JUNHO, UM MÊS PRÁ LÁ DE GORDO!

No mês de junho, quebrou-se um pouco do que se costuma chamar de “monotonia da normalidade”.

No front internacional, a agilidade na adoção de uma série de medidas de austeridade fiscal e de revisão de controles sobre os fluxos financeiros e e sobre a movimentação do sistema bancário e financeiro, foi de chamar a atenção pela diligência e rapidez.
Ao mesmo tempo, o Governo Obama, aprovava, no Congresso Americano, talvez a mais ousada e profunda reforma do sistema financeiro e bancário americano de que se tem notícia! Mexeu no sistema, fez alterações no marco regulatório, estabeleceu punições às agências de rating, entre outras providências.

Ainda na cena externa, as estripulias de Armadinejadh, as sanções econômicas impostas ao Irã e, já nesse mesmo momento, o recuo estratégico do próprio Líder iraniano, aceitando, agora, receber o urânio enriquecido via decisão e monitoramento da AIEA, completam o cenário internacional. Claro que, nesse quadro de referências, a realização da primeira copa de futebol no continente africano, tão saudada por todos, mostrou, infelizmente, ao mundo, que a globalização fez mal a arte, pois essa é, de fato, a copa da mediocridade!

No Brasil, a melancolia causada pela frustração da pátria de chuteiras diante de um dunguismo teimoso e autoritário, já ameaça ser superada voltando-se o país já a pensar na copa de 2014 que será realizada por aqui. Claro que ainda está a depender da aceleração das atrasadas obras de infra-estrutura, inclusive da remodelação e construção de novos estádios de futebol.

A nova etapa de mobilização nacional está agora a cargo da política. Encerrados os prazos legais das convenções e registro das candidaturas, armados os palanques estaduais, o jogo das “indas e vindas” das pesquisas que, aparentemente, até agora, nada de mais disseram e, ao mesmo tempo, melhor analisadas, disseram muito, a campanha eleitoral dá o seu “start” a partir de hoje. Não disseram muito tais investigações porquanto, estão empatados, tecnicamente, os dois principais contendores e não se espera maiores solavancos nem mudanças no quadro de preferências do eleitorado, antes dos programas de rádio e televisão.

Por outro lado, mostram tais pesquisas, dados qualitativos interessantes sobre taxas de rejeição, preferências eleitorais espontâneas e a taxa de transferência de votos de Lula para a sua candidata. Surpreendeu a todos a queda de 14 para 8% na taxa de transferência de votos para Dilma, da mesma forma que não surpreende concluir que os dois candidatos principais têm cristalizados, cada um, 30% dos votos dos brasileiros.

Ainda sobre o mês de junho, que acabou de fechar, só a economia que continua “bombando”, a inflação recuando, aos poucos, para se aproximar mais da meta prevista e o Banco Central endurecendo em termos de uso de instrumentos de política monetária. Claro que, embora as perspectivas sejam bastante favoráveis para a economia, o problema do financiamento do balanço de pagamentos, as “irresponsabilidades” cometidas na área fiscal e os gargalos logísticos de infra-estrutura, ainda atormentam os “policy-makers” do país.

Na área da política, ainda ficam pendentes a “lambança” da interpretação do TSE sobre as coligações e o “imbróglio” interpretativo sobre os ficha-sujas que, após a concessão de três liminares recentes, deixam sérias dúvidas sobre a aplicação do instrumento para “limpar a área” daqueles que, ao invés de currículo, têm folha corrida na polícia.