QUANTAS LISTAS? AS QUE VAZARAM? QUAIS DESDOBRAMENTOS VIRÃO?

Rodrigo Janot e as suas listas, é a temática que domina todas as discussões, não apenas no Congresso Nacional, na mídia, nas escolas mas, em todas as esquinas e bares do País. Para onde levam tais movimentos, além de tirar o sono de muita gente e criar uma enorme confusão na cabeça dos acusados, ninguém sabe, quais as consequências e o que resultará de todas essas denúncias e acusações. O que quer Janot? O que pode e do que é capaz o Supremo? O que o Congresso fará para se proteger e buscar se sobrepor a tantas e tão pesadas acusações? Se o Congresso aprovar uma anistia para o caixa dois, qual será a reação da sociedade?  Ninguém sabe e ninguém prevê! O fato objetivo é que, mesmo com todas essas circunstâncias, aliadas as manifestações populares contrárias as reformas institucionais, ao balcão de negócios que se transformou o Congresso Nacional e a intranquilidade do Congresso, o que prejudica a esperada celeridade na aprovação das reformas, as coisas marcaham.

Ninguém tem dúvidas de que as reformas serão aprovadas! Todas serao aprovadas, com alterações, modificações e, pode ocorrer até descaracterizações, mas, ao fim e ao cabo, no meio do ano, elas jå serão página virada. Não resta a menor duvida de que a estratégia do governo no seu encaminhamento, ao que se avalia, foi a mais adequada pois estabeleceu margens para negociação. O ideal ē como foi encaminhada, embora o possível, no quadro de referencias do País, difere bastante em alguns pontos, fundamentalmente no que respeita as regras de transição.

Nào obstante tais ponderações, é bom que se pontue que, se não fora a pobre e limitada estratégia de comunicação do governo, as coisas estariam bem favoráveis no Congresso. Na verdade, só agora Temer e seus auxiliares mais diretos se deram conta de que não há, de forma convincente, uma estratégia de comunicação que, pelo menos, se não livrasse a cara do Governo Temer, não deixassem tão desprotegidos e vulneráveis, aos ataques da Oposição e das manifestações populares, os parlamentares que apoiam o governo e as reformas. Parece que encontros com dirigentes e donos das empresas, discutindo as verbas orçamentárias para a publicidade do governo, permitirão que a mídia mude de tom e veja o “lado importante e inadiável da reforma”, máxime a da Previdência, resguardando e estimulando os parlamentares no cumprimento de seu papel em favor do País.

É importante chamar a atenção para o fato de que, na guerra da comunicação  quanto a questão da reforma da previdência, a Oposição está ganhando, “de goleada”, com argumentos discutíveis e sofismáticos, inclusive fazendo uso das aparições de Lula e de Dilma, na Avenida Paulista, no último dia 15. As articulações  tiveram impacto significativo, não só porque presença de manifestantes, de significativo tamanho, como também porque os discursos foram muito incisivos na crítica impiedosa não só ao Governo Temer como também ao conteúdo da reforma. Apesar do quadro e da atitude da Oposição, as listas de Janot vem causando um enorme estrago em toda a classe política, inclusive, de maneira mais incisiva, ao PT. E isto tem favorecido ao governo na proporção em que as listas e as denúncias estão, como que, representando quase que uma manobra diversionista, para que as crīticas à reforma da previdência, em parte,  se esvaziem.

O que se tem quase certeza é que o governo dispõe dos votos necessários para aprovar as articulações e, de um certo modo, os parlamentares serão estimulados a apoiá-las não apenas pelos favores de governo — nomeações, emendas parlamentares, uma possível proteção diante dos processos das várias operações, além de compromissos com as suas reeleições — mas também porque, em assim fazendo ou agindo assim, melhorariam a sua imagem perante a opinião pública! Dessa forma, poucas dúvidas restam de que as reformas serão aprovadas e, se houver bom senso e habilidade do governo em ceder em alguns pontos, negociar em outros e avaliar que, feitas tais alterações, elas garantirão credibilidade ao governo, sustentando a tese de que se avançou e que poder-se-à avançar muito mais ainda mais adiante. Basta que os resultados da economia comecem a aparecer.

A Lava Jato continuará até o Sérgio Moro cansar e “jogar a toalha” diante da lentidão do STF e das manobras dos politicos através das interpretações do famoso Caixa Dois e do que se deverá criminalizar ou não. Alias, há quem estabeleça uma sobrevida de mais dez anos para que as denúncias sejam apuradas, as defesas respeitadas e os julgamentos e os seus recursos, apreciados. Sabe-se que os demais juizes, promotores e delegados da PF talvez continuem com o mesmo entusiasmo até hoje externado e deem prosseguimento a todo esse processo interminável de escândalos, de corrupção de toda ordem como, por exemplo, o que agora se assiste com o recente chamado escândalo da carne.

No entanto, nesse processo de investigação permanente, teme-se que se promovam generalizações perigosas e comprometedoras das vivências democráticas como o execrar a classe política, qualificando-a como torpe, imprestavel  e propondo enxota-lá da vida e da convivência com os seus pares, levando a cenas de deboche, escárnio e, às vezes, atè a agressão física como já ocorreu com parlamentares ao chegarem aos seus estados ou ao ingressarem em algum lugar de concentração popular ou, aré mesmo, num aeroporto ou restaurante. Essa atitude de aceitar a tese de que todo político é ladräo e que não atende as expectativas da população é uma atitude pouco recomendável e representa um desserviço à causa da cidadania.

Quanto a Oposição, cumpre o seu papel quando questiona tudo, não concorda com nada, faz o máximo de barulho possível e procura desestabilizar o governo. Agora mesmo, mostrando que ” não acertaram a cabeça da jararaca”, Lula, juntamente com Dilma e Ciro, irão a Monteiro, na Paraiba, que foi palco recente da inauguração, por Temer, do primeiro trecho do projeto da Transposição das Águas do Rio São Francisco, para o que eles chamam “a verdadeira inauguração da obra, pois começada por Lula, conduzida por Ciro, como Ministro e, quase que, concluída por Dilma”, no próximo domingo, “só poderia ter sido inaugurada por quem o fez”. Como se pode ver, Lula, com a habilidade que lhe é característica, está a remontar a Oposição, e, até mesmo Ciro, o irrequieto, que andava às turras com ele, já se dobrou ao “encantador de serpentes”!

Mas, o fato mais objetivo a ser considerado é que, as delações continuarão, os denunciados viverão com os nervos a flor da pele, o Congresso sempre viverá em alta tensão mas, mesmo assim, com todo esse quadro aparentemente adverso, as reformas andarão, a economia, hoje totalmente descolada da política, não sofrerá mais as flutuações derivadas de qualquer tumulto no quadro das atividades politico-partidárias e, seguirá recuperando credibilidade interna e externa, além dos espaços de movimentação.

 

 

 

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