HÁ ALGO NO AR ALÉM DOS AVIÕES DE CARREIRA?
A Copa do Mundo frustrou a todos os brasileiros. A política, até agora, não conseguiu empolgar os cidadãos. Aliás, nem mesmo onde a disputa é mais próxima, no caso, as disputas de governador, as pessoas ainda não sentem que o que irá ocorrer em 3 de outubro, diga respeito ao seu hoje e ao seu amanhã. A mesmice domina a cena das disputas eleitorais.
A justiça, coadjuvante importante no processo político-eleitoral, “faz de conta” que quer se impor, mas a legislação eleitoral que, interpretada pelo Ministério Público Eleitoral, mais parece a antiga Lei Falcão. Ou seja, limita a circulação das idéias, o confronto de opiniões e não contém o que mais descaracteriza o pleito que é o uso da máquina e o abuso do poder econômico. Até a mobilização da sociedade para excluir aqueles que não têm currículo, mas sim folha corrida na polícia, talvez não venha surtir efeito.
A chamada Lei da Ficha Limpa encontra interpretações díspares nos vários tribunais eleitorais e, quando chegar ao Supremo já encontrará, pelo menos, cinco votos no sentido de convalidar a idéia de que ela não pode e não deve ser aplicada para estas eleições. No mais, a economia vai bem, mas já sofre o impacto das medidas destinadas a conter a sua expansão, não só internamente, mas o impacto da crise do euro e a lenta recuperação americana. Também os problemas decorrentes dos estrangulamentos de várias ordens que se apresentam para o crescimento brasileiro, são elementos a preocupar sobre que desempenho a economia nacional alcançará em 2011.
Na verdade, vive o país aquela expressão tão a gosto deste cenarista: a monotonia da normalidade. Claro que nessa presumida “normalidade” enquadra-se até mesmo a escalada da violência urbana, a quase “universalização” do uso das drogas, particularmente do “crack”, cujo acesso já vai dos mais pobres até as elites, além dos crônicos problemas de acesso à saúde, pelas populações mais carentes, o estrangulamento das cidades – falta de transporte de massa; habitações em áreas de risco; precariedade da oferta de saneamento ambiental; etc. – e a precariedade dos índices qualitativos da educação além da incapacidade das elites dirigentes de “vender” sonhos e esperança consequente à população.
A banalização da violência, a constância dos problemas urbanos crônicos, a precariedade dos compromissos dos governantes com a saúde e a educação, geram um ar de cansaço na população como um todo.
Por outro lado, continua o País na leviandade de não olhar para frente e não antecipar problemas e nem estabelecer cursos alternativos para propiciar soluções para desafios que se colocam ao desenvolvimento do País, além de, nem sequer, cuidar de viabilizar as ações e os investimentos exigidos pelas conquistas importantes como a Copa do Mundo, os Jogos Mundiais Militares e os Jogos Olímpicos.
As pesquisas eleitorais, já não mexem com as pessoas, como um todo, pois a credibilidade de tais levantamentos está “subjudice”. Pelo menos na cabeça do povo e na avaliação de especialistas, nada parece dizer que alguma coisa, de fato, mudou ou até mesmo, estaria acontecendo na cena política nacional.
Portanto, não há nada no ar além dos aviões de carreira!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!