O QUE RESTA AOS BRASILEIROS?

As coisas ficaram tumultuadas. Não se sabe para onde ir diante de tantos descalabros. Como exercitar um compromisso público e político que vá além das conveniências e circustâncias e tenha um mínimo de respeito ao que se quer construir? Não se sabe, realmente, o que fazer!

Todos os brasileiros ainda mantém a fé e a esperança de que ainda vai ser possível acreditar que as coisas irão melhorar e, com a ajuda de Deus, os homens e mulheres públicas, acordarão que, pelo menos, um pouco de responsabilidade com o mandato que lhe foi cometido ou cumulado, deve ser demonstrado!

Faz cerca de três anos, se não é falha a memória do cenarista, quando a crise mundial era uma reles “marolinha”, como dizia o velho Lula. Naquela oportunidade, havia alcançado o Brasil, através do seu PIB, uma posição que punha em cheque o próprio ranking da economia inglesa. Ou seja, já caminhava o país para o 5o. PIB do mundo, superando a terra da Rainha! É claro que a conquista temporária ocorria mais em função do câmbio que, circunstancialmente, favorecia a uma medição mais generosa do PIB brasileiro! Mas, mesmo com tal ressalva, para orgulho da pátria amada, por alguns meses, o Brasil superou a Inglaterra e se tornou a quinta maior economia do mundo!

E o refrão de Lula “nunca na história desse País…” encontrava coro e eco pelo país afora! Não apenas os ganhos em termos de PIB total eram muito relevantes como também, a retirada de 30 milhões de pessoas da faixa de pobreza absoluta, além de uma formidável engordada no tamanho da classe média, mostravam o Brasil como a “bola da vez” e o melhor caso de sucesso entre os emergentes!

Agora o Brasil, subordinado a uma crise e diante de tantos desencontros, embora se coloque como o 7o. PIB do mundo, para ser real, honesto e concreto, está longe de alcançar ou chegar perto dos indicadores dos primeiros lugares no ranking das economias mais bem sucedidas. Isto porque, o País é o quinquagésimo terceiro em renda per capita; o octogésimo quinto em IDH e o 56o. em competitividade. Se forem examinados os indicadores de eficiência, então é que a coisa fica preta porquanto o custo brasil manda tudo para as cucuias.

E o mais grave, quando se espera uma luz no fim do túnel, mas o que surgem são notícias nada alvissareiras como as que indicam que as isenções de encargos sociais à indústria e que não geraram impactos maiores, aumentaram o rombo da previdência social em 48 bilhões de reais, até agosto! E, a FIESP informa que, pelas suas projeções, o crescimento do emprego industrial, este ano, será de 0%! E as concessões, a exploração mineral, o pré-sal, fazem parte daquela novela sem final feliz, já aqui abordada!

Não é uma questão no apostar no pior. Não é uma síndrome de pessimismo. Mas, lamentavelmente, é a constatação de que nenhum sinal se apresenta de que os principais gargalos estão em vias de superação. Até mesmo a retomada do crescimento, pelo que é pensamento comum, depende de recuperação dos fundamentos da economia, aí já se terá um sério problema a resolver, na proporção em que os estragos nas contas públicas, os problemas gravíssimos criados para a Petrobrás, pelo governo, no afã de conter a escalada de preços e a própria inflação; os erros das políticas de incentivos à economia; o estatismo, o ideologismo e a incompetência na montagem dos termos das licitações para as concessões; a falta de um marco regulatório, notadamente para a exploração mineral; os gargalos de infra-estrutura, diminuindo a competitividade dos produtos nacionais; a falta de ação para permitir a simplificação dos processo de decisão e de encaminhamento dos problemas com as obras do PAC, levam a uma avaliação de que é difícil atingir tal objetivo.

E, mais uma vez, todos lamentam que as oportunidades estão aí, bem diante do nariz dos autoridades e, o que se sente é que falta determinação, competência e diligência para fazer as coisas acontecerem.

E aí se repete o que já aconteceu em outras oportunidades onde, o “cavalo está passando selado” e o Brasil não é capaz de montá-lo!

Que pena!

Um Comentário em “O QUE RESTA AOS BRASILEIROS?

  1. Pura verdade, isso se dá devido a má ação dos gestores públicos.
    Parabéns pelo texto Dr. Paulo Lustosa.
    abraços
    Rubens

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