NÓS E A CHINA! PARA ONDE VAMOS?
Há duas questões que preocupam o mundo e, em particular, os países emergentes. E pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, de modo muito especial, o Brasil. A primeira é a desaceleração econômica da China que já começa a dar sinais com um recuo na taxa de expansão do produto interno bruto para este ano. A outra é a retomada do crescimento dos Estados Unidos.
As duas perspectivas retiram mercado para commodities brasileiras, de um lado e, do outro, contribuem o redirecionamento dos fluxos de capitais que poderiam estar sendo orientados para o Brasil.
No caso da China, a alteração no ritmo de expansão ocorre, simultaneamente, com a mudança ocorrida na estrutura de poder, ou do perfil dos novos dirigentes do País. Os novos mandatários estão mais voltados a buscar uma redinamização da economia e, ao mesmo tempo, promover maior liberalização do processo de transformação estrutural do País.
E isto é visível quando se examinam os dados do ritmo de expansão da economia; o endividamento interno que está aumentando e, a incorporação de mais populações à sociedade de consumo.
Diante de elementos que indicam a fragilização e a redução do ritmo de expansão da economia, os novos dirigentes estão voltados a dinamizar o setor de serviços; a alavancar o consumo interno; a reduzir a intervenção do estado na economia; a ampliar o espaço para o setor privado; a promover a redução de impostos sobre as pequenas e médias empresas; a determinação de liberar os juros e a abertura para investimentos externos nas áreas de finanças, logística, bancos e saúde.
As transformações propostas pelos novos dirigentes preocupam analistas e investidores do resto do mundo porquanto a China é agora um protagonista com peso muito expressivo nas tendências de evolução da economia mundial e, não se sabe, ao certo, qual o impacto que tais mudanças provocarão no ambiente dos negócios do mundo.
Alguns analistas acham que, embora a China continue a ser uma economia de extremo peso nas transações internacionais do Brasil, é fundamental dar uma chacolhada nos paradigmas do comércio internacional do País. O Mercosul nos dias que correm, não é uma oportunidade mas um entrave ao dinamismo das exportações nacionais. Sem ele o Brasil poderia estar promovendo acordos bilaterais extraordinários como está promovendo a recém criada Aliança do Pacífico — México, Colômbia, Chile e Peru — que já começa com o comércio superior ao Mercosul e composta por países com um crescimento econômico de quase 6% ao ano. Ademais, a base dessa Aliança é a realização de acordos bilaterais com EUA, Europa, China e demais países do mundo, dentro da perspectiva de uma notável redução tarifária.
Por outro lado, caberia ao Brasil, não descurando do comércio com a China, que, como dizem os economistas, é um mercado do presente não descurar daquele que deve ser o mercado do futuro, que é a India, com seus 1,2 bilhão de consumidores. Aliás, já hoje, representa um mercado dos mais interessantes e um enorme mercado potencial, notadamente para soja/milho; minério de ferro; nióbio, petróleo, sucos, vinhos e chocolates, o que, como ocorreu com a aproximação que se deu do Brasil com a China.
Se, com olhos mais abertos, os policy-makers do Brasil, descobrirem o potencial de negócios com a ASEAN – Área de Livre Comércio que incorpora países como Mianmar, Laos, Tailândia, Cambodja, Vietnam, Malásia, Cingapura, Filipinas e Brunei — com seu 1 trilhão de dólares de PIB, um mercado consumidor de 600 milhões de cidadãos, aí então estarão abrindo novas perspectivas de crescimento e dinamização da economia nacional.
Portanto, o Brasil, caso crie um ambiente econômico mais oxigenado, menos protecionista e menos estatizante, poderá entrar num círculo virtuoso de expansão, não só com o pré-sal, a exploração de xisto, as novas fronteiras de exploração mineral com a renovação do Código, os investimentos requeridos em infra-estrutura e mobilidade urbana, além dos eventos — Copa, Jogos Olímpicos, entre outros — que descortinarão as perspectivas econômicas do País para o mundo.
É também próprio e oportuno chamar a atenção que, mais do que nunca, retomar o respeito aos compromissos com os fundamentos da economia — lei de responsabilidade fiscal, superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante — bem como fazer a “nova abertura dos portos do País” com as simplificações burocráticas, a redução dos entraves ao ingresso de investidores e financiadores externos e, a necessária segurança jurídica e previsibilidade judicial tão exigidas pelo cidadão que vem participar do processo de crescimento do País.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!