HÁ ALGO QUE INTRIGA NO CASO PETROBRÁS!

O que pode ser chamado e caracterizado como espírito de corpo, de compromisso institucional ou de  corporativismo ou o que o valha, representou, sempre, nas instituições, um escudo ou um instrumento de defesa de valores, de princípios e de primados garantidores da manutenção da história e dos compromissos de determinados órgãos  ou instituições.

Muitas foram as circunstâncias em que empresas tradicionais e símbolos da história republicana do Brasil reagiram aos ataques a sua integridade material e aos valores que professavam, através do seu corpo de funcionários e de seus profissionais, ciosos de suas responsabilidades político-sociais e que viviam, sempre em grande estilo, a ideologia que  construiram no seu itinerário histórico.

E, a reação do corpo de técnicos e de funcionários de instituições vem ocorrendo, sistematicamente, toda vez que os seus critérios, valores e simbolos são questionados, e sempre foi muito explícita e reconhecida pela sociedade como um todo.

E tal tem ocorrido recentemente, quando dos eventos envolvendo o corpo de funcionários da Embrapa, do IBGE e do IPEA, todos eles reagindo diante das tentativas de estupro dos valores mais caros de tais instituições por pressões de inusitados e inconfessos interesses políticos.

Durante o ano da graça de 2014, o IBGE sofreu pressões para não divulgação dos dados de desemprego, que sempre foram levantados, anualmente, a partir de metodologia mais restrita que só levava em conta, os dados das cinco maiores regiões metropolitanas do País. Porém, ciosos de levantarem dados mais precisos sobre esse importante indicador, os técnicos do órgão alteraram a metodologia,  tornando-a mais abrangente o que incorporava mais áreas metropolitanas, além das cinco tradicionalmente incluídas. E, em decorrência dessa nova e mais fidedigna metodologia, verificou-se uma elevação no índice de desemprego que subiu de 5,1% para 7,1%!

E tal fato  provocou grave irritação no governo a ponto do órgão ter sido  proibido de divulgar o novo indice gerando uma indignação e quase revolta nos seus quadros técnicos.

Mas se o IBGE  viu serem demitidos alguns de seus dIrigentes quando da conclusão dos levantamentos sobre desemprego, o IPEA também assistia petplexo, diante da reação dos governantes e, face  dos resultados dos novos levantamentos da PNAD que, contrariamente ao que o governo pretendia divulgar, mostravam que a desigualdade de renda no País, sempre cantada em prosa e verso como uma das grandes conquistas dos governos petistas havia sofrido um pequeno aumento, quebrando  a tendência de redução verificada nos últimos anos. É isto provocou  a fúria dos donos do poder que se voltou contra a instituição e levou  a que dois de seus técnicos se demitissem de suas funções para não verem conspurcados os seus compromissos e os seus valores éticos.

Se isto ocorreu no IBGE, também, uma espécie de rebuliço ocorreu nos Correios, com o uso de seus funcionários para fazer proselitismo político em favor de uma das candidaturas à Presidência. Também reproduzia-se algo estranho como, por exemplo,  a determinação de que os dados de desmatamento levantados esse ano no País só pudessem ser divulgados após o pleito.

Se tal ocorria nessas áreas de governo, estranhamente, a mais respeitável empresa brasileira, símbolo maior do nacionalismo pátrio, não mostrou qualquer reação, nem exteriorizou qualquer indignação diante do processo de destruição e desmoralização de sua empresa.

O que aconteceu com os técnicos e com os profissionais da empresa Petrobras que emudeceram diante de tal descalabro? O que houve, já que, embora a corrupção tenha assumido um caráter quase endêmico e sistêmico, dificilmente tal caótica situação não poderia ter se generalizado de tal forma que isso levasse a calar todas as vozes de indignação!

É de assustar a atitude dos funcionários e técnicos,  outrora vaidosos e orgulhosos de seu papel na transformação econômica do País, silenciarem diante da desmontagem e da desconstrução da maior empresa brasileira! Como interpretar tal silêncio que tanto incomoda os brasileiros?

Fica a indagação no ar!

 

 

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