PARA QUEM OS SINOS DOBRAM?
A tormenta parece que tende a passar e o país rencontrar-se-consigo mesmo. Claro que ainda faltam difíceis e tumultuadas etapas a serem vencidas mas o sentimento dos que conhecem e sabem avaliar o quadro bem como o dos que tem a ciência de antever desdobramentos possíveis de situações como as que ora vive o Brasil, é a de que o desenlace está próximo e as perspectivas são de que, de fato, abrir-se-à um novo tempo para os brasileiros.
As últimas decisões partidárias do PP e do PRB e, a manifestação do atual Presidente do PMDB, que decidiu que iria conversar com o Lider do PMDB na Câmara, Deputado Leonardo Picciani, propondo que a legenda vote uníssona a favor do impedimento da Presidente Dilma, no próximo Domingo, dia 17, representam mudanças significativas no balanço dos votos pró-impedimento da Presidente e uma alteração substancial no número dos chamados indecisos!
Ademais, conforme antecipado por alguns analistas, as incursões de Lula, na tentativa de dobrar opiniões e alterar opções de votos, mesmo com os estímulos dos governistas, tendentes a serem mui convincentes, para os parlamentares, em ano eleitoral, parecem que não vingaram!
Assim, embora as tensões se mantenham elevadas e o clima ainda se mostr extremamente pesado onde, presume-se, confrontos ainda irão se verificar, o que se espera é que a marcha inexorável dos acontecimentos levará a um desenlace do imbróglio, já no próximo dia 17 de abril.
Em assim ocorrendo, seria extremamente ingénuo admitir-se que conversações e movimentações em torno do que pode surgir no “day after” não começassem já a se desenhar. Os vários protagonistas da cena já começam a pensar no que virá depois pois a nação anda ansiosa e sedenta de que seus líderes apontem um rumo que lhe diminua a angústia e a desesperança.
Assim, o cenário que se desenha e que se anseia, será um tempo de plantar e de construir, sem excessos, sem ilusões e sem otimismos inconsequentes. Será um tempo em que se buscará a concórdia, o entendimento e a conciliação, movimentos que deverão ser marcados pela temperança e pelo compromisso de que o País e os seus destinos são maiores do que as vaidades e os projetos pessoais de passageiros líderes políticos.
Dizem que Temer, ao fazer um apelo à conciliação, ao entendimento e aos compromissos republicanos, estaria se antecipando e sinalizando que, sendo o IMPEACHMENT “favas contadas” e, ele, sendo o herdeiro natural do espólio, inopinada, inadvertida e inoportunamente, estaria colocando “o carro adiante dos bois” e, já estaria falando como presidente, em substituição a Dilma.
Mesmo para quem considere uma gafe ou um ato falho, o chamado episódio do vídeo gravado por Temer que vazou, inadvertidamente ou, propositadamente foi distribuído entre os votantes por aliados de Temer, com reflexões nesse jaez, em nada isto seria relevante para sociedade brasileira porquanto, dada a urgência dos problemas e das dificuldades e a necessidade de estabelecer um pacto de entendimento para a garantia de governabilidade, é fundamental dispor de uma agenda mínima, de nomes e homens e de um intinerário para atender, ao mínimo, as expectativas de cidadãos que esperaram tanto para que um novo tempo possa chegar.
Na verdade, o que os brasileiros querem saber é o que deve acontecer no chamado “day after”, quando se definirão os novos rumos e a nova agenda para o País. E essa agenda terá mais confiabilidade e provocará uma mudança no “mood” dos brasileiros, na proporção em que, de maneira honesta e objetiva, mostre os caminhos para o enfrentamento dos urgentes problemas e desafios da mesma forma que venha respaldada em nomes e homens que confirmem as expectativas de que as coisas andarão no caminho certo.
Objetivamente, o que se pode esperar do novo governo? Que comece o trabalho de correção de rumos, de adoção de adequados ajustes e de medidas para aquietar o país e para estancar o drama de incertezas que domina o ambiente econômico e que, como o próprio processo de afastamento de Dilma vem demonstrando, o que se plantou de bases institucionais do estado de direito nos últimos trinta anos, tem-se nesses entreveros, mostrado-se sólido, confiável e duradouro.
Ê isto que os brasileiros esperam ao fim desse tormentoso pesadelo.
O cenarista, mesmo à distância, ousará sugerir uma agenda mínima que se espera que “o day after” venha a estabelecer. E, se possível, logo após tal exercício, um mais complexo, qual seja, um quadro dos nomes e de cidadãos que poderão ajudar a Michel a atravessar esse período de início de caminhada!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!