MITOS E CONCEITOS IMPRECISOS E INJUSTOS!

Os mais pessimistas para com o País, dizem, em tom de galhofa, que Deus, ao criar o mundo e colocar tantas coisas boas no Brasil e, ao mesmo tempo, poupá-lo dos riscos de terremotos, maremotos, conflitos com vizinhos, vulcões, etc, indagado porque privilegiava tanto o “país tropical”, foi advertido por Deus que disse: “Esperem o tipo de gente que eu vou colocar lá”.

Os defensores das teorias eugênicas afirmavam e ainda afirmam, no seu indisfarçável preconceito que o Brasil, ao permitir a miscigenação racial, determinou, a si, que o pais seria sempre uma nação de segunda caategoria, porquanto a mescla de negros, indios e europeus, notadamente, europeus portugueses, não permitiria construir uma sociedade, sem as limitações e os vícios endêmicos dessas três raças.

Os pretensos analistas do chamado determinismo histórico tendem a afirmar que, se o Brasil tivesse sido colonizado por Holandeses, Franceses, Ingleses ou Italianos, já que esses grupos tiveram presença aqui, ou física ou econômica ou política, em determinados períodos da formação econômica e histórica do Brasil, a construção do País não teria tantos vícios, tantas limitações e não estaria fadado a um atraso quase crônico.

Nos dias que correm, diante dos problemas e dificuldades enfrentadas pela sociedade brasileira e diante da falta de perspectivas claras para a sua transformação econômica, atribui-se tal circunstância a pobreza de sua classe política, a limitação dos seus agentes econômicos, e, a própria precariedade de suas elites, sem compromisso com o país e com sua história.

Será que alguém, em sã consciência, pode reduzir os problemas e dificuldades do País, para superar os seus gargalos, os seus constrangimentos e as suas limitações, para que a Nação assuma o protagonismo que os principais emergentes estão a assumir, a essas teses tão desprovidas de base teórica, de análises empíricas e de pouca fundamentação científica?

Mesmo os problemas estruturais que ora enfrenta o país, tais como uma base educacional extremamente precária; dada a falta de uma tradição de estudos, pesquisas e inovações; considerando uma base institucional marcada por vícios, por limitações de toda ordem; uma sociedade cuja organização do poder cheia de restrições e constrangimentos criadas pelo excesso de burocracia, pelo centralismo, pelo dogmatismo e pelo ideologismo estatizante e paralizante, não são capazes de estancar o crescimento do Pais, como os surtos de crescimento e modernização vieram a demonstrar, ao longo de sua história.

Para negar todos esses mitos e preconceitos, basta constatar que, tão somente, alguma ação ou estímulo especial, para mostrar que o país é capaz de enfrentar desafios, por sinal, os maiores que se possa imaginar. Como dizem alguns pensadores, um País que é capaz de “inventar” um agribusiness com a eficiência e a capacidade competitiva que o mesmo apresenta a nível mundial, demonstra quão capaz pode se mostrar quando adequadamente motivado e mobilizado.

Um país que retirou mais de 30 milhões da pobreza e transformou-os em classe media; que apresentou os notáveis ganhos na erradicação da miséria; que melhorou, susbtancialmente, o HDMI e reduziu, significativamente, os índices de desigualdade de renda entre as pessoas – vide as mudanças na índices de GINI — mostra que, mesmo com a falta de visão de longo prazo, sem planeamento estratégico e com os desacertos e a mediocridade dos gestores de politica econômica, é capaz de surpreender, positivamente, os mais incrédulos.

Uma nação que, num quase passe de mágica, construiu todos os estádios necessários e requeridos para a Copa do Mundo, diante da descrença de quase todos os brasileiros, demonstra, à saciedade que, quem sabe misturar ferro e cimento para fazer estádios, também pode ser capaz de misturar esses dois ingredientes para fazer as obras de mobilidade urbana, construir os portos, os aeroportos, as ferrovias, as rodovias, os metrôs, os vlt’s, entre outras obras de infra-estrutura, no tempo em que as circunstâncias determinarem.

E, o que falta, para que isso ocorra? Iniciativa, criatividade, desembaraço, capacidade do governo de remover os obstáculos para que a sociedade civil seja mobilizada para fazer tais projetos, no tempo que o país precisa.

Aí tem um pré-sal que pode ser um quase eldorado para o Pais; as províncias de xisto, talvez do mesmo tamanho que as americanas e todo o potencial mineralógico, só a espera da aprovação do seu marco regulatório, são potencialidades que, ao lado do que ainda pode se expandir o agronegocio e das fontes alternativas de energia, abrem grandes espaços para um crescimento rápido, continuado e sustentável do País.

