PAC, EM PARTE EMPACADO!

Há controvérsias. Pelos dados do Governo, a execução é bastante significativa e, até o fim do ano, o que não foi feito nos últimos três anos, será feito neste restante de ano. A oposição contesta dizendo que apenas os financiamentos imobiliários e outros financiamentos de investimento andaram, mas que as obras de infra-estrutura estão muito lentas e bastante atrasadas!
O certo é que há atraso na execução e não há mostra de consistência, de congruência e de adequação dos gestos e movimentos de governo para enfrentar tais desafios.

Agora mesmo, o Jornal Folha de São Paulo mostrou, em exaustiva reportagem, que o Nordeste vive uma contraditória situação onde as atividades diretamente produtivas avançam, com muito dinamismo, e os estrangulamentos logísticos, pelo não avanço da infraestrutura, tenderão a comprometer tal crescimento.

É claro que a burocracia, a lerdeza ou o jogo de interesse na concessão de licenças ambientais, a precariedade dos projetos técnicos e executivos, as exigências dos órgãos de fiscalização e controle, atrasam e prejudicam o andamento de tais iniciativas.

Mas, o que, efetivamente, mais compromete os resultados de programas como o PAC é, acima de tudo, a inexistência de gestores aptos, dinâmicos e competentes. Na verdade, falta aos próprios gestores a cultura do risco para empreender, no tempo requerido, as ações destinadas a fazer as coisas andarem. Ademais, se é difícil recrutar gestores para o setor público, máxime pela inexistência de um sistema de prêmios e sanções, por outro lado, o denuncismo da mídia; o estrelismo dos órgãos de controle interno e externo e os temores dos gestores públicos de terem as suas vidas devassadas, invadidas, ameaçadas, maculadas e infernizadas para sempre – isto porque tais denúncias, até serem superadas, ou seja, esclarecidas, chegam a demorar mais de dez anos -, os possíveis e presumidos bons gestores preferem abandonar e desistir de tais papéis, inobstante o seu espírito público.