MAS, POR QUE?
Os petistas, os governistas e a turma dita de esquerda, estão deveras “cabreros” com algo que, para eles, não encontra explicação no plano das coisas razoáveis, a não ser uma orquestração da direita, travestida nos “riquinhos das manifestações de rua” que, amparados e apoiados por uma mídia a serviço dos grandes e escusos negócios, de toda ordem, tentam inviabilizar o governo Dilma e interromper o itinerário dos governos democráticos e populares do País.
Será a reedição do “todos contra Larry Flint”? Todos conspirando, no caso as chamadas elites brancas e americanizadas, conspirando contra o PT e contra Dilma? Por que será que isto está a ocorrer?
E, diga-se de passagem, tudo o que o governo tenta fazer, encontra resistência e oposição, por parte de segmentos da sociedade ou de alguns grupos organizados.
Na verdade, os fatos e circunstâncias merecem um aprofundamento do que está a ocorrer pois parece que “há algo mais no ar além dos aviões de carreira” pois o nível de insatisfação está se generalizando e, é bom lembrar, nos tempos de “Lulinha, paz e amor”, o país vivia em lua de mel com os dirigentes!
Por que as coisas mudaram tanto? Será a crise da economia? Será a crise de gestão do Governo Dilma? Será a inabilidade dos seus articuladores que impedem uma ação político-parlamentar mais oportuna, eficaz e de resultados?
O Congresso reagiu ao plebiscito e, pràticamente o inviabilizou.
Os exportadores são expressamente contra a continuação do amplo e irrestrito apoio dado ao Mercosul, em detrimento dos acordos bilaterais de livre comércio, tão em moda nos dias de hoje.
A classe médica está revoltada e indignada diante da MP que se propõe a levar médicos para o interior mais profundo do País.
Os segmentos empresariais continuam a reclamar de que nada se faz para reduzir o custo Brasil, diminuir os gargalos da infra-estrutura e as limitações de marco regulatórios imprecisos e instáveis.
Os economistas acham que, sem a devolução do respeito e dos compromissos com os fundamentos básicos da economia e sem um freio no populismo na gestão da coisa pública, difícil será baixar a inflação, estimular o investimento e retomar o crescimento.
Diante de tudo isto, o que o País vai continuar a assistir são tentativas frustradas de encaminhar os problemas reclamadas pela população de maneira parcial, tópica, emergencial e, acima de tudo, autoritária!
Dilma lança o programa Minha Casa, Minha Vida, numa versão municipal, numa tentativa de atender as reivindicações da Marcha dos Prefeitos do País à Brasília. Prefeitos esses que, na Marcha do ano passado, propiciaram uma sonora vaia à Presidente, por várias demandas não atendidas e pela redução de suas receitas derivadas do FPM, diminuídas em decorrência das “bondades”, com chapéu alheio, feitas pela União, através dos recursos que fazem a base de cálculo do referido fundo, no caso as isenções concedidas com os recursos do IPI e o IR.
Junte-se as queixas atuais, as antigas e continuadas reclamações quanto ao centralismo fiscal da União, que abocanha a maior parte da receita de impostos e, deixa a, estados e municípios, a maior parte das responsabilidades e obrigações, em termos de serviços públicos! Deverá ainda constar da memória dos prefeitos, a ameaça de Dilma de alterar o que já foi votado pelo Congresso em termos de repartição dos royalties do petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores.
Ademais, para tornar mais indigesto o caldo de cobranças dos prefeitos, junte-se a tantas demandas, a rejeição dos chefes de municipalidades, a sugestão de líderes petistas, no sentido de que a Presidente vete as alterações feitas pela Câmara, quanto a distribuição dos royalties que cabem a União para, 75% para a Educação e 25% para a Saúde, alterando-lhe a base de cálculo que, aumentou em 13 vezes, diante da previsão da União, as receitas a serem alocadas para tal fim.
Diante de tudo isso, merece uma reflexão aquilo que diz o ideograma chinês de que crise é também tradução de oportunidade.
E a pergunta que se faz é por que a Presidente não aproveita para parafrasear Fernando Pessoa — “a obra feita é comigo; o por fazer é com Deus” — e promove uma série de ações rápidas, diretas e objetivas?
Tipo estabelecer o conceito de déficit nominal zero para controle da inflação; uma certa restrição ao Mercosul e abertura para acordos bilaterais de livre comércio; fim do terceiromundismo do Itamaraty; acordo com os estados e municípios para que as obras do PAC sejam executadas, diretamente, por eles e fiscalizadas e avaliadas pela União; substituição dos atuais responsáveis pela política econômica com vistas a tornar mais respirável o ar e o ambiente para os investidores e agentes produtivos; envio de uma proposta sobre reforma política ao Congresso, entre outras providências.
Todas são medidas que não demandam tempo. De uma canetada só podem ser definidas!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!