O NORDESTE AGORA VAI?

“Há algo de novo sob o reino não da Dinamarca, como diria Hamlet, mas sob o sol generoso e abundante do Nordeste”!

Desde 2003, a região cresce, de maneira acelerada, superando os índices apresentados pelo país, como um todo, e por qualquer das suas regiões econômicas.

O relatório divulgado pelo Banco Central sobre o desempenho econômico de todas as regiões do país mostra que o Nordeste registrou “expansão vigorosa” no trimestre encerrado em maio, enquanto o resto do país amargou desaceleração.
Os dados são extremamente auspiciosos, pois que considerado o mesmo período do ano passado, as três principais economias do Nordeste – Bahia, Ceará e Pernambuco – apresentaram taxas de crescimento de 9,5, 8,9 e 7,8%, respectivamente.

Tais resultados são fruto não apenas da forte expansão do comércio varejista – 10,1% -, das transferências de renda do governo federal para as populações mais carentes e de fortes investimentos em infra-estrutura, além, é claro da injeção de crédito garantida pelos financiamentos significativos do BNDES e do BNB.

Por todo esse esforço e diante do dinamismo da atividade serviços, fundamentalmente do turismo, além da implantação de um significativo número de indústrias – só o Piauí está implantando ou implantou 286 empresas nos últimos 8 anos! – a  região, que antes tinha o seu dinamismo amparado na cana-de-açúcar, no gado e no extrativismo rudimentar, tais atividades tradicionais perderam  terreno para indústrias e serviços tecnologicamente  de ponta.

Ademais, investimentos como os no Porto de Suape, no Complexo do Pecém, na Ferrovia de Integração Oeste-Leste, no Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste, na Refinaria Abreu Lima e na Térmica MPX Itaqui, deverão  juntar-se aos investimentos na Transnordestina, na Refinaria e na Siderúrgica do Pecém, além dos investimentos na transposição das águas do Rio São Francisco para garantir os necessários “improvements e upgrades” no processo de construção da cidadania nordestina.

Essa onda de expansão e de dinamismo  na área econômica está pressionando não apenas por investimentos adicionais em infra-estrutura, mas, também, está provocando melhoria no desempenho em segmentos como a educação formal, a saúde de alta complexidade, a formação de pessoal técnico e a melhoria nos processos de gestão da coisa pública. Ou seja, parece que o processo de mudança estrutural está sendo irreversível e, se porventura, a União acelerar a realização dos investimentos em infra-estrutura, gerando, com isso, as externalidades positivas para  a atração de atividades diretamente produtivas, estão estará, em curso, efetivamente, uma verdadeira política de correção de desigualdades espaciais.

Por outro lado, se se considerar que a maior parcela de população abaixo da linha de pobreza absoluta está no Nordeste e, a continuar os programas de compensação de renda,  a modernização esperada e desejada, ganhará “momentum” e tornar-se-á irreversível.

Finalmente, um dado extremamente saudável nesse processo é que o crescimento ocorre de maneira descentralizada, gerando-se pólos dinâmicos nas regiões interioranas e dando surgimento a verdadeiras metrópoles regionais.

Os sonhos de Celso Furtado, de Rômulo de Almeida, de Raul Barbosa e de tantos outros economistas e políticos nordestinos, está se tornando real concreto:  o sertão está virando mar e a prosperidade está chegando a milhões de lares antes desvalidos e sem esperança!