O NÓ GÓRDIO: RECUPERAR A CONFIANÇA!
Recuperar a credibilidade e a confiança é condição “sine qua non” para o Brasil viver um clima de crescimento e expansão tão necessários e, tão potencialmente possíveis, pela sua sociedade. Mas, diante de dados contraditórios — o desemprego não é mais de 4,6%, como alardeado pelo governo, mas, de 7,4%, como redefinido pelo IBGE; a criação de empregos, em 2013, foi a pior dos últimos 12 anos; a inflação real não foi de 5,89% mas, se se ajustar os preços administrados defasados, estaria acima de 7%; as contas públicas seriam de valores diferentes se não tivessem sofrido maquiagens e arranjos de seriedade discutíveis, — as dúvidas e incertezas aumentam.
Agora mesmo, a Bloomberg anuncia, para perplexidade de muitos e espanto de alguns que, diferentemente do que os bancos americanos e as agências de risco têm ameaçado, o País, ao invés de não mais representar opção melhor de investimentos externos, representa o segundo melhor destino, entre os emergentes, para a realização de investimentos por empreendedores externos! Durma-se com um barulho desses!
Se forem consideradas as recomendações de três bancos dos maiores bancos americanos e do Deutch Bank alemão, além da ameaça de uma das agência de classificação de risco, a Standard & Poor, de rebaixar o Brasil, ainda esse semestre e, até a proposta do criador dos BRICS de retirar o B de Brasil dos emergentes, esses fatos mostram um quadro deveras preocupante. Ademais, a saída ou a perda de 285 bilhões de dólares por investidores estrangeiros nos últimos três anos, recomenda muito mal o Brasil.
Se se considerar que, um emergente como o Brasil, no caso a Turquia, lançou, agora a pouco, uma proposta de venda de 1 milhão de euros de letras ou títulos públicos de governo, teve uma demanda de 12 bilhões de euros, numa demonstração patente de confiança dos investidores internacionais, mesmo quando a maioria dos fluxos financeiros se dirigem para os países avançados e mais seguros.
Por outro lado, os jornais de 22 de Janeiro estampam dados sobre o nível de confiança dos agentes econômicos, máxime de investidores tanto externos como internos, no que diz respeito ao crescimento das economias como um todo. O levantamento não apenas diz respeito aos países emergentes mas, também, aos países desenvolvidos e, particularmente, se detém sobre os destinos dos BRIC’s.
O resultado encontrado mostra que, no caso específico do Brasil, a expectativa dos agentes econômicos internacionais, não é das melhores, situando-se o País, nas últimas posições, não apenas em relação ao G-20 mas, no meio dos emergente. Aparentemente poucas agências de investimentos estão apostando nas condições gerais de investimentos na terra de Dona Dilma. Aliás, a própria Presidente, tinha, como principal missão em Davos, convencer as agências de risco de que as coisas não estão tão ruins e complicadas como aparentam estar.
Ademais, as projeções publicadas nos jornais sobre o crescimento econômico, não são nada favoráveis ao Brasil, ficando as expectativas de expansão do seu PIB, abaixo de todos os outros emergentes, colocando-se apenas à frente da Rússia e, na média, à frente dos países da Zona do Euro e das economias chamadas avançadas, o que não representa qualquer vantagem, pelo menos nessa quadra de recuperação dos países avançados!
Por outro lado, as agências de risco ameaçam reduzir o “rating” do Brasil, já nesse primeiro semestre, com notáveis prejuízos para o País e para as empresas brasileira que se financiam com empréstimos externos, caso não surjam sinais efetivos de recuperação dos fundamentos da economia.
Diante da situação dos emergentes, os investidores externos já direcionam as suas opções de aplicação de seus fundos para as economias como a dos EUA, da Alemanha, do Reino Unido, da China, entre outros, o que reduz a oferta de crédito e de investimentos para o Brasil, além de encarecer o financiamento do rombo das contas externas e aumentar os juros cobrados às empresas brasileiras.
E, todas as notícias recentes — inflação, emprego, balança comercial, etc — não são favoráveis e capazes de reverter a tendência pessimista dos investidores internacionais no sentido de retomar o direcionamento de investimentos para o País.
A questão que se coloca é como recuperar a confiança perdida? Como convencer a investidores externos de que as políticas públicas estão sendo geridas com a necessária responsabilidade e sobriedade e que os critérios adotados em relação a administração dos fundamentos da economia estão sendo sérios e respeitados? Sem qualquer gesto real? Com os mesmos formuladores e executores das políticas públicas? Diante da ânsia da Presidente de buscar a sua reeleição, até que ponto é possível acreditar em medidas de austeridade fiscal?
Parece que não será nada fácil recuperar os fundamentos da economia, ampliar o investimento, melhorar a eficiência na execução de obras públicas, garantir melhor qualidade na gestão das políticas públicas e sinalizar que há seriedade, sobriedade e responsabilidade do governo, além dos sonhos políticos de seus mentores. Esse é o nó górdio que está difícil de ser desatado!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!