O CENÁRIO PARA A PRÓXIMA SEMANA!

A próxima semana vai apresentar uma agenda gorda, polêmica e subordinada a diferentes humores. A nível internacional, onde a crise européia, as medidas contencionistas dos americanos, a atitude inesperada da China – em continuar apostando no Euro e não adotando uma atitude que deveria – ser deveras perturbadora para a economia mundial, qual seja, ver-se livre de reservas em euros, são ingredientes novos para analisar a crise por que passa o mundo.

Na verdade, a crise assume contornos difíceis de antecipar, pois não se tem idéia de quando ela amainará ou se os seus efeitos tenderão a disseminar-se mundo afora, causando uma crise mundial e não uma crise restrita apenas à zona do euro.

Dúvidas, incertezas, contradições, críticas de parte a parte, em razão das ações e declarações assumidas por países, de forma individualizada, e, até mesmo, diante das opiniões inopinadas e inoportunas de autoridades americanas sobre o que deveriam fazer ou terem feito os europeus, entornam ainda mais o caldo de cultura dessa nova “virada” de problemas econômicos mundiais.

O princípio que se consagra é que, num mundo interdependente e globalizado, onde um espirro aqui provoca uma gripe acolá ou uma pneumonia num organismo mais frágil, deve ser objeto de ação integrada, coordenada, concatenada e avaliada, em termos de seus impactos e consequências, por um núcleo de nações que poderiam exercer uma espécie de governança mundial.

Lamentavelmente não está a acontecer e, pelo que se nota, ninguém tem certeza que o melhor caminho para a Europa seja seguir um receituário assemelhado ao americano ou mesclar medidas de socorro ao sistema financeiro, propostas de austeridade fiscal em termos de corte em gastos públicos além da idéia de aumento de alíquotas tributárias para complementar a ação de recuperação das contas públicas.

O que se espera é que, outros países, notadamente tão otimistas e eufóricos como o Brasil, que só vêem o lado positivo de tal crise em fazer orientar os seus fluxos financeiros para financiar os seus projetos, avaliem, como já foi dito aqui, o impacto negativo sobre suas exportações com reflexos severos sobre as suas contas externas.