POR MORRER UMA ANDORINHA, NÃO SE ACABA A PRIMAVERA!
Terminada a novela Ciro Gomes, com o desfecho antecipado aqui por este cenarista, de que ele já havia esgotado o estoque das suas declarações bombásticas, duras e bem direcionadas, o que sobrou do episódio, foram as pesadíssimas declarações de Ciro sobre o PMDB e, ao que parece, pelo estilo, comportamento e visão ética do comando nacional da sigla, bem como da sua contraface estadual, representada pelo presidente do partido no Ceará, tais duríssimas referências foram recebidas sem qualquer contestação, resposta ou uma tentativa de, pelo menos, justificar-se, diante da revolta e azedume do deputado, diante da insatisfação revelada por ele, contra a sigla.
Além de chamar os dirigentes do PMDB de um “ajuntamento de malfeitores”, apontou Michel Temer, o Presidente da Câmara dos Deputados e da Executiva Nacional do PMDB, de “chefe da bandalha”, e pasmem, não recebeu qualquer manifestação, do deputado, contra tão pesada e virulenta acusação! Na verdade, Ciro esperava que Michel Temer, passando pelo Ceará, para, inusitadamente, junto com o líder Henrique Eduardo Alves, vir dar posse a um neófito à frente da Fundação Ulisses Guimarães, desse o ar de sua graça e respondesses as suas duras acusações. Aliás, diga-se de passagem, a atitude de tamanho prestigiamento do empossado é inusitada e chama a atenção porquanto representa o novo presidente da Fundação Ulisses Guimarães uma figura menor, sem compromisso com a história e sem vinculação com o partido e com a única credencial de ter sido um eficiente facilitador dos interesses particulares do Presidente do Partido, do seu líder e do chamado G-8 – grupo que comanda a sigla, nacionalmente –, distribuindo benesses, favores e apoios aos apaniguados! E isto confirma a tese de que o PMDB de hoje, renega tudo do PMDB de ontem e está, a anos-luz, do MDB de outrora. Hoje, o que vale, como lógica de sobrevivência da agremiação é a esperteza, é o oportunismo e é o ganhar, a qualquer preço, o poder, inclusive, a qualquer custo, para a consciência. E Ulisses que se revire no seu túmulo! O seu filho (PMDB) que não se conduziu segundo o seu apelo: “Filho, segue em direção ao sol que é luz e não às trevas que é escuridão!”. Preferiu o terreno pantanoso de um itinerário sem luz e sem compromisso com a história.
Alguém, do PMDB pragmático e esperto, deve fazer comentários, à boca pequena, de que toda a reação de Ciro, derivaria de sua frustração de não ter sido ele, o escolhido para ser vice de Dilma e sim, o Presidente da Câmara, Michel Temer. Talvez haja um pouco de revolta de Ciro contra Lula, na proporção em que, tendo sido um parceiro leal, correto, limpo, combativo e detentor de tanta liderança no Nordeste, fosse a melhor “pedida” para uma escolha estratégica de um companheiro para Dilma. Mas, quando Lula fez a sua opção por Michel Temer, aí Ciro se sentiu diminuído, pois que, em termos do que ele pensa, ele seria muito mais relevante para a credibilidade e o respeito à candidatura de Dilma.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!