OS SINAIS QUE TEMER ESTÁ A EMITIR!


A situação de Temer é inusitada e desafiadora. Ao mesmo tempo em que são pedidas e esperadas respostas rápidas e objetivas para uma série de problemas, depara-se ele com dificuldades adicionais oriundas, de uma espécie de “vingança de Dilma” e de seus parceiros que, insatisfeitos com o provável desfecho do processo de impeachment, procuram ampliar o legado de problemas e dificuldades, para o seu mandato, além daqueles já acumulados até aqui.

Nos últimos estertores do seu governo, Dilma lança uma série de “bondades” — reajuste do bolsa família, atualização da tabela do IR, ampliação do mais médicos, pagamentos de emendas parlamentares, entre outros “quetais” –, que, ao ampliarem o rombo das contas públicas, tais dificuldades agregam-se a uma herança de problemas graves como a urgente necessidade de revisão da LDO e  da redefinição dos valores do Orçamento, como o aumento da previsão do déficit previsto para este ano –, o que complica mais o processo de reorganização das finanças do estado brasileiro.

Ás vezes, até parece que, para algumas pessoas de percepção mais aligeirada, imagina-se ainda que seja possível, como diz o ditado popular, “fazer um omelete sem quebrar os ovos”. Ou seja,  estancar o processo, já continuado, de encolhimento do PIB; reduzir a espiral de preços; fazer correções de rumos necessárias e ajustes, sem reduzir, sobremaneira, os gastos públicos, sem aumento de impostos e sem sacrifícios adicionais à população. Essa é uma equação de muitas incógnitas e com reduzidos graus de liberdade para a sua solução. Ou seja, não dá para enganar a população com medidas impossíveis de concretização e inviáveis do ponto de vista objetivo.

E, o mais grave de um processo que Temer vai enfrentar, é conseguir angariar o apoio de uma sociedade exausta diante de tantos desacertos  e de um Parlamento que tem uma eleição municipal pela frente. Como convencer a sociedade civil e os parlamentares a votarem medidas amargas necessárias à impor as mudanças necessárias ao enfrentamento das dificuldades, eis questão crucial que ora se coloca.

A estratégia a ser adotada pelo novo governante talvez seja aquela de aproveitar o momento em que o povo quer mudanças e, valendo-se do seu entusiasmo inicial, adotar algumas providências essenciais — idade mínima de aposentadoria; retirar do salário mínimo o papel de indexador de qualquer natureza e apoiar a idéia do presidente do TST de que, pelo menos, durante esse processo de ajuste, as negociações diretas,  notadamente as salariais entre patrões e empregados, assumam papel acima do que a lei estabelece! —  pois que, no momento de lua de mel com a sociedade, tais medidas seriam mais fáceis de serem digeridas e, portanto, adotadas.

Aliás, habilmente, Temer vem testando a opinião pública quando já insinuou que iria propor a idade mínima para a aposentadoria, encaminhar a idéia de um suplemento salarial para estimular o desempenho dos professores; a proposta de privatização ampliada além, é óbvio, de sugerir a aceleração das concessões de obras de infraestrutura física e de obras urbanas essenciais. É fundamental que Temer já inicie,  também, uma discussão sobre o reexame da questão do reajuste do mínimo, aproveitando o momento para propor uma nova regra que, necessáriamente, venha a ser justa com os trabalhadores mas também adequada ao momento económico e que não inviabilize os pequenos negócios e nem os pequenos municípios.

Uma bolsa família cidadã, com prazo determinado para o seu usufruto e reciprocidade de compromissos — crianças na escola, compromissos com imunização e vacinas, participação em cursos profissionalizantes e busca de emprego — podem conferindo ao programa o papel de inserir socialmente o cidadão, tirando milhões de brasileiros da miséria  e impedindo o seu retorno à situação de pobreza crônica.

Até quando se trata de nomes que irão compor o seu gabinete, Temer vai mostrando a sua habilidade e sensibilidade política pois, assuntando a sociedade, os partidos e os críticos mais ácidos, ele vai sugerindo os nomes que melhor, na sua visão, comporia o seu ministério. A insinuação de que o jurista Meira Filho, seu amigo e companheiro de universidade poderia vir a ser o Ministro da Justiça, levou a que a sociedade cuidasse de fazer com que o possível candidato desistisse da empreitada, notadamente em face de postura e declarações feitas por ele, contrárias à Operação Lava Jato. Já a sugestão do nome de Henrique Meirelles, para a Fazenda, deu uma demonstração de muita habilidade e competência política, pelo respeito que Meirelles desperta não apenas na comunidade técnica, no meio empresarial e, até por não encontrar resistência e crítica dos próprios petistas e, portanto, da nova oposição em que se tornará o PT e seus aliados mais próximos.

Por outro lado, a possível indicação de José Serra, não mais para a Educação mas, para o Ministério das Relações Exteriores, representa um golpe de mestre pois, para recuperar rapidamente a credibilidade externa do país, só um nome de um ex-governador de São Paulo, renomado economista,  que conta, inclusive, com o respeito da esquerda intelectual, senador da república e potencial candidato à Presidência, ajuda a compor um bom quadro. Os nomes falados para o Banco Central, para a Justiça e os que formarão o Núcleo Duro do Governo, pela sua experiência gerencial e sensibilidade política, ajudarão nas negociações tão necessárias para o êxito da empreitada.

Dentro das coisas simbólicas a propor como redução do número de ministérios que, como era esperado, já encontra resistência diante dessa esquizofrênica proliferação de partidos, cabem medidas e ação mais rápida e eficiente, por exemplo,q no ataque ao aedes egiptis, a H1N1 e as quase epidemias ora em curso, além de algumas providências no campo da segurança pública. Tais providências deverão ser tomadas para mostrar que os principais problemas enfrentados pelo povo não estariam sendo esquecidos. Talvez até uma forma de cautelosa intervenção na CBF,  para impedir o desastre que Dunga e companhia podem levar o Brasil — a desclassificação nas eliminatórias — e, pela primeira vez, ficar fora de um copa do mundo, seria bem recebida pela população.

As incursões de Temer, cautelosas mas objetivas, considerando que, o cronômetro  daqui a pouco começará a rodar, freneticamente, pois, é bem provável que daqui a duas semanas o quadro estará definido e, portanto, exigindo idéias prontas e nomes e homens também prontos para serem acionados na hora em que for divulgado o afastamento de Dilma. Não importa a atitude que o PT tomar, deixando a máquina sem quem a rode, os nomes indicados para os postos chaves deverão ter nomes e quadros para, numa ação emergencial, dar a sensação ao povo de que o novo governo não veio para dar explicações e nem justificativas mas apresentar respostas prontas, com providências oportunas, diante dos desafios que se colocarem.

É mister que  a definição de líderes nas casas do Congresso esteja estsbelecida e com as missões definidas de tal maneira que mudanças na LDO e na Lei Orçamentária estejam claramente definidas para votação, em regime de urgência e, se revisão critica se fizer necessária diante dos  jabutis enviados na última hora por Dilma possa, seremrevistos e colocados nos termos que o Pás requer e precisa.

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