O QUE SERÁ DESSE VELHO BRASIL APÓS O RETORNO DE TEMER?

 

Todos os brasileiros se perguntam se, após a denúncia do Janot, como será a vida de Temer e a do País? O que vai ocorrer? A manutenção da paralisia institucional, a modorra política, os embates no Judiciário e as repercussões numa mídia marcada pela ânsia da sobrevivência material e por um desejo de afirmação política? Isto tudo que tem tornado os embates pobres e desprovidos de qualquer criatividade capaz de alentar e estimular qualquer discussão mais promissora, pode vir a continuar! Qual a alternativa que se coloca mais viável ou com uma maior tendência de vir a acontecer? Temer renuncia? A Câmara vota a favor de seu afastamento  ou Temer disporá de vários instrumentos que permitam ampliar a sua “esperança de vida politica” ou não?

Será que o País aguardará “que tudo continue como dantes no quartel de Abrantes”, a crise sendo levada com a barriga? O País conseguirá continuar a obter ganhos e resultados na busca da recuperação e da estabilidade da economia, como sói ocorrer até agora? Ou será que Temer será “estimulado” a renunciar ao mandato gerando-se a vacância do cargo e exigindo uma eleição indireta que poderá surpreender pelo inusitado da escolha pelo Parlamento de alguém que, pela falta de credibilidade, aprofunde ainda mais a crise e possa vir a levar a equipe econômica a desistir da empreitada que, até agora, vem gerando significativos resultados?

Será possível gerar expectativas dessa ordem e natureza? por outro lado será que aceitar a atitude de apoiar a manutenção de Temer no poder com vistas a não impor mais desorganização a economia e a política, também não seria uma atitude inusitada? Qual seja, a atitude de abrir mão, não apenas de um direito mas, até mesmo, de uma obrigação e de um compromisso para com o exercício da cidadania, seria aceitável por parte de cidadãos sérios diante do quadro que ora se desenha?  Não seria uma desídia para com a sociedade e a sua história, deixar na impunidade tantos que delinquiram no cumprimento da função pública? Seria justo assistir, passivamente, tantos criminosos do colarinho branco, à solta, quando tantos cidadãos humildes estão a mofar nas cadeias Brasil afora, sem sequer terem sido julgados? A questão que se coloca agora tem duas dimensões.

A primeira é, até que ponto, as denúncias em andamento transformar-se-ão em investigação ou investigações e, em consequência, em julgamentos proferidos com as respectivas sentenças condenatórias  ou ficarão esquecidos ou sujeitos a recursos infindáveis, garantindo a impunidade a certos réus privilegiados?

A outra hipótese que se poderia especular seria aquela em que, as chamadas “cabeças coroadas” do País chegarem à conclusão de dar um tempo para que o País respire, a economia entre nos eixos e, 2018, chegue,  abrindo a perspectiva de que um novo quadro se forme, excluindo-se dele figuras que foram denunciadas e estão sob investigação de tal forma que se procederia a uma assepsia no processo? E, pelas mãos da Justiça e pela consciência popular, viriam a ser afastados do processo político-eleitoral, caracterizadamente figuras tão nefastas?

Alguns indícios de que as coisas caminham nesse sentido estão se manifestando como foi o caso da decisão de Janot de excluir do chamado crime de Caixa 2 os políticos que nada deram em troca as empresas por omitirem os seus nomes nas prestações de conta à Justiça Eleitoral. Aliás parece que o Procurador agiu corretamente pois quem recebe apoio financeiro para campanhas eleitoral não costuma indagar se vem de caixa 1 ou 2 ou 3 e, não comete crime fiscal mas sim crime eleitoral, por não registrar a quantia recebida na sua prestação de contas.

Aliás, é bom que se diga, prestação de contas que nada espelham e nem nada mostram pois não identificam campanhas milionárias e acintosas em termos de abuso do poder econômico com o registro ridículo de uma merreca como valor gasto na campanha.

Se Janot dá esse primeiro passo “em pegar leve” liberando da acusação cerca de 50 parlamentares e, em seguida, a promessa do mesmo Janot de “fatiar” a denúncia contra Temer, representará talvez a indicação de uma possível perda de robustez das acusações contra o Presidente. Será? Parece que a Rede Globo já definiu que Temer não deverá permanecer no poder embora o processo de defenestração de um Presidente é algo muito demorado e traumático. Por outro lado, o conflito entre alguns membros do STF e o Ministério Público, notadamente aquele grupo ligado a Lava Jato, apoiado por um amplo grupo de parlamentares, já promove constrangimentos no meio dos procuradores na sua sanha de fazer a limpa ética no  País.

E, se se confirmar como é esperado, o recesso do Judiciário, aí a trégua imposta pelas circunstâncias, pelos temores e pelas preocupações com a estabilidade do regime, aí então se confirmará a tendência para essa pausa para a meditação! Ou seja, a semana será decisiva para os futuros desdobramentos da crise nacional embora não se conhece o limite de paciência de Temer, a ânsia por reassumir o poder, por parte de seus aliados e adversários e o timing das pressões oriundas midia! O ananhã dirá!

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