INGREDIENTES DO QUADRO: INCOMPETÊNCIA, LEVIANDADE E IRRESPONSABILIDADE!
O cenarista ausentou-se, por quase duas semanas, de manter os seus comentários. Não foram as tentações, mominas ou momescas nem tampouco o mergulhar nos domínios da preguiça. Tão somente o cansaço com todo esse quadro desalentador onde não se encontra motivação para qualquer coisa. Nem sequer para uma justificada lamentação. Na verdade, o horizonte é tenebroso por mais que alguém queira se mostrar otimista. A coisa está tão feia e séria que, no momento, o maior problema a maior prioridade do governo é a cruzada contra o mosquito da dengue e os seus desdobramentos.
É difícil estabelecer-se uma qualificação para o estado de coisa em que vive o país. Assumir que é apenas uma questão específica de nítida incapacidade, do governo central para gerir, com visão estratégica, as políticas públicas, parece não dizer muito ao público em geral. Atribuir-se a um excesso de esperteza a atitude adotada pelos governantes, no sentido de eximir-se da responsabilidade pelos descasos, pelos desencontros e pelos desacertos da gestão das coisas de estado, também representa simplificação que em nada agrega para o entendimento das dificuldades do País.
A situação é tal que os adjetivos não a qualificam e, para o desespero de muitos, a busca de culpados ou responsáveis internacionais pela crise, só encontra eco nos empedernidos petistas que intentam justificar os equívocos, os erros e as incompetências na gestão dos negócios de estado, não a Presidente e sua equipe, mas, a uma tal de crise internacional que, estranhamente, não afeta a maioria das nações, inclusive as latino-americanas que, diga-se de passagem, tem mostrado um desempenho deveras positivo!
O cenarista vive um momento de desestímulo, de desencanto e de descrença em tudo e em todos! Tem sido difícil articular idéias e encontrar ânimo e estímulo para intentar construir cenários e imaginar um quadro menos complicado daquele em que ora vive o País. E, dói mais ainda quando se assiste um Presidente com apenas dois meses de mandato, como é o caso do Presidente Macri, da Argentina, fazer mudanças significativas, mesmo com dificuldades de respaldo parlamentar, capazes de já estarem surtindo os seus efeitos e já permitindo que os “hermanos” já iniciem um processo de recuperação da credibilidade interna e, até mesmo, parte da externa, perdidas durante os anos do kirchnerismo.
E todos no Brasil se perguntam: se os argentinos conseguiram tal proeza, por que, cá por estas bandas, não se consegue sequer garantir o alcance de um superávit fiscal de 0,5% do PIB, para este ano? Por que não se consegue cortar o excesso de cargos e funções no governo central, como está fazendo Macri? Por que não se consegue desanuviar o ambiente econômico como já está a ocorrer na Argentina?
Por que não copiam os brasileiros, a receita de MACRI ou o que fazem os governos peruano, chileno, colombiano, paraguaio que, mesmo desapetrechado de instituições modernas e não contando com uma plêiade de lideres, fazem bem o dever de casa, sem inventar nada de novo, apenas adotando o receituário que o mundo como um todo adota?
Fica a indagação no ar e, mesmo sem qualquer entusiasmo, o cenarista irá propor algumas ideias, mesmo que já tenham sido postas e serem deveras conhecidas, no sentido de intentar propor ou sugerir uma agenda mínima para o País. Já que as festas terminaram, ao invés de aprofundar o baixo astral da população com uma copiosa chuva de queixas e reclamações, de discutir o andamento da operação Lava Jato ou se o impeachment vai andar ou não vai, seria mais interessante imaginar que, a partir do Congresso, pressionado pelo que sobrou de ética e de compromisso republicano na sociedade civil brasileira, se montasse uma operação de guerra, não de combate ao mosquito da dengue, mas destinada a aprovação de um roteiro que, quem sabe, poderia tirar o país do buraco!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!