O PT NÃO É TÃO ESPERTO QUANTO PENSA… MAS LULA É, E MUITO!
De repente, da lavra do assessor especial do Presidente e Coordenador do Programa de Governo de Dilma, o Dr. Marco Aurélio Garcia, aquele que é lembrado por muitos por ter sido o cidadão apanhado pela TV, numa imagem deplorável, diante da tragédia da TAM, no chamado gesto do “toc-toc”, sai a proposta do futuro governo do PT, a ser comandado por Dilma Roussef.
Sob a pomposa denominação de “A Grande Transformação”, a proposta encontrou a acerba crítica do PMDB, principal parceiro de Dilma na empreitada de conquista do poder, através de declaração de seu Presidente, Deputado Michel Temer, de que o PMDB não “aceitaria prato feito”, numa normal reação de um segmento, nitidamente conservador, contrário a uma proposta esquerdizante para o futuro governo de Lula.
Talvez, já a própria, excessivamente pretensiosa denominação do projeto da candidata a Presidência – a grande transformação – gera a recorrência de que se deva a uma tentativa de imitar os programas grandiloquentes do “Império do Centro”, deveras ousados, dos chineses, tipo “o grande salto” ou as chamadas “quatro modernizações”! Na verdade, o produzido pelo gênio Marco Aurélio Garcia não tem nada a ver com as dimensões e as visões estratégicas, de longo prazo, dos chineses. Embora não seja do conhecimento de quase ninguém, a proposta de Marco Aurélio Garcia, unanimemente, parece que desagradou a todos, inclusive o grupo esperto do PT.
Prontamente Dilma, orientada por Lula, antes que a peça chegasse à lume, de imediato, informou que a prioridade do seu programa seria a manutenção dos pilares da política econômica apoiados na estabilidade da economia, amparada no tripé da política econômica atual: gasto fiscal responsável, câmbio flutuante e metas de inflação.
Mais uma vez, sorte a da Dilma, que o seu aliado preferencial, o PMDB, ao conhecer parte das idéias de Marco Aurélio Garcia, antecipou-se a informar ao “distinto público”, notadamente aos seus financiadores de campanha, que não aceitaria “prato feito” e, num gesto oportuno, constituiu comissão especial para apresentar a proposta do partido, tendo a frente o Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Segundo o sainte Presidente do PT, Deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), o programa “será discutido com os aliados e a própria visão do chamado estado fortalecido, não seria um “inchaço” da máquina mas, uma estrutura de estado capaz e a altura, das necessidades do País.
Marco Aurélio Garcia defende, intransigentemente, “o fortalecimento das estatais e o respaldo maior do poder executivo para as políticas de crédito, levadas a efeito pelos bancos públicos, para o setor privado.”
Outro dado do programa de Dilma é a idéia de, no prazo de quatro anos, alcançar a retirada de uma parcela significativa da população da faixa de pobreza absoluta, diminuindo de 16,02%, em 2008, para 7,96% tal segmento, no total da população do país.
É crucial chamar a atenção para o fato de que Dilma, no seu discurso que será proferido na posse do Diretório Nacional do PT, deverá dizer tudo aquilo que Lula conquistou no sentido de transformar a classe média na mais proeminente do país. E, no seu futuro governo, tal movimento de inclusão social, deverá continuar e, para 2014, 56,48% dos brasileiros serão classe média e, a classe pobre cairá, de 24,35% para 19,9%, da população brasileira.
O governo Lula está temeroso de que a mobilidade do processo de inclusão social ocorrido, até agora, tenha base no consumo popular, fomentado por programas assistencialistas e com base no aumento real do salário mínimo. Acredita o governo que tal estratégia não seja sustentável e definitiva. É possível que possam ocorrer surpresas no andar do processo. Ou seja, a sustentabilidade do modelo de inclusão social é discutível e questionável. E, creia-se, qualquer crise que ocorrer, a nível mundial, nos termos que ocorreu agora, poderá frustrar e frear a mobilidade e reduzir as chamadas conquistas de ascensão social.
Dilma já sabe, de “cor e salteado”, que a inclusão social ocorreu pela via “do consumo e não pela prática de políticas sociais afirmativas”. E procurará demonstrar que o “lulismo não é a volta do populismo clássico, mas um novo processo de inclusão social, a partir do estado como tradutor dos interesses sociais desorganizados”.
Será que Dilma saberá traduzir tais idéias, de maneira convincente, à população? “That’s the question”.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!