O QUE SERÁ DO BRASIL?

Vivem os cidadãos do mundo a era da incerteza e de um certo pessimismo. Os brasileiros experimentam a incerteza, a insegurança, a descrença e o pessimismo. Tentam os cidadãos dessa terra descoberta por Cabral, recriar a esperança e experimentar um pouco de otimismo. Mas está muito dificil. Os escândalos pipocam a toda hora e envolvem muito agentes públicos, protagonistas e líderes políticos, a dita elite e, lamentavelmente, hoje até mesmo, as próprias instituições.

Por outro lado, a crise econômica não se manifesta apenas como um grave problema fiscal a ser resolvido via um severo ajuste nas contas públicas. O problema involve não só o total desarranjo das finanças públicas, os desacertos nas políticas macroeconômicas e a urgência de rearrumação e a redefinição de conceitos nas políticas microeconômicas. Ademais, os desequilíbrios externos, potencializados pela crise que afeta a Europa e ainda os Estados Unidos, a par da queda nos preços das commodities, tem ampliado o déficit em conta corrente gerando um perigoso problema nas contas do País.

Diante do quadro de crise, busca-se estabelecer um fio de esperança. Agarram-se os patrícios a um Sérgio Moro, para enfrentar a crise ético-moral como se agarraram, até recentemente, a um Joaquim Barbosa. E, agora, as esperanças repousam em Joaquim Levy, mesmo com a sua proposta ortodoxa de ajuste fiscal.

Ingressa Levy no plano dos poucos e confiáveis guardadores de esperança, mesmo com muitas discordâncias da forma de condução de tal processo de rearrumação da casa que ele se propõe e intenta realizar. E o temor de muitos agora já chega a um ponto de imaginar, para a maioria da população, uma espécie de pesadelo a hipótese de, a qualquer momento,  ele se mostre cansado ou aborrecido ou impotente, diante de tantos interesses em conflito e a falta de respaldo responsável as suas idéias de reorganização da economia.

Também, considerando a atitude do PT, capitaneado pelo próprio ex-presidente Lula, apoiando as teses da CUT de “abaixo Levy” e “fim do ajuste fiscal”, de não apoiar, de forma explícita as propostas do Governo Dilma, ao lado de um PMDB, vivendo, no momento, uma crise de egos protagonizada pelos seus três presidentes — Michel Temer, Renam Calheiros e Eduardo Cunha — aliado a uma base de sustentação parlamentar que se sente traída pelo partido dos trabalhadores que pretende, junto a opinião pública, legar todos os ônus das insatisfações populares com as medidas, aos parceiros de sustentação parlalmentar do governo, então as coisas se embrulham de vez.

Se porventura as duas medidas provisórias não forem aprovadas na sua essência, a coisa pode se complicar bastante pois que, num primeiro momento, provavelmente o Brasil possa vir a perder o seu grau de investimento. E, por outro lado, o próprio Ministro da Fazenda talvez venha a se sentir impotente para continuar um processo de ajuste da economia que a classe política até agora, parece teimar em não querer apoiar.

Isto porque, acham os parlamentares que as medidas são amargas e impopulares, sem considerar que não existe outro caminho e outra alternativa para corrigir os erros e tapar os buracos abertos pelo período lamentavel de Mantega a frente da Fazenda Nacional, sob o comando de Dilma!

É bastante oportuno e adequado que se busque examinar o que vem tentando fazer Levy, pois, ao agir como um quase primeiro ministro,  não cinge a sua ação a aprovar um ajuste fiscal em si mas, muito mais relevante é o fato de que, na proposta de ajuste, o Ministro da Economia busca fazer três coisas adicionais que, se conseguir sucesso ajudará, em muito, a repor o Brasil no caminho do crescimento equilibrado, sustentado e dinâmico.

Ao sugerir medidas de ajuste, Levy tem procurado incorporar providências destinadas a corrigir erros cometidos recentemente, em termos de políticas microeconômicas e de gestão da coisa pública; busca estabelecer  critérios para que as despesas públicas devam estar  vinculadas a níveis e qualidade de desempenho na prestação dos serviços e, finalmente, preparar as bases para a retomada do investimento e da geração de poupanças.

As idéias lançadas recentemente pela Petrobrás com vistas ao equacionamento de suas dívidas e a retomada de seus investimentos; as sugestões por Levy relacionadas a revisão das concessões; as novas regras de operação e de priorização dos investimentos do BNDES; a busca de investidores externos para reduzir os gargalos na infra-estrutura do País; a criação de um ambiente econômico confiável aos investidores e o apoio, mesmo que indireto, a medidas destinadas a reduzir ministérios, cargos comissionados e diminuir o aparelhamento do estado, são indícios de que Levy sabe o que quer e sabe para onde quer chegar.

Acham alguns que está mirando na experiência recente da Hungria que reduziu a carga tributária para empresas e para pessoas físicas, diminuiu o tamanho do estado, forçou a redução até mesmo do número de cadeiras no Parlamento e está conseguindo crescer bem melhor que muitos emergentes e, consequentemente do que o Brasil!

Será que terá sucesso em tal empreitada?

 

 

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