O MESMO DO MESMO!
Saiu uma nova rodada de pesquisas sobre as eleições nacionais. Nada mudou a não ser a enorme discrepância entre os dados apontados pela pesquisa do Instituto Vox Populi e os dados apresentados pelo DataFolha. A diferença, na Vox Populi a favor de Dilma é de oito pontos percentuais, o que, realmente, chama a atenção de todos os analistas. Na pesquisa DataFolha, cujos dados estão sempre em sintonia com a pesquisa IBOPE, Serra está um ponto à frente de Dilma.
Na verdade o Vox Populi reflete, em parte, o “wishfull thinking” do seu dono, no caso o jornalista Marcos Coimbra bem refletido nos seus artigos semanais publicados na imprensa nacional. Portanto, o Vox Populi continua destoando, a sua credibilidade diminuindo e Marcos Coimbra não conseguindo esconder ou dissimular a sua opção preferencial.
Diferentemente de Carlos Augusto Montenegro, o todo poderoso dono do IBOPE que, espertamente, sabe conciliar os seus interesses e a garantia da credibilidade do Instituto, fazendo aproximar da realidade os seus levantamentos na proporção em que o pleito vai se aproximando e as tendências vão se revelando.
O que se conclui dessa rodada de pesquisas é que “tudo continua como d’antes no quartel d’Abrantes”, ou seja, Dilma e Serra e, até mesmo Marina, continuam nos mesmos percentuais de dois meses atrás. Dilma e Serra empatados tecnicamente no entorno dos 37 a 39 por cento e Marina nos 9 a 11%. E, a não ser que haja algo tão inusitado até a primeira semana do programa de rádio e tv, nada deverá mudar.
Mas, uma análise dos dados por estados revela situações que até surpreendem. Por exemplo, no estado onde o PT é o senhor absoluto dos votos, Serra vence, Marina é a segunda e Dilma a terceira! Na Bahia e em Pernambuco, onde a popularidade de Lula vai a mais de 80%, Dilma tem 43 e Serra 32, no primeiro estado e, em Pernambuco, Dilma tem 46 e Serra 36! São diferenças excessivamente pequenas para o que se esperava de desempenho de Dilma. Da mesma forma surpreende o Rio onde, apesar da força do governador e do prefeito, Dilma só atinge 37% enquanto Serra já alcança 31%.
Da mesma forma, surpreende o que acontece em Minas Gerais, onde o candidato a governador que apoia Dilma tem 44% enquanto o candidato de Aécio só alcança 18% e, pasmem, Dilma tem 35 e Serra tem 38%. Esperava-se que Serra apresentasse um desempenho bem mais significativo no Sul e no Sudeste, onde ganha em São Paulo de 44 a 30; no Paraná, de 45 a 30; no Rio Grande do Sul, de 46 a 34. Claro que são tais diferenças que lhe garantem o empate técnico com Dilma, mas poderia ter um desempenho maior porquanto o bolsa família não tem impacto maior nas mentes e nos corações dos eleitores.
Nas disputas estaduais, os números de Minas, do Rio, da Bahia, de Pernambuco, do Distrito Federal, do Ceará, eram os resultados praticamente esperados. No Rio Grande Sul surpreende a liderança de Tarso Genro, com doze pontos percentuais na frente de José Fogaça, embora os pontos percentuais da governadora Yeda Crusius mostram que a eleição não está decidida.
Assim, pelo que se pode avaliar dos dados atuais onde, claramente, a grande maioria do eleitorado ainda não tem definições claras das suas opções, pelo menos a nível nacional, o que se espera é que quem tiver melhor discurso para chegar a tais indecisos leva o butim.
Ademais, é bom lembrar que, quando começam as definições das eleições estaduais, então irão ficar mais nítidas as opções nacionais porquanto o eleitor está sempre mais ligado ao poder que lhe é mais próximo do que ao poder nacional. Aliás, só as candidaturas que empolgam ou que são quase mitificadas como as de Getúlio, em 1950, e de Lula, em 2002, tendem a mobilizar a consciência nacional. No mais, as pessoas estão mais ligadas no seu governador do que no seu presidente.
Dr. Paulo, o senhor vem estipulando momentos distintos para as eleições, ou seja, temos um processo com várias etapas: antes e depois da Copa, antes e depois das convenções dos partidos e antes e depois das definições dos vices, no entanto, surge nesse momento a campanha eleitoral pela televisão, a partir do dia 17/08. Qual o peso dessa ferramenta para a campanha de cada um. Até que ponto Serra e Dilma serão beneficiados? Enfim, quem terá vantagem nessa nova etapa?