dentro do que se defina ou se estabeleça como a real viabilidade politica de tais mudanças, porquanto a partir do segundo semestre, com certeza, nenhuma matéria polêmica conseguirá respaldo parlamentar porquanto senadores, deputados, governadores e prefeitos, estarão todos envolvidos em manter suas posições de poder e, consequentemente, profundamente preocupados em não desagradar os eleitores.
Parece algo contraditório pois que, o que se sabe é que os políticos estão se lixando para a opinião pública e se mostram mais preocupados com a garantia da chamada disponibilidade do “lubrificante cívico”, tão indispensável a garantia dos necessários votos para manter as suas posições de poder, fato muito mais relevante do que o que, instantânea e emocionalmente, as possíveis reações, opiniões e sentimentos dos eleitores e, nem tampouco, o reflexo dos seus humores.
Entre as discussões mais relevantes, complexas, polêmicas e mais urgentes, está a questão previdenciária que, muitas vezes se perdem em argumentos político-ideológicos ou em equívocos como o que se refere ao existir ou inexistir déficit porquanto a questão sofre conceitos os mais diversos quando o método, o critério e a avaliação contábil muda.
Ou seja, a discussão deve se centrar no fim de privilégios, desde aqueles em relação às mulheres, aos trabalhadores rurais, aos idosos, aos deficientes físicos e as chamadas aposentadorias e pensões especiais, como todas as formas de distorção que o sistema hoje apresenta.
Talvez a grande discussão seja hoje até que ponto a classe média aguenta uma imposição tributária maior que os mais dos 50% já apropriados de sua renda. Ou seja, ou são corrigidas as distorções, ou acabam-se os privilégios, os vazamentos, as concessões indevidas e outros desvios de conduta, ou, dificilmente, esse que é a causa maior dos buracos nas finanças públicas brasileiras, serão superados.
Se a questão previdenciária é a mais grave e é a mais urgente das questões a serem enfrentadas pelos gestores da política econômica nacional, não resta dúvida que a renegociação das dívidas dos estados, a suavização das dificuldades geradas pela rigidez da desatualizada legislação trabalhista e as iniciativas conducentes a facilitar concessões e privatizações, são ações que deverão marcar o primeiro semestre de 2017. O ano começa agora com todas as turbulências políticas e uma posição de equilíbrio e ponderação na condução da política econômica o que leva a expectativa de que os problemas político- institucionais embora gerem tensões e atropelos no processo de superação dos problemas do País,não deverão comprometer os objetivos que pretende o governo para que se alcance a retomada da economia.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!