O QUE VAI ACONTECER COM O QUADRO POLÍTICO NACIONAL?

Ninguem gosta de ousar, de forma especulativa, sobre o que pode ocorrer com o quadro político, com o quadro econômico ou o quadro social do País, com o temor de errar nas previsões. Todo mundo quer se candidatar a pitonisa sem ter as qualificações e os atributos para tanto e, só querendo prever o que é quase certeza ou quase unanimidade, entre os analistas ou pseudo analistas.

Na verdade, o exercício da futurologia, segundo alguns pretensos entendidos na matéria,  passaria por um processo de aceitação, com certa dose de humildade, do fato que as previsões deverão estar sempre calcadas em elementos objetivos e na escolha de uma opção que o candidato a cenarista acha a mais provável, sempre situando-a no rol da efetiva possibilidade de ocorrer. É claro que cabe a ele também incorporar o imponderável na sua tentativa de sondar o futuro não previsível!

As avaliações do Governo Dilma, por exemplo, são as piores possíveis não só a nível dos políticos, dos cientistas da área, da mídia e do empresariado,  mas da população em geral, admitindo quase todos esses grupos que o seu governo está em fase terminal a ponto de, a própria FIESP, ter divulgado nota de apoio ao processo de seu impeachment. Mas, diante de tais fatos, quem ousaria estabelecer um prazo ou uma data para a sua queda?

Ademais, mesmo desacreditado interna e externamente — vide os reabaixamentos recentes da posição do Brasil pelas agências de “rating” — se porventura produzisse o governo alguma medida destinada ao enfrentamento de algum dos problemas mais angustiantes do País, talvez isto gerasse um pouco de esperança e confiança de que as coisas iriam mudar! E aí, mais ânimo e mais fôlego poderia criar o governo!

Se para Dilma, ameaçada por um processo de impeachment que, a bem da verdade, embora tenha poucas possibilidades de prosperar, porém, ela e Michel vivem uma outra dramática expectativa pois a possibilidade de uma possível cassação pelo TSE, diante da provável rejeição das suas contas de campanha, é algo esperado eccom prazo definido. Isto porque, além do conjunto de provas já incorporadas ao processo e já apreciadas por aquela Corte, até mesmo o Juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, expediu correspondência, ao TSE, sugerindo que aquela Corte agregue, à sua apreciação, as informações contidas nas delações premiadas.

A razão de tal recomendação é de que há a suspeição de que várias doações de campanha,  ditas oficiais, foram oriundas do propinoduto da Petrobras! Aí a coisa complica mais ainda porquanto o futuro Presidente do TSE, no caso o Ministro Gilmar Mendes,  tem se mostrado um contundente crítico dos erros, equívocos e desvios de conduta do petismo, como um todo e, do governo Dilma,  em particular.

Acrescente-se a tais dificuldades que, na verdade,  podem levar a defenestração do poder da dupla Dilma/Michel, o fato de ter ocorrido uma mudança de 180 graus na atitude e no comportamento do atual Presidente do TSE, Ministro Dias Toffolli que, talvez influenciado por Gilmar Mendes e convencido de que, quem passará mais de 30 anos naquela Suprema Corte, não deveria vincular os seus votos a uma eterna gratidão política pois que tal atitude agrediria o bom direito, feriria, de morte, o seu conceito e o seu curriculum e, marcaria, definitivamente, de forma negativa, a sua imagem perante a sociedade brasileira.

Assim, segundo alguns analistas, o Ministro Toffolli, como que estaria, na verdade, pavimentando o caminho do novo Presidente, antecipando e queimando etapas para acelerar o processo de julgamento das contas de Dilma, já iniciadas antes do recesso, de forma altamente desfavorável à Presidente, para que o processo fosse o mais rápido possível, quando Gilmar assumir o poder.

A tendência dos fatos é que o Supremo, tendo sofrido alguns desgastes em função de decisões controversas recentes, aproveite a circunstância e a oportunidade para assumir o protagonismo do processo político, na proporção em que venha a ser levantado o possível impedimento de Eduardo Cunha para assumir a Presidência da República, terceiro que é na linha sucessória, pelas inúmeras denúncias e processos em andamento contra o mesmo, no próprio Supremo.

Afastada a possibilidade de Eduardo Cunha vir a ser o novo ocupante temporário do poder vago, embora a pergunta que não quer calar, é a de que, defenestrado Eduardo Cunha, o seu substituto seria o chamado “herdeiro presuntivo natural”, no caso o atual Vice Presidente,  já que a sucessão é do Presidente da Casa e não de Eduardo Cunha. Mas, a tendência do STF será apresentar os mesmos argumentos para fazer com que a Mesa toda viesse a estar impedida de assumir a Presidência, assim como o mesmo Supremo insistirá no sentido de impedir que Renan Calheiros, o quarto na linha sucessória, venha a assumir o Poder, pelos inúmeras acusações que correm por aí.

E o que vai dar esse tourear entre os poderes? O desgaste da classe política pode levar ao Supremo a estabelecer interpretações que justifiquem uma atitude que passe por cima do texto constitucional e, numa decisão, autoritária, assuma o papel de condutor de um processo de intervenção político-administrativa no País!

E aí, o que fará o Supremo? Ora, aproveitará a deixa para fazer valer a prerrogativa constitucional de transformar Levandowsky em um novo José Linhares da história republicana contemporânea. Se não ele, talvez uma nova saia assuma a Presidência da República, para responder pela condução da nova eleição para alguém que venha a finalizar o mandato de Dilma. E quem seria? A nova Presidente do Supremo, no caso a Ministra Cármem Lúcia!

Se as coisas correrem como previsto pelo cenarista, então  seria  estabelecido o mês de outubro para a eleição de um novo Presidente, coincidindo com a eleição dos prefeitos e vereadores dos municípios brasileiros. E, pelo que se poderia pressentir, o clima e o ambiente no país, caso tais desdobramentos se realizarem, já se mostrariam melhores e indicando que um novo tempo estaria surgindo, criando a esperança de que o Brasil iria fugir desse terrível pesadelo em que está mergulhado! E isto poderia criar um clima de recriação de esperanças e de otimismo que permitiria que a sociedade vivesse um novo ânimo de que algo de melhor veria a ocorrer.

E aí, quais serão, possivelmente, os novos protagonistas da disputa presidencial? Com certeza o PT terá candidato que não será nem Lula — totalmente desgastado! — nem Fernando Pimentel — governador de Minas Gerais — com menos da metade do mandato de governador do estado de Minas — mas, talvez, uma opção entre o Ministro Jacques Wagner ou o ex-governador e hoje senador pelo Acre,  Jorge Viana.

O PDT irá de Ciro Gomes. A rede, irá de Marina Silva. O PV irá de Alvaro Dias. O PSDB irá de Serra ou Aécio. O PMDB deve ir de Michel Temer ou de Eduardo Paes, além dos candidatos do DEM,  possivelmente o Senador Ronaldo Caiado, o PSB com Cristovão Buarque e o Psol, o Solidariedade, o PCdoB, entre outros, menos votados com candidatos destinados a marcarem posições ou em alianças com os chamados grandes partidos.

Se alguém tem dúvida de que o STF não será capaz de atropelar a Constituição, o Regimento da Câmara e, agora, o próprio Código Penal e o Código de Processo Penal, foi desmantelado pela decisão de condenação e prisão sem precisar de decisão transitada em julgado em última instância, está deveras enganado! Se tais violências já foram possíveis, uma a mais não fará grande diferença e, embora a causa democrática seja agredida, o protagonismo do Judiciário estará preservado!

 

 

 

 

 

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