“MEU REINO POR UMA LINGUIÇA”!

O Brasil parou diante do escândalo da chamada operação  ” a carne é fraca”. O episódio foi magnificado e generalizou-se de tal maneira que conduziu a uma insinuação de uma presumida criminalização de todo o segmento produtor e exportador de carne bovina, suina e avícola,  levando a um pânico, não apenas o mercado interno mas, também, a nível externo, em face de medidas acautelatórias dos países importadores de tais produtos, que  estabeleceram restrições e, até mesmo, suspensão de importações de carne brasileira.

. Para um País que é o maior exportador de carnes do mundo e que, apoiado no agronegócio, estava apostando as suas “fichas” no segmento e no impacto, altamente positivo, do “agribusiness” sobre o setor externo do Brasil, como elementos fundamentais para a retomada de sua economia, o baque foi extremamente pesado.

O episódio gerou um grande tumulto no cenário político, econômico e nas relações internacionais, com atitudes de cautela de países que, sendo os grandes importadores brasileiros, suspenderam as importações do Brasil, total ou parcialmente, aguardando informações fidedignas e precisas das autoridades brasileiras, capazes de garantir tranquilidade aos seus consumidores e reestabelecer o processo de importação das carnes brasileiras.

Até agora três constatações fundamentais devem ser objeto de uma reflexão crítica, fria e equilibrada do quadro por parte, não apenas de analistas de dentro do País mas, particularmente, deve servir de base para que os representantes estrangeiros possam reavaliar as suas posturas e atitudes, tomadas até agora. A primeira dessas reflexões é a constatação de que a chamada mega-operação da Polícia Federal, nem foi essa ação tão grande pois que, ao sugerir que haveria apenas 21 estabelecimentos do segmento incorrendo em irregularidades, num universo de 4.800 unidades, não poderia ter sido magnificada e publicizada nas dimensões a que o episódio foi submetido.

E o mais grave de tudo isto é que esses vinte e um negócios representam menos de um por cento das exportações totais de carnes do País! E, o pior de tudo é que, de fato, somente 3 unidades realmente mostraram possíveis irregularidades na área de vigilância sanitária.

A segunda é que toda a celeuma foi criada apoiada em apenas dois laudos técnicas de inspeção sanitária onde, apenas um veio a público, no caso aquele relativa a uma inocente salsicha que não se sabe, efetivamente, se estava descumprindo as regras e normas da Vigilância Sanitária ou se apenas enfrentava problemas de embalagem, de acondicionamento ou de não adequado resfriamento, como as regras estabelecem e exigem.

Na verdade, no quadro em que vive o Brasil, parece que cabe uma reflexão sobre a famosa frase de Otto Von Bismarck que dizia que *se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e as leis não comia as primeiras e não cumpria as segundas<. Na verdade, se a crise da carne mexeu com o País como um todo, a votação de matérias como a terceirização de mão de obra, a reforma política e a votação de outras matérias em pauta, caracterizadas como votações polêmicas, refletem um quadro de muitas contradições, confusões e de muitas controvérsias.

Além de tais ponderaçõesde caráter mais geral e, voltando a questão da carne, avulta uma terceira constatação que é aquela de que, estranhamente,  todas as autoridades sanitárias consultadas demonstraram e insistiram em negar quaisquer irregularidades, no que respeita a questão sanitária, na operação de qualquer das unidades produtivas. Na verdade, tanto a associação dos peritos sanitários e a associação dos delegados da PF, emitiram notas esclarecedoras discordando não apenas da forma como se processou a própria operação bem como pela maneira como se fez a comunicação, de modo inadequado e manificando os episódios. Os peritos informaram que, estranhamente, não participaram da operação!

Uma outra ponderação a ser feita é que as conclusões tiradas se basearam em opiniões e relatos de quem não tinha a expertise estruturada a contento e a experiência ncessária na área de Vigilância Sanitária parecendo, muito mais, que os autores da operação buscavam um protagonismo denuncista e uma busca de spot lights ou de palco, pelo menos, por parte de alguns mentores, que se manifestaram, apressada e levianamente, sobre a matéria.

Muita gente hoje procura descobrir uma ou várias causas para uma ação tão atabalhoada e descoordenada com o próprio governo central, como se a polícia federal não tivesse qualquer coisa a ver com o poder público pois que, tal ação gerou um enorme prejuízo ao setor, a economia e a imagem do País no exterior. A quem interessaria criar tal tumulto e desestabilização do setor. Seria algo que interessaria a negócios externos já que, agora mesmo, a China se aproveita da situação e pede para, no sentido de retomar as aquisições, conseguir uma redução de 30 por cento no preço das carnes importadas, Será que serve apenas a uma disputa de prestígio entre a PF e o Ministério Público. Ou seria uma forma de chamar a atenção do governo para que reabra as discussões sobre os aumentos pleiteados pelos policiais federais.

Ou seria, segundo alguns defensores de teorias conspiratórias, o próprio PT, numa estratégia que lhe é bem peculiar, intentando, com isto,  desmoralizar o poder constituído e desestabilizar o governo Temer. Tudo isto vem a propósito do fato de que se tal mega operaçao destinava-se a identificar focos de corrupção de funcionários públicos na área de inspeção sanitária, intrometeu-se,  inddevidamente, em uma questão técnica, que não era de seu domínio e competência bem como ndo objeto de sua operação,

Parece que o País, diante de tantos escândalos, de tanta corrupção, de tantos desvios de comportamento, provocou a certas instâncias investigativas a assumir um protagonismo excessivo, uma ânsia denuncista, incapaz de manter a investigação sob sigilo ou sob reserva, buscando correr para comunicar, mesmo que incompleta a investigação e o levantamento de provas materiais mínimas.

Tudo isto são especulações do episódio o que se conclui é que o governo foi muito ágil e eficiente na tomada de medidas para superar o “imbroglio” embora os prejuizos que superam os dois bilhões de dólares, considerando a perda de patrimônio das empresas e a queda brusca nas comprar externas. Mas parece que o fim de semana não será tão tenso, tão complicado e tão pessimista como foi o fim de semana que passou.

 

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