Basta que, as instituições copiem o modelo de funcionamento, de gestão, de harmonia, de vibração e de entusiasmo que as escolas de samba primam por demonstrar.

E, é bom lembrar, aqui que, quando se quer, tem coisas que funcionam no País, mesmo que se diga que, para um povo mal educado e desorganizado como este, nada poderia funcionar. Não é o que demonstram os hospitais Sara Kubistchek, os metrôs, limpos e bem conservados, entre outros entes públicos.

Assim, basta com o pessimismo ou com essas teses infelizes e sem base cientificas pois que, pelo tamanho econômico, geográfico e social, e com as dádivas naturais que Deus lhe deu, aqui continuará a ser construída a única civilização dos trópicos a orgulhar pretos, índios, mulatos, cafusos, brancos, imigrantes e o que a miscigenação, da mesma forma que o sincretismo religioso, abençoaram este pais maravilhoso.

E isto não é uma paráfrase do “Por que me ufano de meu pais!”, nem tampouco uma demonstração de um otimismo inaceitável diante dos problemas, impasses e desafios que enfrenta o Pais. Mas, tão somente a certeza que basta uma pressão organizada da sociedade par que, até a incompetência do Executivo e a irresponsabilidade do Legislativo se transformem e operem aparentes milagres!

8 Comentários em “MITOS E CONCEITOS IMPRECISOS E INJUSTOS!

  1. O cenarista inova um ponto de vista que talvez movidos pela imaturidade ou pela mania de nos depreciarmos perante outros países , sempre evitamos aceitar que é a de que somos naturalmente incompetentes e incapazes. É chegada a hora de entendermos, de uma vez por todas que ou seremos um grande país – país grande nós já somos – com o povo resultante desta tão mal fadada mistura ou vamos ficar sempre vendo a classe média brasileira que reclama, reclama, mas não quer mudar nada, ser chamada de macaquinhos de imitação.

  2. Sebastião,

    Você que foi parceiro nessas empreitadas, aente-se, como eu, feliz por ter deixado marcas indeleveis que nem o tempo as apaga! Bons tempos aqueles! Um abraço fraterno!

  3. Obrigado pelas palavras marcadas pela generosidade! Só poderiam vir de um amigo como você!

  4. Tive oportunidade de trabalhar com você durante quatro anos do Governo Adauto Bezerra.Conheço sua capacidade de trabalho,seu otimismo e sobretudo sua crença inabalável no progresso do Brasil e de seu povo. Você era conhecido na região da Ibiapaba como Paulonordeste,devido sua atuação no planejamento e coordenaçao dos serviços de infraestrutura do Programa POLONORDESTE que tantos benefícios trouxe para o nosso estado.Ainda hoje os habitantes da serra da Ibiapaba recordam do programa que estabeleceu um marco divisório:antes e depois do polonordeste.Atuamos também na região metropolitana de Fortaleza,onde construimos rodovias como perimetral-Cofeco;hoje duplicada com o nome de Maestro Lisbôa;Distrito industrial-Maracanaú dentre outras.As regiões de Baturité e Inhamuns tambem receberam importantes obras.Falei muito sobre estradas,mas não me esqueci da eletrificaçaõ rural.Os engenhos da Ibiapaba movimentados por animais estão todos eletrificados.Os municípios ibiapabanos produzem além de frutas,hortaliças e até flores para consumo e exportação.

  5. Tive oportunidade de trabalhar com você durante quatro anos do Governo Adauto Bezerra.Conheço sua capacidade de trabalho,seu otimismo e sobretudo sua crença inabalável no progresso do Brasil e de seu povo. Você era conhecido na região da Ibiapaba como Paulonordeste,devido sua atuação no planejamento e coordenaçao dos serviços de infraestrutura do Programa POLONORDESTE que tantos benefícios trouxe para o nosso estado.Ainda hoje os habitantes da serra da Ibiapaba recodam do programa que estabeleceu um marco divisório:antes e depois do polonordeste.Atuamos também na região metropolitana de Fortaleza,onde construimos rodovias como perimetral-Cofeco;hoje duplicada com o nome de Maestro Lisbôa;Distrito industrial-Maracanaú dentre outras.As regiões de Baturité e Inhamuns tambem receberam importantes obras.Falei muito sobre estradas,mas não me esqueci da eletrificaçaõ rural.Os engenhos da Ibiapaba movimentados por animais estão todos eletrificados.Os municípios ibiapabanos produzem além de frutas,hortaliças e até flores para consumo e exportação.

  6. Parabéns pela sua crônica, tão bem redigida e ao alcance de todos os níveis culturais, explicitando e discorrendo sobre a formação cultural de nossa população.

  7. Parabéns!! Gostei muito …. falou tudo!! Abraço Telma

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