POUCAS MAS BOAS NOVAS!
Os jornais anunciam que cerca de 1,69 milhão de famílias deixaram o bolsa-família. A informação tem dois aspectos positivos. O primeiro e o mais simples deles é que poderão ser agregadas já, o mesmo número de família, sem alterações significativas no orçamento do programa, retirando mais quase sete milhões de pessoas da faixa de pobreza absoluta. O outro aspecto positivo é que, o programa serviu para que as pessoas o usassem como um instrumento para catapultá-los para a busca de uma oportunidade de sobrevivência, através de uma ocupação condigna.
Se essa é uma notícia alvissareira notadamente num quadro de referência onde poucas são as razões para acreditar no País, ela também merece uma reflexão crítica sobre a qualidade do ensino fundamental, o acesso ao ensino técnico e a formação profissionalizante, tão limitantes para a mobilidade social. Ademais, é de se atentar para o fato de que, se a dispensa do adjutório foi acompanhado ou não de um upgrade nos serviços oferecidos que lhes garantissem o acesso a outros bens sociais e culturais.
Uma outra notícia que revela a boa vontade do governo em encaminhar certos gargalos que limitam a expansão da economia do País, diz respeito a grande e preocupante carência de mão de obra. Agora, noticiam os periódicos, o Brasil decidiu importar cerca de 6 mil médicos cubanos para atender as carências em várias comunidades do País, sem assistência de profissionais de saúde.
Imagine-se os gestores públicos brasileiros tendo a pachorra de repassar o seu conhecimento da história do País, fazendo uma reflexão crítica do papel que teve a imigração na formação do conhecimento e da expertise nacional, notadamente no sul e sudeste do País. Ajudaria muito aos responsáveis pelas políticas públicas no sentido de aquilatarem e quantificarem a natureza da contribuição dada pelos mesmos imigrantes, ao desenvolvimento do País! Seria algo formidável e, talvez gerasse um consenso sobre a busca de mais contribuição dos de fora a esse país que sempre acolheu a todos, sem discriminações e preconceitos. Ficariam os mesmos surpresos com a sua contribuição fatorial ao produto interno bruto do Brasil e com o enorme aporte de informação, cultura e conhecimento às artes, às habilidades e às noções de vários tipos de experiências, que os mesmo trouxeram de além-mar!
E nessa toada de sonho e de esperança, imagine-se que se formasse um entendimento entre a classe empresarial, detentora ela de um conhecimento enorme das maiores carências de profissionais nos vários segmentos econômicos, e o governo federal e, decidissem levantar o que seria necessário importar de europeus! Considerando, principalmente os hoje estão sem esperança de que, tão cedo a crise na Europa seja debelada, talvez uma oferta significativa de profisssionais das várias áreas e vertentes do conhecimento, pudesse ser mobilizada, para diminuir os gargalos que enfrenta o desenvolvimento industrial, agroindustrial e de serviços do País. Aí, aplaudir-se-ia, de pé, tal iniciativa. Claro que se pudesse importar também bons gestores públicos, aí seria, como que, uma graça divina mas, isto não é possível!
Provavelmente, a partir de tais iniciativas, estimular-se-ia um trabalho de promoção e atração de investimentos internacionais, notadamente para as áreas de infra-estrutura — mobilidade urbana, transportes de massa, ferrovias, portos, etc –. E aí, com o envolvimento de toda a sociedade, seria bem possível uma redução dos embaraços que ora o país cria para empreendedores e investidores estrangeiros. E, nesse encontro, se o governo não ideologizasse o debate e a abertura das discussões em torno do que seria necessário fazer para melhorar o ambiente para o investimento produtivo externo, com o concurso dos próprios financiadores e investidores diretos internacionais, talvez fosse possível saber quais os aspectos do ambiente econômico que hoje criam as maiores dificuldades e embaraços a sua vinda para o Brasil. Se a insegurança jurídica, se a imprevisibilidade judicial, se a corrupção de agentes públicos ou se a instabilidade das relações e dos termos de relacionamento com os poderes públicos ou quais outros impeçilhos estão a ocorrer.
O país está precisando, urgentemente, de um choque, não apenas de investimentos mas de gestão, notadamente na área de promoção e atração de investimentos, máxime diante de um mundo onde os recursos estão sendo ofertados a juros quase nulos e os investidores, com liquidez, know-how e capacidade empreendedora, estão ávidos por oportunidades de negócios. Se é para contentar os que estão no poder, que volte o País ao ambiente de 2008, claro que numa versão revista e atualizada, onde o Brasil era a bola da vez e a grande esperança de se tornar a quinta maior economia do mundo.
É hora de agir e de correr. É hora de estancar o processo de desindustrialização que, além de destruir empregos produtivos, gera enormes rombos na balança comercial, reduz as chances de inovação e modernização tecnológica e impede que a indústria transfira know how, conhecimento e tecnologia para outros segmentos da sociedade. É hora de enfrentar o custo brasil, notadamente no que diz respeito a infra-estrutura, o custo dos insumos básicos e as restrições fiscais de toda ordem.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!