HOJE É O DIA “D”!

Depois do “frisson” da última rodada de pesquisas sobre a sucessão presidencial, onde não só houve questionamento quanto às divergências entre os resultados da consulta do Instituto Sensus e do Instituto Datafolha – o primeiro conferia empate técnico entre os dois candidatos e o Datafolha conferia superioridade de Serra, sobre Dilma, entre oito e dez pontos percentuais! – mas também simulações que mostrariam que Serra poderia ganhar, já no primeiro turno, a sucessão ganha fôlego e ritmo.

Na verdade as decisões, como a definição da candidatura de Garotinho a Governador pelo Rio de Janeiro, a ultrapassagem de Marina Silva, mesmo que por apenas um ponto percentual, e, como era esperado, a desidratação forçada e provocada da candidatura de Ciro Gomes, são dados que começam a gerar movimentações, negociações e renegociações, bem como várias formas de acomodação política nos palanques estaduais, revelam que, agora, mesmo que surjam episódios no caminho – feriadão de 21 de abril até 26, – a sucessão ganhou momento e dinâmica própria.

No Ceará, por exemplo, Tasso já garantiu palanque para Serra, o que era dúvida até bem pouco e, se suas incursões com o solidário e inquestionável apoio de Ciro, prosperarem, o PSDB marchará, com certeza, com Cid Gomes, para governador, para desespero do PT. E isto não está longe de ocorrer, a partir de declarações petistas que não aceitará, jamais, uma coligação, mesmo branca, do PSB com o PSDB de Tasso! Por outro lado, retruca o Governador, que não aceita tutela, restrição e nem condicionalidades dos petistas para armar a “chapa” majoritária que ele, Cid, achar mais adequada e conveniente ao processo.

Ademais, se Lucio Alcântara, que considera “um crime contra o processo democrático, essa de candidatura única”, lançar-se candidato a governador pelo PR em coligação com o PT, então o jogo começa a fugir da mesmice e do jeito modorrento que está se mostrando a sucessão estadual no Ceará.

Hoje os petistas se reúnem para discutir “a relação” com o PSB e o que o partido irá fazer. Também hoje, Tasso se reúne com a tucanada cearense para informar quão perto está de um entendimento com Cid Gomes, para compor o “chapão” com o PSB e companhia. Por outro lado a angústia, a decepção, a revolta e o mal estar com a Direção Nacional do PSB, que acomete Ciro, só ira ajudar a acelerar a possível ruptura do Governador Cid Gomes com o PT.

Mas, se no Ceará as coisas devem se definir, pelo menos, parcialmente, e caso se de a ruptura do governador com o PT, isto favorece, dramaticamente a Serra e facilita as vidas de Cid e Tasso.

Se assim estão as coisas no Ceará, em Minas, as coisas, cada vez mais, favorecem a Jose Serra. E assim caminha a sucessão, onde idéias ainda não são exploradas e propostas ainda não são discutidas. Serra fala que o seu tripé será educação, saúde e segurança enquanto Dilma fala na continuação da obra de Lula.

Por enquanto, o grande lance de qualquer analista político será intentar compor cenários sobre os desdobramentos possíveis dessa corrida.

Portanto, se hoje para o Ceará as coisas tendem a encontrar definições, Minas entra num processo de intensas negociações que deverão culminar com a indicação de Fernando Pimentel para a coordenação da campanha de Dilma, talvez disputando o mandato de deputado federal, enquanto Patrus Ananias disputaria o Senado Federal.