O QUE FALAR? O QUE DIZER? O QUE COMENTAR

E O cenarista tinha, pelo menos, três temas a abordar ou a discorrer que pareciam mais oportunos e, talvez, mais importantes, para a formulação do pensamento dos brasileiros sobre algumas questões de relevância e urgência maiores. Temas como a eleição americana, o roteiro das medidas econômicas essenciais a superar os problemas nacionais e as restrições que a política poderá impor para que as mudanças preconizadas e necessárias na gestão da coisa pública, venham a ocorrer!

No entanto, os fatos supervenientes, embora, razoavelmente esperados, acabaram atropelando as circunstâncias porquanto são eventos que tendem a provocar uma sequência de outros eventos, tão impactantes como a prisão do ex-todo poderoso, Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Todos se perguntam, na maioria das vezes e  das circunstâncias, o que será do amanhã? O cenarista não sabe e, talvez poucos ousem afirmar que sabem! As coisas estão  ficando  cada vez mais complicadas para se  antecipar o que vai ou pode acontecer .Na verdade, as coisas se precipitaram e conduziram a um processo de degradação já  esperado”, porquanto a ânsia de “pegar Cunha e, consequentemente, uma figura exponencial do PMDB”, era cobrada, não apenas pelos procuradores da Lava-Jato como por parcela significativa da mídia e da população como um todo. A consequência de tal prisão foi levar o pânico e, a um quase estado de choque, a classe política como um todo, pois que, Cunha é “o homem que sabia demais”. Aliás, sabia, não! Sabe demais.

Se políticos, empreiteiros, funcionários públicos graduados e outros menos votados, estão “cortando um dobrado”, como diz a gíria popular, no Palácio do Planalto a inquietação de alguns é enorme, não só pelo que prometeu a “delação premiada” da Odebretch e da OAS, mas pelo que tem vasado de alguns depoimentos de executivos de empreiteiros “entregando” alguns dos principais integrantes da base do governo. Some-se agora o que se especula o que poderá dizer Eduardo Cunha na sua previsível delação premiada!

O número de pessoas, figurões e políticos envolvidos já é muito grande e, cada vez mais, o “sofisticado xadrez” dos entrelaçamentos de interesses de toda ordem, gerando a maior e mais complexa teia de relacionamentos destinados a promover o mais amplo e envolvente esquema de corrupção jamais visto em qualquer país ou, se visto, jamais desvendado em qualquer país, deixa em sobressaltos toda a chamada “elite branca”, além da elite sindicalista, petista, peemedebista, pepista e outras “elites”, de cabelos em pé.

E, algumas perguntas ficam no ar, após a prisão do ex-todo poderoso homem forte da Câmara. Será que Eduardo Cunha vai entregar todo mundo? Na sequência, quem seria o novo alvo de Sérgio Moro? Será que Renam será o alvo sonhado de muitos e por muitos? E o Lula, vai preso na próxima semana? Todas são especulações que rondam “corações e mentes” dos que fizeram, até recentemente e, dos que fazem, a estrutura de poder, atualmente.

Eduardo Cunha tem como primeira prioridade excluir do processo a mulher Cláudia Cruz e a filha. Obtendo tal, não se sabe ainda a que preço, o ex-Presidente da Câmara, mais ressabiado do que nunca, não mais cometerá o erro de brigar com inúmeros e poderosos protagonistas da cena política, de forma simultânea, ou seja, ao mesmo tempo. Assim se ele fará uma delação, ela será seletiva, excluindo, de imediato, por exemplo, os Ministros dos Tribunais Superiores. Também poderá optar ao fazer apenas uma espécie de cena para a platéia e para sensibilizar os procuradores. No mais, deve “deitar e rolar” em cima daqueles aos quais considera traidores e, satisfazendo os procuradores, indicar, sem alargar muito o leque para não perder o foco e, portanto, para a própria delação premiada não perder o interesse.

Parece que Renam, pelo “script” da Lava-Jato, enquadra-se, de maneira quase ideal, naquilo que seria a nova etapa de limpeza do poder com a saída de Dilma, o desmantelamento de toda a cúpula do PT, a prisão de Eduardo Cunha e, agora, o último elo  da cadeia do processo de limpeza ética exigida pelo Pais, que é o afastamento de Renam Calheiros da capacidade de mobilizar, de articular, de manipular e, de uma certa forma, de controlar o poder. Se isto ocorrer nos próximos dias aí então, o que se pode esperar será uma ampliação do processo de construção de uma nova ética de convivência e de responsabilidade da sociedade brasileira.

E tal será a amhiencia ideal para o país para superar os seus problemas e abrir perspectivas alvissareiras para os brasileiros!

 

 

 

 

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