MACRI, O IMPEACHMENT E MADURO: TRÊS MANIFESTAÇÕES DEMOCRÁTICAS!

O cenarista pretendeu comentar o que ele chamou de os “dois dias que abalaram Brasilia”. O primeiro desses ditos trágicos dias foi aquele que se caracterizou pela recusa dos deputados petistas de, segundo a orientação da direção partidária e do próprio Lula, apoiar o Presidente Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Ou seja, ao não garantir os votos necessários a  uma retirada de respaldo para rejeitar a autorização de encaminhar o processo de cassação do Presidente, o PT declarou guerra ao PMDB de Cunha e abriu espaço para a a esperada retaliação do próprio Cunha.

O segundo dia de cão foi quando, Eduardo Cunha, sentindo-se traído pelo Planalto que, segundo dizem as más línguas, o confidenciara que garantiria os votos a salvá-lo no Conselho de Ética, refugou o presumido acordo e não manteve os termos barganhados de apoiar a sua pretensão de ver extinto tal processo. Aí Cunha decide acolher o mais completo, denso e acreditado processo de impeachment contra a Presidente Dilma. A guerra então começou!

A partir daí, como se observou, a coisa azedou alimentada por agressões de parte a parte e pela determinação do Governo, após ter garantido a vitória na votação do PLN 5, com mais de 270 votos,  acreditar que seria mais válido partir para o confronto do que aceitar as chamadas chantagens de Cunha. Ao invés da aceitar a chamada chantagem de Cunha, decidiu os sábios do Planalto, partir para o confronto e para o embate na certeza de que não seria ao Governo dificil angariar os 171 votos necessários para frear o processo de impedimento da Presidente!

Apesár desse cenário tão favorável a uma análise de suas conseqüências, o escriba responsável por esse blog ou site, embora já tivesse escrito o comentário, guardou-o e resolveu não publicar as suas opiniões.

Passados os dois pesados eventos, a coisa não aclarou e, pelos seus desdobramentos, piorou!

Então, uma vez mais o cenarista se interessou em produzir algo do tipo “E agora, José?” ou “O céu não pode esperar” mostrando como o país estava no limite do seu sangramento, a sociedade civil não teria mais fôlego para esperar e a classe política não teria a credibilidade para propor a estensão do prazo para a apreciação e julgamento da matéria, bem como definir-se, politicamente, por não permitir o recesso institucional das duas Casas. Apesár de tudo, o cenarista não publicou o seu comentário mais uma vez!

No entanto, as coisas foram se precipitando. Eliseu Padilha, o deputado-ministro, contador de votos no Congresso e fiel aliado e escudeiro de Michel Temer, pede as contas e vai imaginar o que fazer pelo PMDB, por Temer e pelo seu futuro, lá no recôndito das coxilhas gaúchas.

Michel Temer, por seu turno, após apenas sugerir a Dilma que não vá para o confronto e sem se definir de que lado se encontra, não entra nesse jogo perigoso da disputa com Cunha e, agora, com o PMDB, arregimenta o empresariado, afina o discurso partidário e se prepara para estimular e alimentar o processo de impeachment de Dilma.

Diante desse quadro dramático, é que o acaso e as circunstâncias vieram a voltar a alimentar a chamada “triste sina” desse país, ora sem destino e sem amanhã!

Mas, embora o pessimismo seja a tônica dos dias que correm, os eventos Macri, na Argentina, o pedido de impeachment de Dilma e a fragorosa derrota de Maduro, na Venezuela, são episódios que revelam, à exaustão, que  os modelos de governo populista, leviano e irresponsável, notadamente com as finanças públicas, não mais prosperará. O pseudo socialismo bolivariano, mostrou toda a dimensão de sua capacidade de promover o desastre econômico, de desorganizar o estado, via aparelhamento com sindicalistas, além de estabelecer a antecipação de um inviável estado provedor bem como propiciou a desconfiança irrestrita da população nas instituições e nos seus agentes.

