A PNAD E DILMA!

De repente, dois dados são lançados à interpretação dos brasileiros. O primeiro, os dados da PNAD ou Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio. O segundo, sem qualquer explicação plausível, os dados de pesquisas de opinião revelam que Dilma retoma a liderança do processo eleitoral e assume a ponta, em termos de aprovação da sociedade brasileira. E todos ficam a ver navios querendo entender como é possível o país enfrentar uma das piores crises e impasses econômicos e a popularidade da Presidente não se alterar. OU se se altera, é para melhor!

Aí fica difícil de entender o quadro. A economia brasileira enfrenta queda da produção industrial, o superávit primário atinge o seu pior nível dos últimos anos, caem os índices e confiança dos empresários e dos consumidores do País, e, o dinamismo do mercado de trabalho perde força, mas mesmo assim, o governo vai bem!

A opinião do IPEA, diante dos dados apresentados pela PNAD, mostra um quadro nada favorável ou otimista! Houve perda do expressivo ganho real dos salários, impactando, com isso, o nível de consumo. Segundo o mesmo instituto, a expansão econômica vai ficar, no máximo, nos 2,5%! O mais grave dos dados da PNAD são os relativos ao aumento do analfabetismo, do crescimento da desigualdade, medido pelos índices de GINI e o impacto mais negativo de tais dados sobre o Nordeste e o Norte, reabrindo, de novo, a discussão sobre o desenvolvimento regional. Se se avalia os dados do PNAD sobre o saneamento ambiental, a frustração e o desencanto em relação ao Norte e ao Nordeste, cresce ainda mais, porquanto os dados são de envergonhar qualquer governo.

Se o quadro social não é nada interessante e se o desenvolvimento regional não encontrou qualquer política econômica plausível, então é hora de rever conceitos, idéias e propostas para fazer um país menos desigual e menos desumano!

Esse cenarista pode até aceitar os dados colocados mas, como nordestino de boa cepa, não dá para aguentar o desprezo, o descaso e o desinteresse do Brasil pelo país dos nordestinos. Mas iremos voltar a questão com argumentos sensíveis e respeitáveis.

Diante de tal panorama, é difícil fugir ao desalento. Talvez, na ciclotimia que caracteriza a gangorra brasileira, a gente possa ansiar que amanhã, talvez, quem sabe, dados novos poderão afastar os brasileiros do desencanto!

2 Comentários em “A PNAD E DILMA!

  1. Os indicadores preocupantes apenas consolidam a ideia de que o país não agiu tempestivamente diante da crise disparada em 2008. Pior do que não fazer e insistir em fazer o errado é colocar a culpa da crise de imagem no fracasso de um playboy produzido em Wall Street – ou alguém tem alguma dúvida de onde o audacioso empresário buscou 33 bilhões de dólares para ostentar a 5a maior fortuna do planeta? – para consumo dos pobres tupiniquins. Haja óleo de peroba para tanta cara de pau. Enquanto isso, os tais dados inexpugnáveis do pré-sal parecem que realmente foram analisados previamente por algum paranormal (palavras da Presidente da ANP) e fizeram recuar do primeiro leilão justamente as ingênuas empresas britânicas e americanas. Oh, Senhor! Até quando…

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