RIO DE TODOS OS ENCANTOS E DE TODAS AS SURPRESAS!
O Rio de Janeiro continua lindo e maravilhoso apesar de todo esse “tsunami” de problemas ora enfrentados pela sempre e eterna cidade maravilhosa. Os graves problemas ocorrem, quer no campo da gestão da coisa pública, quer na perda de dinamismo da sua economia ou quer na ética e no compromisso de fazer politica, de forma séria, por parte de seus líderes. E, com um de seus grandes líderes políticos preso, no caso o ex-deputado Eduardo Cunha, dois de seus ex- governadores trancafiados, um governador sob suspeição, em face dos laços políticos que o ligam a Sérgio Cabral e um vice-governador, “com garantia já vencida”, tanto pela idade como pelo cansaço, o Rio se sente politica e administrativamente, órfão!
Há dois ou três anos atrás o Rio era símbolo de progresso e de prosperidade por representar um grande canteiro de obras, o local que estava destinado a abrigar eventos mundiais como a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas Mundiais, o que gerava um ambiente de euforia que se somava ao glamour derivado de seus encantos e atrações naturais e de ser o palco privilegiado da vida, do lazer e da cultura.
A desestruturação da economia do estado do Rio, ocorrida nos últimos tempos, teve várias causas, desde a crise da economia nacional, passando pela desaceleração dos preços do petróleo e pela paralisação de obras que estavam “bombando”. Mas, se tais razões foram responsaveis pela referida crise, o drama mais profundo por que passa a comunidade do Rio como um todo, é muito mais derivado das estripulias dos seus últimos governantes e dos descalabros gerados na gestão da coisa pública!
A revolta dos cariocas diante da debacle já se fez presente quando do pleito municipal onde o chamado “não voto ” foi talvez o mais amplo do país. Também as atuais reações de revolta e indignação da população, face os duríssimos sacrifícios embutidos na proposta de reorganização das finanças do estado, são a manifestação patente do quanto o Rio sangra de frustração e desencanto.
Para o observador que tem como propósito analisar a cena nacional, coisas em comum tem o Brasil e o Rio. Aparentemente construiu-se, nos últimos anos, no Brasil, tanta coisa interessante e se imaginava que essa lua de mel com o progresso e com o bem estar, iria durar para sempre a tal ponto que, até a comunidade internacional fosse levada a uma grande frustração e desencanto! Quem não se lembra da capa do “The Economist” de 2010 retratando o Brasil como um foguete e o chamando de a “bola da vez”?
Da mesma forma, no caso do Rio, tudo parecia que toda a história de atraso na expansão ou mesmo estagnação da sua economia vis-a-vis de São Paulo e de Minas tinha sido coisa superada no tempo, em face da chegada dos royalties do petróleo, dos investimentos em infraestrutura feitos pela União e por grupos privados e o impacto dos eventos mundiais que criaram esse ambiente de favorabilidade, de segurança e previsibilidade judicial.
Mas tudo “foi um rio que passou” pela vida dos cariocas e dos admiradores daquela maravilhosa cidade que, com essa crise geral e irrestrita, envolvendo a economia, a gestão da coisa pública, a desmoralização das pricipais lideranças políticas e um processo de esgarçamento e de desestruturação de uma ética de convivência da sociedade, todos os problemas agora voltam e com muita força como é o caso da violência, os crimes de toda ordem e a insegurança generalizada. E, até as iniciativas, notadamente em termos de segurança pública, como as UPP’s que agora começam a perder força pela incompetência governamental, conduz a crença de que o enfrentamento da violência tenha sofrido realmente um grande golpe.
O que ocorre com o Rio representa mais um espetáculo dessa grande ópera bufa que se encena pelo Brasil como um todo, onde tudo que ocorreu nos últimos anos, mais parece uma farsa, uma mentira e uma enganação que, embora tudo que frustra, desencanta e machuca, depois de todo o “prejuízo”, os brasileiros e particularmente os cariocas, embora escolados, parece que exigirão, a partir de agora, que a sujeira não será mais jogado debaixo do tapete e nem será mais tão fácil levar os brasileiros e os cariocas, no bico.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!