Ademais, para Dilma, as coisas ficaram deveras complicadas porquanto o PMDB, o seu parceiro maior, que, como se sabe e se conhece, nunca fez opção preferencial pela lealdade, até mesmo para com os seus próprios líderes e até para com ícones como foi Ulysses Guimarães, sente-se no seu clima e no seu ambiente. O governo atual, esgotado, exausto, falido e desacreditado, não tem mais como bancar as aspirações e demandas utilitárias de  membros da agremiação ulissista e, não tem sequer argumentos convincentes para pedir fidelidade a um partido que nunca a demonstrou e nunca sequer teve comando nacional. E, mais ainda, por ter tratado o parceiro com desrespeito e com arrogância, em inúmeras oportunidades, a credibilidade do PT junto aos peemedebistas é quase nenhuma.

O PMDB, velho de guerra. parece que já está pronto, faz algum tempo, para desembarcar do velho poder e assumir o poder não só caracterizado pela movimentação de Michel Temer, pela apresentação antecipada de um programa de governo, diga-se, já sancionado pelo PSDB, e, mostrando-se afinado com as ruas, sentindo que o povo quer o fim do sangramento do País.

Por outro lado, o PT, zonzo feito cego em tiroteio e, sem o comando de seu líder maior, hoje  vivendo as angústas de acusações pesadas contra ele, seus familiares e seus amigos, experimenta o desencontros de posições e de opiniões. Some-se a tal, a queda de popularidade do partido, de Dilma e do próprio Lula. Isto leva a crer que o partido não parece ter mais condições de mobilizar o povo para ir as ruas para defender o mandato de Dilma porquanto, mesmo que houvesse razão plausível e convincente para tanto,não tem mais o governo como vender “esperança consequente” de que dias melhores poderão vir.

A temperatura das ruas tende a subir nos próximos dias. Dia 13 pode ser o dia D e, dependo da ação do PT, pode ser algo igual o que foi a convocação de Collor para apoiá-lo,vestido de verde e amarelo. Ai, o povo, em represália, vestiu luto.

Do jeito que a coisa vai as redes sociais vão bombar na convocação a favor do impeachment. Por outro lado, a semana promete no Congresso pois o “PMDB, depois de orquestrado o desembarque de Elizeu Padilha do governo”, deverá ir esvaziando e minguando o seu apoio a Presidente, numa sinalização, para a sociedade civil, de que segue o sentimento das ruas e que, a qualquer custo, o impasse atual terá que ser superado.

E, finalmente, se fora pela opinião pública, ela gostaria que não apenas Dilma fosse defenestrada do poder  mas que houvesse uma grande limpeza e todos aqueles arrolados no Lava Jato e nas várias outras operações, fossem também defenestrados de suas funções e posições, e, portanto, fosse completa a assepsia.

Alguns temem que conflito nas ruas entre os grupos em posições opostas venham a ocorrer. Mas, diante do comportamento conciliador e pacífico dos brasileiros, a própria Venezuela acaba de dar lições de civilidade pois que, até mesmo naquele país, sem lei e sem ordem, a ordem foi mantida, as escaramuças entre os grupos em confronto inexistiram e Maduro aceitou o resultado das urnas.

Talvez o que de mais sério deverá surgir depois da queda provável deses três governos, será a  abolição da irresponsável política econômica bolivariana; a supressão da idéia absurda de um estado provedor; o fim da política externa terceiromundista e a abertura das relações para novos parceiros além da substituição da presença perniciosa de um compadrio nas funções governamentais, ao invés da cobrada e necessária meritocracia.

Se isto ocorrer, aparentemtne, novos caminhos surgirão para o enfrentamento da dura crise que vive os três países.

Talvez, a ascenção desses novos dirigentes, no caso brasileiro, represente o inicio do inferno astral para Lula pois os “arreglos” poucos éticos feitos de Lula com Cristina e com Maduro, virão à tona e, talvez, com repercussões e conseqüências piores do que já se antecipa dos entendimentos de Lula com o ex-Primeiro Ministro de Portugal, Sócrates, ora preso e que ora estuda uma possível delação premiada.

2 Comentários em “MACRI, O IMPEACHMENT E MADURO: TRÊS MANIFESTAÇÕES DEMOCRÁTICAS!

  1. Grato pela generosidade, meu caro doutor! Um abraço amigo!a

  2. Bela análise, tio Paulo. Serena e imparcial. Um grande abraço do sobrinho!

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