O QUE DIZER NESSE FINAL DE ANO MELANCÓLICO?

 

Há, como que, um generalizado desânimo, uma espécie de sem vontade a dominar mentes e corações dos chamados formadores de opinião do País. O quadro de problemas e desafios é enorme e não há compromisso político no sentido de, mesmo se sujeitando a  duros sacrifícios, enfrentá-los, equaciona-los e resolvê-los! São medidas duras e austeras, são reformas institucionais inadiáveis e uma condução firme, sem concessões, da política econômica, não se curvando a pressões politicas e a inusitadas exigências ou cobranças da própria Presidente, que o Brasil está a exigir.

Alguém retrucaria dizendo  “o que importa tal comportamento e atitude desse grupo, se pesquisas sobre os  Indices de satisfação e de felicidade dos brasileiros, mantém-se elevados, consagrando-se o Brasil como um das  mais felizes nações do mundo?”  “O que importa discorrer sobre os descalabros, os desvios de conduta, a corrupção quase endêmica e a leniência, descaso, incompetência e quase alheamento total do governo diante das traquinagens de seus parceiros, companheiros e aliados,  se a avaliação do desempenho do governo e da própria Presidente, aumentaram”?

O que há em questão é que, se de um lado o governo tem o amplo apoio dos filhos do bolsa-família, do Minha Casa, Minha Vida, do FIES e do PROUNI, além dos empresários beneficiados por tais ações e projetos e da ação politica dos 25 mil indicados para cargos comissionados, é certo e sabido, também,  que a última eleição presidencial mostrou um país dividido. É também notório que empresários,  os donos do agronegócio e os detentores do controle do sistema financeiro, ainda aguardam uma sinalização dos novos gestores da política econômica e dos nomes indicados por Dilma, para os cargos básicos, para assumirem uma postura menos pessimista diante de um 2015 que se espera muito difícil.

Mesmo que, até agora o Brasil não tenha sofrido restrições das agências de “”rating”  Internacionais, embora o crédito tenha ficado mais curto e mais caro para as empresas brasileiras, os efeitos da desconfiança, da insegurança e de um câmbio que encarece os insumos importados e aumenta, dramaticamente, os encargos de dívidas contraídas anteriormente, pesarão nas decisões de investimentos. Também a redução dos investimentos públicos, a diminuição da disponibilidade de fundos nos bancos oficiais e nos fundos de pensão, a diminuição da renda disponível das famílias, estreitarão os limites de expansão dos investimentos públicos e privados.

Sendo assim, se os brasileiros não são de olhar para trás pois o que passou, passou e está na “casa do sem jeito”, o mirar o amanhã não pode contar com indícios e razões plausiveis e confiáveis de que será bem melhor que 2014 pois os dados, as tendências e as perspectivas, tanto para a economia mundial como para a brasileira, não são tão otimistas. Talvez a forte recuperação americana, caso o Brasil mude radicalmente a sua política externa, ajude o Pais a reencontrar os caminhos de recuperação dos fundamentos de sua economia e crie perspectivas de um 2016 mais promissor. Ah! Tem mais! Pode ser que o preço do petróleo melhore pois caso o aumento de reservas americanas continui a crescer nos níveis e no ritmo atuais, até o pré-sal e todas as suas promessas irão para o brejo.

Portanto, o que esperar e desejar para 2015? Acima de tudo que os brasileiros tenham paciência, sejam tolerantes e aceitem os sacrifícios que lhe serão impostos, tendo consciência que 2015 será apenas um rito de passagem pois as coisas começarão a melhorar, paulatinamente, em 2016. Mas, não será fácil obter essa paciência e essa tolerância dos brasileiros, muitas vezes, tão impacientes. É, de fato, tarefa quase hercúlea! Ademais se o Petrolão tiver o mesmo destino que teve o Mensalão, ou seja, levando a impunidade de  seus principais autores, aí a desilusão e o desencanto tomarão conta do País. Ou não?

Merece uma reflexão critica o quadro atual e o que se esboça para o amanhã!

 

 

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