O QUADRO SE COMPLICA, NÃO APENAS PARA DILMA MAS PARA O PAÍS!
Os ânimos ainda continuam acirrados e a tensão ainda está presente por todos os lugares. E isto não é porque há gente clamando por “impeachment” da Presidente ou alguns mais radicais pedindo intervenção militar além de outros maximizando problemas, desafios e insatisfações.
Parece ser senso comum que, precisa, urgentemente o País, ter definidos os nomes que conduzirão a política econômica, os graus de liberdade que eles terão e a explicitação, o mais rápido possível, das medidas a serem tomadas para pôr a casa em ordem. Bàsicamente é preciso definir e, já, o processo de reestabelecimento dos fundamentos da economia, desde a retomada das bases da responsabilidade fiscal, a dura austeridade a ser imposta sobre as contas públicas federais, o aumento dos juros básicos, a volta do respeito às metas de inflação e a diminuição, significativa, da intervenção no cambio.
Isto porque as notícias sobre a economia são as piores possíveis. As pessoas já sentem que o salário não consegue chegar ao fim do mês, os encargos sobre os empréstimos consignados começam a pesar sobre os orçamentos familiares, além daquilo que seria previsível e aceitável e, o supermercado sente o peso do aumento dos preços em face da aceleração da inflação. Agora vem a conta de luz com aumento substancial, os combustíveis que irão ser reajustados além dos cinco por cento e, para tornar mais amarga a vida, como o salário mínimo é reajustado segundo o aumento do PIB per capita dos últimos dois anos, 2015 terá um salário minimo praticamente sem ganho real!
Adicionalmente, o déficit do Tesouro no mês de setembro atingiu a marca de 25 bilhões, o maior valor desde 1998, assustando o próprio governo federal. O superávit primário ou aquela sobra que deveria ser guardada para pagar os juros de uma dívida interna que cresce assustadoramente, o qual deveria atingir 3,4% do PIB, se alcançar, este ano, entre 1% ou até 1,5%, já estará de bom tamanho. Mas isto indicará que faltariam de 1,9 a 2,4 pontos percentuais ou algo como de 100 a 120 bilhões de reais para pagar os juros juntos aos bancos privados, relativos a divida interna!
Aliás o candidato a Ministro da Fazenda, Marcos Lisboa declarou que “sair de um déficit primário de 1% do PIB para um superávit primário de 3 a 3,5%, algo na casa dos 200 bilhões, é tarefa herculea”!
Os juros básicos acabam de ser aumentados para 11,25%, os maiores juros reais praticados entre todos os países do mundo. Os combustíveis sofrerão alta e já, em pelo menos 5% embora Graça Foster, a Presidente da Petrobras, espera que se aprove um reajuste de 8% pois só assim será possivel realinhar os preços recebidos pela endividada empresa brasileira. No mais as contas externas estão em frangalhos e, para piorar, os valores pagos pelos minérios exportados estão caindo e o agronegócio, sozinho, não terá comocobrir os rombos no setor.
Por outro lado, o cambio subtraiu, nos últimos dez anos, 370 bilhões de dólares, em demanda tanto interna como externa, de bens manufaturados, provocando a acelerada desindustrialização ora em curso no País.
Se no campo econômico as coisas estão muito difíceis, no lado social, os problemas vão desde o aumento da pobreza, agora explicitados pelos dados omitidos durante o período eleitoral, levando, inclusive, a demissão de dois diretores do IPEA, até os problemas de limitações da qualidade e da quantidade de vida nas cidades, notadamente nos médios e nos grandes centros urbanos, que crescem de maneira geométrica.
A violência avança diante de uma polícia impotente e despreparada. Os indicadores de saneamento, de saúde e de educação mostram-se, lamentavelmente, empobrecidos, notadamente quando comparados, internacionalmente.
Terminada a eleição, os nordestinos que foram vitimizados como sendo os responsáveis por impedir a alternância do poder, sendo caracterizados como a vanguarda do atraso político-cultural do país, sofrem agora com declaração recente da Presidente de que “é necessário por fim a guerra fiscal” entre estados o que, inexistindo uma política de desenvolvimento regional, inviabilizará toda a atração de investimentos privados que responderam por um crescimento do Nordeste, nos ultimos dez anos, acima da média nacional!
Se a Primeira Mandatária da Nação decidir que não apoia a redefinição de critérios de cobrança do ICMS que está posta, qual seja, onde os estados consumidores ficariam com a parte substancial do imposto cobrado, diferentemente do que ocorre agora, então o prejuizo para os nordestinos será ainda mais grave.
Junte-se a tal, já que o castigo sempre vem a cavalo, a possível paralização de obras que já estavam atrasadas como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, a Transnordestina, a duplicaçao da BR-101, a Refinaria Abreu e Lima, as Refinarias Premium do Ceará e do Maranhão, além de outras obras menores, o que reduzirá as possibilidades de expansão e crescimento das economias daquela área.
Finalmente, desaceleraram ou encolheram, em sincronia rara, importações, produção industrial, vendas a varejo e, ao mesmo tempo, sobem os juros básicos, o déficit publico, a inflação e os preços administrados, numa combinação indesejável e perigosa.
A pergunta que fica é quem vai se habilitar a “amarrar o guizo no pescoço do gato” ou quem vai aceitar a ingente tarefa de pegar o “touro pelos chifres”, quando o PT quer assumir, de maneira ainda mais intensa, um protagonismo tal que lhe assegure a garantia das condições para a volta de Lula em 2018? Se o PT insistir em manter os cargos e posições e insistir no nefasto aparelhamento do estado, como sói ocorrer até agora, quais serão os graus de liberdade do gestor ou dos gestores da economia?
Esse é o grande “imbroglio” e o grande desafio que espera os brasileiros com a certeza de que 2015 será bem pior do que se imagina e, crescimento econômico necessário e desejado, dificilmente ocorrerá, a não ser algo tão pífio como o que ocorrerá em 2014!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!