MERCOSUL, CHAVEZ E VENEZUELA!

O Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou o seu relatório propondo a rejeição do pedido da Venezuela para ser membro efetivo do Mercosul. As razões de Tasso são aquelas respaldadas pelas próprias exigências de países para serem membros do Mercosul. Uma das mais importantes é que o país tenha profundo respeito às instituições e garantam os direitos civis e políticos dos cidadãos. A própria atitude de Chavez, de se tornar um presidente perpétuo da Venezuela, aliada à mordaça que impõe à mídia do país, já justificaria, em parte, tal voto contrário. Ademais, a tentativa de se tornar um Simon Bolívar, caboclo e mestiço, tem produzido muita intranquilidade na região. A própria ação no “affair” hondurenho, bem como os problemas criados com a Colômbia, são alguns dos episódios que fundamentam a má vontade de muitos senadores para com a Venezuela. Ademais a postura de membros do governo Lula, particularmente a dupla do barulho das relações externas do Brasil – Marco Aurélio Garcia e Samuel Pinheiro Guimarães – que, vocacionados pelos saudosismos nostálgicos dos guerrilheiros de Sierra Maestra, demonstrados pelo terceiro-mundismo de Celso Amorim e companhia, acham que, até para um maior distanciamento dos Estados Unidos e maior proximidade com Evo, Lugo, Caldera e a sombra de Fidel, o Brasil deveria apoiar o ingresso da Venezuela ao Mercosul.

Alguns outros, dentro do pragmatismo comercial, defendem tal participação pela dimensão e o dinamismo da parceria de negócios entre os dois países. Outros, mais puristas e idealistas, argumentam que não se pode punir a Venezuela e a integração econômica da região através do fortalecimento do Mercosul, porque, ocasionalmente, Hugo Chavez é o Chefe da Nação Venezuelana. Ora, ocasionalmente é muita força de expressão. Chavez só deixará o poder se um golpe de estado assim o fizer.