OS FATOS SEGUEM O SCRIPT DESENHADO!
Por mais que se queira fugir à realidade dos fatos e de seus desdobramentos e consequências, a sua inexorabilidade é, como que, imperativa. O fim de semana, sem que nada de mais e de relevante ocorresse, mostrou como o fermentar de processos em curso, precipitando novas circunstâncias, provocou a aceleração dos acontecimentos e a rapidez como se deteriora a situação política e, particularmente, o poder ora ocupado por Dilma e pelo PT.
E só o singular fato de que as circunstâncias estimulam a certos atores a prestarem declarações inopinadas e inoportunas, tais atitudes vão representando combustível adicional a queimar o quadro de referência do cenário político nacional. Lula ao “incitar” a sua base eleitoral procurando mostrar que a Lava Jato só faz mal ao país, tal atitude agride o bom senso, provoca a magistratura, desmerece o trabalho da polícia federal e desautoriza a própria mídia investigativa.
Dilma, por sua vez, em insistir reiteradas vezes “que não renuncia” parece, pela sua reação, demonstrar uma insatisfação com correligionários seus que devem estar insistin
do na tese de que, para que o ” prejuízo” dela, de Lula e do PT não venha a ser muito maior, o melhor caminho seria uma renúncia negociada. E isto ficou muito claro diante da entrevista de ontem do Ministro Mercadante onde, de modo e forma direta, declarou que esperava que o “novo governo não poderia descuidar” de determinadas questões.
Talvez a teimosia em não buscar uma solução conciliatória para crise decorra de algum fato que os fazem acreditar, pelo menos a alguns petistas que, a cartada dada, com o apoio da Odebretch, tentando mostrar que a corrupção é muito mais do sistema político-eleitoreiro do que da empreiteira ou das empreiteiras, seria uma notícia destinada a desestruturar, descredenciar e, arregimentar toda a classe política contra, o seu possível algoz, no caso, a Operação Lava Jato.
Porém, mais rápido do que o esperado, o Juiz Sérgio Moro, talentosa e oportunamente, encaminha as listas recebidas da Odebretch ao Supremo solicitando, aquela Corte Suprema que, considerando o foro privilegiado dos autores, procure identificar os casos onde a contribuição foi legal ou ilegal e onde poderia haver indícios de que o dinheiro seria oriundo do propinoduto.
Ou seja, devolveu a batata quente ao Supremo e, com isto, não permitiu que tal atitude viesse a propiciar um desviar de foco das investigações. Moro, com tal atitude e, pelas suas manifestações, ainda demonstrou um respeito e apreço pela classe política dizendo que muitas das contribuições ali registradas seriam de campanha, legais e lícitas, o que as retiraria de qualquer investigação pela Lava Jato.
E, na marcha célere da precipitação dos acontecimento, o Ministro Henrique Eduardo Alves abriu o pelotão dos peemedebistas que, jogando com Temer e, com o amanhã, seu e do País, pediu o boné do cargo, justificando-se “face os 46 anos de partido e sua estreita amizade com Temer”! E isto abre um amplo e largo caminho para outros abandonos estratégicos. E, hoje, de forma unânime, o PMDB desembarcou do poder, dando um prazo, aos ministros, de 12 dias adicionais, para arrumar as gavetas” e abandonar o barco.
Na quarta-feira próxima o PP, que já tem a maioria favorável ao impeachment, segue a decisão do PMDB. E, o PSD do Ministro Gilberto Kassab, decidiu liberar a sua bancada a votar como “a sua consciência determinar”, quando da decisão sobre o impeachment. E, na quinta-feira, a Comissão do Impeachment da Câmara dos Deputados, vota o relatório sobre o impedimento de Dilma que, com certeza, será favorável ao afastamento da Presidente!
Assim, nada mais há a fazer a não ser esperar os acontecimentos e, no máximo, o dia 177 de abril quando, representantes e representados darão o veredicto final e terminarão a lenta e quase interminável agonia vivida pelo Brasil. E aí começará, talvez um novo tempo pois, com a queda do atual governo, o novo Presidente sinalizará para o País e para os agentes econômicos que algumas medidas serão tomadas para recuperar a credibilidade das instituições e a confiança no governo.
Medidas relacionadas ao corte de gastos, ao estabelecimento de teto para o limite e a expansão das despesas públicas; uma mini-reforma da Previdência, cujas bases poderão ser aquelas proposta pelo próprio governo; ajustes e mudanças na legislação trabalhista para adequá-la aos novos tempos; simplificação, facilitação e desburocratização dos editais de licitação de concessões de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, metrôs, vlt’s, etc; melhoria do ambiente econômico para investidores, quer internos quanto externos e privatização de bens e serviços públicos, seriam algumas das medidas esperadas pela população capazes de recriar a esperança e a confiança em dias melhores.
É fundamental que o novo governo acene com possíveis mudanças na área político-eleitoral, reeditando a cláusula de barreira, para reduzir essa irresponsável proliferação de partidos; o fim do suplente de senador e da reeleição para cargos majoritários, aumentando os mandatos para 6 anos; financiamento público de campanha; voto distrital misto e fim do horário gratuito de TV.
É claro que não são reformas simples de operar mas, dado o quadro em que se vive e o que espera o Brasil nos próximos meses p, aguarda-se de quem assuma o poder, que tais providências serão tomadas, pois caso tal não ocorra não se sabe o tamanho do buraco que se abrirá mais à frente. E, Temer, pela habilidade, pela experiência e pela competência negocial, saberá compor um governo de coalizão capaz de fazer valer um Pacto pelo Brasil.
Alias, parece que, diante da saída do prefeito de Osasco (SP) do PT e o discurso quase de despedida do Ministro Mercadante, parece que o fim está próximo.
E, citando Caio Júlio César: Alia Jacta Est!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!