O PAPA DIZ ADEUS MAS A CONFUSÃO FICA!

Dilma despenca, a gestão pública é da pior qualidade — segundo Ciro, a equipe é de quinta categoria — as iniciativas de Governo ou do Congresso para responder aos problemas mais prementes reclamados pelas ruas, são tímidas, limitadas, confusas — vide a importação de médicos — e não estão a surtir os efeitos esperados.

Na economia, os dados não apresentam perspectivas de que as coisas deverão melhorar. O desemprego cresce, a inflação continua elevada, a balança comercial se deteriora, o investimento cai e as agências de “rating” internacionais ameaçam reduzir a nota do Brasil. Também, para comprometer ainda mais o quadro, a indústria da construção civil deu uma bruta de uma desacelerada!

Por outro lado, o corte nos gastos públicos, tão necessário ao controle da inflação, pareceu mais simbólico do que efetivo. O Banco Central, sem a necessária autonomia, continua a ameaçar com elevações na taxa básica de juros e, a confiança dos consumidores e investidores, continua despencando.

Se na área econômica as coisas estão difíceis, inclusive os incentivos à atividade produtiva não tem redundado em resultados satisfatórios pois a indústria continua mergulhada em uma profunda crise e num processo de desindustrialização, na área institucional e política, a situação é muito séria.

No plano institucional, a coisa deve a ficar mais difícil na próxima semana. Termina o recesso do Judiciário e, com certeza, a retomada do julgamento do mensalão deverá provocar acalorados debates e, com certeza, dependendo do que o STF decida, o quadro de manifestações populares deverá ser agudizado.
Ainda no plano das coisas de governo, Garibaldi Alves Filho já se conforma e avisa a Dilma que não há espaço e nem clima para fazer a reforma fundamental da previdência.

No plano político, a par da crise de convivência da base de sustentação parlamentar e o Governo Dilma, a coisa tende a piorar porquanto a Presidente acaba de vetar proposta aprovada pelo Congresso, acabando com a multa de 10%, relacionada ao FGTS, em caso de demissão sem justa causa. O Congresso, com certeza, irá derrubar o veto. Da mesma forma, se o governo não aceitar o relatório já aprovado na Câmara, relacionado com a distribuição dos royalties do petróleo, e, porventura, vetá-lo, aí será mais uma crise com o Parlamento e mais um veto derrubado!

Na próxima semana deve se intensificar a pressão dos “jalecos brancos”, diante da MP da saúde ou, para a maioria dos médicos, a MP da importação de médicos cubanos, sem que se submetam à aprovação no Revalida!

Como se isso não bastasse, a LDO — Lei de Diretrizes Orçamentarias — ainda não foi aprovada, o BNDES vive uma situação de muita pressão, diante das pesadas críticas à concessão de privilégios a grupos, a prática de políticas perigosas de participação em empreendimentos, em servir de base para gerar falsos dividendos para a União, enfim uma gestão temerária, hoje alvo de reclamações de empreendedores e investidores nacionais e internacionais.

Assim, depois de uma semana de renascimento da fé, da confiança e da esperança dos brasileiros; passado esse verdadeiro carnaval da alma, voltam os cidadãos e as cidadãs desse belo país a enfrentar a dura realidade de desafios, cobranças e de indignação contra o estado de coisas em que vive a sociedade tupiniquim.

Apesar de todos esses desencontros, os brasileiros continuam a acreditar que, embora o Papa seja argentino, Deus é brasileiro e, num espécie de passe de mágica ou na base de um milagre, os problemas começarão a encontrar o encaminhamento exigido pelo País e pelas suas circunstâncias.

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