O QUE SE PODE ESPERAR OU EXIGIR DO FUTURO PRESIDENTE?
Não há meios nem instrumentos capazes de definir, dentro de uma presumida racionalidade, quem, probabilisticamente, deverá ser eleito presidente da República Brasileira, no próximo dia 5 de outubro. E, não se sabe, tampouco, se é possível antecipar quais serão os candidatos beneficiados, a partir de agora, quando realmente ocorre o “start up” da campanha eleitoral, das informações a serem divulgadas pelos vários tipos de mídias, sobre a economia e sobre o país.
Também não se pode antecipar o impacto dos programas politicos sobre as preferências do eleitorado, nem a repercussão da rejeição dos pretendentes à Presidência e, “last but not least”, o efeito sobre cada um dos candidatos, das diferenças entre as condições econômico-sociais experimentadas pelo País que, hoje, são totalmente distintas daquelas que se viveu em 2010!
Uma das razões das dificuldades de se concluir, por antecipação qualquer prognóstico é, por exemplo, circunstâncias como, por exemplo, o fato de que os dados de aprovação de Dilma e de seu governo continuam, embora em queda, ainda capazes de sinalizar que a presidente possa vir a ser reeleita, não num primeiro turno mas, talvez, num segundo turno!
Tal conclusão, aparentemente, pode ser precipitada porquanto uma avaliação mais aprofundada do quadro pode, segundo alguns analistas, sugerir que a atuação de alguns ingredientes do processo político-eleitoral, possam levar Dilma a perder o embate!
A sugerir tal especulação está a crença em que o desdobrar da campanha, tal processo e seus resultados, derivariam do fato de, em um segundo turno, por se tratar de uma eleição plebiscitária — sim ou não — os insatisfeitos, de todos os matizes e os que votaram em um dos perdedores, tenderão a se abrigar naquele que simboliza a ânsia de mudança, o desejo de novas alternativas e o cansaço com o longo tempo do discurso e da prática petistas.
Mas, independentemente de qualquer conclusão, não importa quem vença o pleito, o ganhador deverá enfrentar um enorme desafio que é rearrumar a casa — restabelecer os fundamentos da economia –, recuperar a confiança dos agentes econômicos nas instituições e retomar os investimentos necessários a um crescimento na média dos últimos anos, à exceção dos anos que compreendem o período Dilma. Além disso, manter o ritmo das conquistas sociais, enfrentar o caos urbano e lançar alguma luz sobre o enfrentamento da questão da violência e da insegurança pública, seriam itens adicionais a essa agenda simplificada porém, como se verifica, muito densa.
A despeito de qualquer circunstância o momento é muito mais de um chamamento às elites, no conceito weberiano da expressão, no sentido de que sejam aportadas sugestões e contribuições para a Agenda Brasil, indo, por exemplo, desde questões mais simples como garantir a idosos, doentes graves e pobres na forma da lei, medicamentos tendo o seu custo reduzido a partir da diminuição da carga tributária sobre eles imposta, até questões mais complexas como desindexar a economia, acabar com o programa de estímulos fiscais destinados a setores específicos além de uma proposta de redução da carga fiscal e a sua simplificação!
Mas, pelo que se pode deduzir, isto são generalizações que não são capazes de recriar o sonho e a esperança pois não indicam caminhos e alternativas para abrir horizontes de que as coisas possam ser resolvidas. A crise energética, a crise ds Petrobrás, o problema do etanol, o drama da mobilidade urbana, além do problema da retomada do crescimento, com inflação sob controle, exigem propostas essenciais para equacionar essas momentosas questões do País.
Claro que as dificuldades do País cada vez mais se agudizam e se ampliam, o que faz crescer as preocupações pois são tantas as prioridades e tão limitados os meios e instrumentos disponíveis, que é crucial definir o urgente urgentíssimo e, depois, ir agregando novas prioridades.
Dentro do espírito de ser o menos prolixo possível, as sugestões preliminares apresentadas pelo cenarista são apenas provocações iniciais, com o objetivo de propiciar o começo de um processo de discussão daqueles que seriam os temas mais relevante numa agenda de um presidente ou de um pretendente ao poder.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!