PODE SER A GOTA D’ÁGUA!
Acaba de “desocupar a moita” na Argentina, o kirchnerismo! Terminam os doze anos de um populismo que remonta ao peronismo dos velhos tempos. Na sua esteira, parece que só deixou como saldo a indiferença, o descaso e o desinteresse das classes média alta e rica, para com os destinos do País! Ao que parece o que sobrou foi a frustração de uma imensa população de trabalhadores que ainda vive os ideais dos tempos imemoriais de um populismo respaldado em um grande estado provedor.
Não há ganhos e, para dizer a verdade, a constatação que se estabelece é que há muito mais perdas econômico-sociais mesmo quando a conjuntura internacional favoreceu o País, do que ganhos efetivos derivada de tal circunstância!
Seria provável que, tais circunstâncias poderiam ter suavizado os problemas econômicos e sociais bem como poderiam ter reduzido os custos sobre a economia e sobre a sociedade argentina dos erros é equívocos da gestão pública argentina! O que se percebe hoje é uma espécie de “Argentina cansada de guerra”, sem muito ânimo para lutar ou esperar grandes transformações e sem desejos de enfrentar grandes mudanças!
O populismo lulista tem parecenças com o modelo argentino e, como ele, esgotou as suas possibilidades de continuar explorando a boa fé de uma população que apostou as suas fichas no discurso do desenvolvimentismo, da opção preferencial pelos pobres e do respeito aos princípios e valores morais sonhados pela sociedade! Por isto é que a muitos surpreendeu a vitória da Oposição fruto menos de uma agenda alternativa para o País é muito mais de uma espécie de “fadiga do material”.
O caso argentino remete a qualquer analista a refletir sobre o atual quadro de problemas do Brasil onde o desmantelo não ficou apenas por conta da gestão das finanças públicas mas da desorganização de toda a administração das coisas do estado, pelo aparelhamento da máquina, pelo desrespeito aos mínimos princípios da moral e da decência e por uma irresponsabilidade e uma leviandade tamanhas na gestão da coisa pública, por sinal, nunca imaginadas!
O que se intenta, a partir dessa inflexão na política do país vizinho, é antecipar qual será o impacto do que ocorreu ali no quadro brasileiro e como tal poderá proporcionar a aceleração do desfecho da situação de crise que ora se desenha no Brasil! Aliás é bom lembrar que, como já antecipado pelo cenarista, o próximo desfecho político que poderia surpreender será a queda de Maduro na Venezuela acabando de vez com a desastrada tese do bolivarianismo.
Lá o kIrchnerismo foi defenestrado por eleições democráticas. Aqui, lamentavelmente, não havendo eleições a curto prazo e diante da urgência que a situação impõe, parece que só a renúncia ou o impeachment criará a ambientação propícia para a estruturação de um novo caminho e uma nova estratégia de ação política.
Aqui as pré-condições para um desfecho do processo de transição, de forma relativamente tranquila, vem passando por uma longa negociação, onde a transigência, a composição e a aceitação da tese de que é “melhor perder os anéis do que perder os dedos”, deverá prevalecer e, ao final, entre mortos e feridos, escaparão todos.
Para frustração de parte da sociedade não haverá derramamentos de sangue, justiçamentos, execuções e, cabeças coroadas serão salvas. As escaramuças que já estão a ocorrer, ao que se conhece da índole nacional, não comprometerão o processo de transição, que, mais uma vez, será “lenta, gradual e segura”.
O que se espera para a semana que se inicia? Muito pouco! O caso Eduardo Cunha no Conselho de Ética, dentro da estratégia previamente traçada pelo próprio Eduardo Cunha, teve adiada a leitura e apreciação do parecer do Relator que estaria decidido a recomendar a continuidade das investigações sobre o caso!
Assim, como se imaginava que as coisas iriam transcorrer, até agora nada fugiu ao script desde a posse do suplente Paulinho da Força no Conselho que, por sinal, já prestou serviço a causa pois foi ele o autor inicial do pedido de vistas que levou ao adiamento da apreciação do parecer do relator do processo, no referido Conselho de Ética!
Embora cresça o cerco em cima de Lula e de seu entorno, agora com a prisão de José Carlos Bumlai, um dos empresários de total intimidade com o Presidente Lula, os arranjos e entendimentos talvez preservem sua cabeça pois apesar de parecer concluso o cerco a Lula pois, após a declaração do próprio de que recebeu 29 milhões a Odebretch a título de pagamento de palestras, as denúncias da COAF e outros achados comprometedores, é provável que, para frustração de muitos, uma possível renúncia de Dilma seja a moeda de troca para preservar a sua cabeça!
Faz sentido a especulação do cenarista?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!